Dias sem paz

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Acordo, e saio do quarto. Vejo um vulto indo para cozinha e esfrego os olhos, caminho indo para cozinha também.
      - Bom dia.- Disse, olho em volta, mas não vejo ninguém.- Gi... Rosalie?- Nada, nenhuma resposta.- Meninas chega de brincadeira, Rosalie, se for você eu vou te matar.- Um copo cai no chão e se estilhaca.
Começo a me afastar da cozinha indo em direção à meu quarto. grito por impulso ao sentir algo encostar em meu ombro, e alguém grita junto comigo.
        - O que deu em você, Kaira?- Giulia pergunta tão assustada quanto eu.
        - Nao foi nada, só um copo quebrado, está tudo bem.- Volto para meu quarto, tomo banho escovo os dentes, e visto o uniforme, saio e vou para cozinha, encontro as meninas tomando café.
        - Senta.- Rosalie pede.- Quer bolo, ou torta de maçã?
        - Bolo.- Ela me serve uma fatia cremosa com chocolate escorrendo pelos cantos, e pedacinhos de morango, com cobertura de franboesa, mordo, e é como se mordece um pedacinho do paraíso, Giulia me entrega um copo de fanta uva gelado, o copo chega a suar, e chorar.- Esse é o melhor bolo que já comi na minha vida.
       - Idem.- Giulia fala com o canto esquerdo da boca melado de chocolate.- Eu poderia morrer agora, e estaria totalmente satisfeita com isso, esse só pode ser o bolo dos deuses, eu me apaixonei por um pedaco de bolo...
Olho para Rosalie, e comecamos a rir.
       - O pior e que eu entendo ela.- Rosalie diz quase se engasgando de tanto rir.
Após o momento de êxtase com o bolo, saio e vou direto para o ponto de ônibus, chego a tempo de entrar, e chego logo, ao trabalho. Assim que chego vejo que tenho muito o que fazer, minha mesa esta lotada de livros para restauração. Sento-me e começo logo a trabalha, quanto mais cedo, mais rápido termino. A maioria são calhamaços, e esse são os piores. Dona Angela aproxima-se de mim.
        - Uma senhora veio aqui hoje, ela quer falar com você, sobre seu trabalho, ela tem um livro para restaurar, e disse que precisa falar com a pessoa que fará o trabalho.
        - Sim senhora.- A olho de soslaio. Ela sai e me dixa trabalhando sozinha. umas duas horas uma senhora bem vestida, parecendo ser de uma classe social alta chega até onde estou.
        - Boa tarde.- Disse oferecendo um sorriso.
        - Boa tarde.- Retribuo o sorriso.
        - Uma moça tão jovem fazendo um dos trabalhos mais elogiados que já vi, um amigo me indicou, então, vim aqui pois confiei nele, e vi seu trabalho. Touxe As brumas de Avalon, é um livro que pretendo deixar para minha neta, e quero que o restaure.- Ela me entrega, estendo a mão e o pego.
        - Uau... É uma edição muito bonita. Irei iniciar agora mesmo.- Ela sorri para mim.
        - Quando posso pega-lo
        - Amanhã essa mesma hora.- Ela sorri e sai.
Não tem muita coisa para arrumar apesar do tempo está bem conservado, então, arrumo as poucas coisa que tinham, e faço uma limpeza entre as páginas, e em suas lombadas. As cinco e vinte e cinco saio, hoje sai mais tarde pela grande quantidade de livros, arrumo minha mesa, pego minhas coisas e saio. O onibus ja saiu faz uma hora, e meu celular descarregou, entao terei que voltar para casa andando. hoje esta um dia frio, e mesmo com um casaco ainda sinto o frio como se estivesse nua. O caminho esta deserto, e nem e tao tarde, essas ruas deveriam esta lotadas, ja que aqui e uma avenida, caminho rapido, um poste a frente comeca ocilar. Apaga, acende, apaga, assim susetivamente. Um arrepio passa por minha espinha, e todos os pelos em meu corpo se arrepiam. O poste mas a fente faz a mesma coisa. Acende, apaga.  entre os intervalos vejo uma sobra parada no meio da rua. Aparece, e some, assim como a luz, engulo com dificuldade, mas sigo. Vejo um farrol se aproximando super rapido, e seja la o que for, vai ser atropelado, fecho os olhos, e solto um grito abafado. sinto algo segurar meu tornozelo, e sem perceber me afasto em direcao a rua, o carro que vinha para faltando poco para me acertar, e buzina parando, caio sentada.
       - Está tudo bem? - Uma mulher pergunta.
       - Está, me desculpa.- Disse levantando e limpando a roupa.
       - Tome mais cuidado, está bem mesmo?
       - Estou, muito obrigada.
       - Que susto.- Ela falou e voltou para o carro.
Ela nao notou a outra pessoa parada no meio da pista, retomo o caminho para casa. Chego ainda em chouque.
       - Kai, o que aconteceu - Giulia pergunta quando jogo a mochila no chao e caio no sofa.
       - Eu... ia sendo atropelada.
       - Está mais pálida que o normal, Rosalie.
Ela aparece já com um copo de água e me entrega.
       - Hoje não é o meu dia.
       - Calma, amiga.- Rosalie senta ao meu lado, e me abraça, deito minha cabeca em seu ombro.
       - Acho que estou muito cansada, tive uma alucinação, eu acho.
       - Dorme um pouco, mas antes come alguma coisa.- Gi fala.
       - Eu so vou dormir mesmo.- Fico com elas, e acabo adormecendo nos braços da Rosalie.
       - Kai, vai para cama, você vai ficar mais confortável lá.- Ouço Giulia me chamar.
        - Não precisa.- Estou muito cansada, é capaz de me levantar, e terminar dormindo de pé.- Rosalie, está desconfortável? - Pergunto.
        - Não, e você? - Mexo a cabeca negando. Voltamos a dormir.
É um pesadelo, eu sei que é, mas não consigo acordar. As meninas não estão na sala, e ouço um barulho alto vindo do quarto delas, como se algo estivesse arranhando as portas, e gritando. Não quero ir até lá. Eu quero acordar.
Caminho até a porta de saída, mas não tem porta, o resto da sala some, estou sozinha no escuro, não estou com medo, sei que é só um pesadelo.
Algo arranha minhas costas, e sinto o corte arder, como um corte de papel, me afasto, e encosto em algo que parece uma parede, mas sou empurrada, e acabo caindo no chão, sinto mãos em volta do meu pescoço, o apertando, vou perdendo a consciência. É possível esta dentro de um sonho?
Grito.
Abro os olhos estou no tapete no meio da sala.
Eu gritei?
Rosalie está olhando assustada para mim, e Giulia acaba de entrar na sala.
      - O que foi isso?- Ela pergunta.
      - Não sei, você está bem, Kaira?- Rosalie pergunta se aproximando de mim, estou suando.
      - Estou... foi só um pesadelo.- Acabo de perceber que estou em posição fetal, me levanto.
       - Vai dormir no quarto agora.- Giulia sai me levando segurando meu pulso. Ela me leva até seu quarto, Rosalie nos acompanha. Elas se deitam, fico entre elas duas, e ambas me abraçam. - Boa noite.- Gi beija minha testa.
      - Boa noite.- Rosalie responde junto a mim.

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