trabalho em dobro

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As meninas acordam já está tudo pronto. Diferente do que já estamos acostumadas, não falo nada durante o café, nem mesmo como, apenas coloco café no copo termico e vou saindo.
      - Espera... aconteceu alguma coisa?- Giulia pergunta.
      - É você está estranha hoje.- Rosalie levanta pegando a mochila.
      - Não, só estou indo para não chegar atrasada, até mais tarde.- Saio não quero falar sobre isso para não deixa-las assustadas, Rosalie vem atrás de mim. Aperto o botão do elevador.
      - Não vai descer comigo?
      - Hoje não, preciso chegar logo, à livraria.- Eu só quero evitar conversa, a porta abre-se entro, a vejo abrindo a porta da escadaria. Chego ao térreo, e entro logo no ônibus. Estou cansada não dormi depois dos eventos dessa madrugada. Estou perturbada, não sei o que fazer. Mas também não tenho medo do que está acontecendo, não quero que aconteça com elas, e talvez seja coisas inventadas por mim, por causa do estresse.
O ônibus para desço.
Entro na livraria.
      - Bom dia, dona Angela.- Ela sorrir para mim, retribuo.
      - Bom dia, querida, preciso sair para resolver uns problemas, e  Anamary não está. Então, pode cuidar de tudo nesse meio tempo?- Ela já está pronta para ir.
      - Claro, pode deixar.- Forço um sorriso. Não posso dizer que não, dependo do dinheiro que ganho aqui, e mesmo se estivesse morrendo teria que dizer que sim.
Ela sai. Escuto o sino da porta tocar, e vou até minha mesa. Tem uns dez livros para consertar. Repiro fundo antes de surtar.
Eu estou Cansada.
Começo a tirar as capas do primeiro, e já vendo o tamanho do estrago que preciso resolver. Amo meu trabalho, mas hoje não é o meu dia. Ouço o sino, alguém entou, largo o livro, e vou fazer o atendimento. É um casal.
      - Bom dia.- Disse e tentei parecer convidativa.
      - Bom dia.- Ambos dizem, e começam andar entre as estantes, quero voltar e terminar o meu trabalho principal, mas preciso ficar no atendimento enquanto tiver clientes no local, eles demoram em torno de trinta minutos, e voltam segurando um único livro, eles pagam, e logo saem. Volto para minha sala. Isso se repete o dia inteiro. Mal consigo terminar uma única  restauração.
Vejo alguns livros fora das estantes, e saio os colocando em  suas categorias. Dona Angela volta às cinco e cinquenta, já passa muito do meu horário. Pego minhas coisas.
     - Kaira, espere um momento.- Ela entra em seu escritório, e volta com um livro.- Esse você precisa arrumar ainda hoje, esqueci de avisar mais cedo, é para mesma mulher da semana passada.
     - Certo.- Pego o livro de suas mãos e volto para minha sala, faço o que posso, e a edição parece nova assim que término. Acendo a tela do celular, já são sete horas, e tem umas trinta mensagens da Giulia dizendo que está preocupada. Repondo dizendo que estou  indo para casa, e saio da loja, corro até o ônibus, e por fim chego. Abro a porta, ela está sentada no sofá com uma xícara na mão.
      - O que aconteceu?- Pergunta.
      - Tive trabalho dobrado hoje, fiz de tudo.- Estou morrendo de cansaço, jogo-me no sofá.- Cadê  a Rosalie?
       - Saiu para uma festa, ela disse que volta meia noite. Eu vou dormir.- Fala levantando.- Só estava esperando você. Também comprei comida, está no microondas.
        - Obrigada, eu amo você!- Vou até ela é beijo sua testa.
        - Eu também te amo, boa noite.
        - Boa noite.- Ela sai em direção a seu quarto.
Pego o hambúrguer que está no microondas, e as batatas, um refrigerante, e como, assim que término de comer tomo um banho, coloco o pijama e vou dormir, mas não consigo. Então, saio do quarto e vou para sala, pego um livro, e fico lendo.
Ouço a porta abrir.
      - Kai, meu amor.- Rosalie entra, completando bêbada com um rapaz ao seu lado.- Esse é o Gui, da faculdade.
      - É um prazer.- Ele diz segurando ela. Levanto deixo o livro sobre a mesa de centro e troco de lugar com ele, a seguro.
      - O prazer é meu, Gui da faculdade.
      - Vai precisar de ajuda com ela?
      - Não, obrigada, eu cuido dela a partir de agora.
      - Não quer que faça nada?
      - Só feche a porta quando sair.
      - Certo, até mais.- Ele e sorrir e sai.
Pobre rapaz não vai ter uma próxima vez.
       - Kai...
       - Calma, você vai dormir.
       - Apoio você.- A levo até seu quanto, a deito.
       - Fica de lado.- Disse antes de sair.
       - Obrigada...
       - De nada.- Fecho a porta, e volto para sala, Giulia vem saindo da conzinha com um copo de água.
        - Bêbada?
        - Sim.
        - Não vai dormir?
        - Não consigo.
        - Posso ficar com  você.
        - Não precisa, Gi, vai descansar.- Ela sai.
São três horas, as meninas ainda estão dormindo, mas toda vez que fecho os olhos, sinto a respiração de alguém  no meu pescoço, e a presença ao meu lado.

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