convite

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Assim que abro a porta Rosalie me entrega um envelope.
- O que é?- Pergunto.
- Não abrimos, mas pela frescura do envelope, é coisa da sua família.- Disse me encarando.
Coloco a mochila no sofá e sento.
- Sem dúvidas. - Falo. É um envelope enveludado, cor prata, com selo preto, com detalhes em espiral, e o símbolo da família em evidência no meio, com meu nome escrito em um dourado camuflado sem tanto destaque.
- Não vai abrir?
- A curiosidade matou o gato.- Giulia fala surgindo do corredor.
- Miau, então. Agora abre Kai.- Ela morde o lábio e sorrir.
Abro o envelope quebrando o selo com o brasão da família.

(Kaira Evangeline Egan)

Prezado(a) Filho(a),

Temos o prazer de convidá-la para o (jantar anual da família), a ser realizado no (salão de festa), localizado em nossa casa (se ainda lembrar o camiho), no dia (03-03), às (20:00) horas.

Contamos com sua presença.

Cordialmente,

(Seu pai)
(Ytan Egan)

Leio para elas.
- Uau! Um jantar. - Rosalie fala sorrindo.
- Tinha que ter uma piada. - Disse e coloquei o pepel sobre a mesa de centro.
- A quanto tempo não vê sua família?- Giulia pergunta.
- Um ano e alguns meses.- Respondo.
- Você vai?- Rosalie pergunta empolgada.
- Não, não quero brigar com o senhor Ytan Egan.- Passo a mão no cabelo puxando a franja para trás.
- Assim seja. Vamos jantar.- A loira sai do sofá em um pulo.
Assumo que estou balancada com o convite, não vejo meus irmão, e minha mãe a um bom tempo, e sinto falta deles, mas meu pai torna a minha estadia naquela casa um inferno, então, prefiro evitar os conflitos.
Jantamos, passo pela sala encaro o envelope na mesa, e o pego, vou para meu quarto o deixo sobre a cama, e tomo um banho, deito-me ao sair do banheiro e leio novamente. Meu pai o escreveu a mão, isso me arranca um sorrinho bobo. A última vez que o vi tivemos uma briga enorme, ele não queria me deixar sair de casa, e seguir minha vida, não queria que conseguisse um emprego e me mantivesse por conta própria. Queria que ficasse em casa, e assumisse um cargo qualquer em uma de suas empresas multimilionárias. Mas nunca quis viver assim, eu quero sair e encarar o mundo sentindo como é se esforçar para conseguir o que quero por mérito própria e me senti orgulhosa por isso. Ele sempre implicou com meu jeito de se vestir, as tatuagens, o gosto musical (mundano), como ele diz, entre outras coisas. Então, aos dezoito anos sai de casa, me juntei as minha amigas, e começamos a viver juntas, todas trabalhando para se manter, Rosalie sendo a única entre nós que encontrou a faculdade dos sonhos, e trabalhando meio período em uma lanchonete como atendente, Giulia assim como eu não ingressou em nenhuma faculdade apenas trabalha em uma loja de automóveis. E eu na livraria, e conseguimos nos manter muito bem até agora, e me orgulho disso.

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