melancolia

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Sai de casa antes mesmo das meninas acordarem. Cheguei a cafeteria eram seis e meia, pedi um café puro, e um pedaço de torta para levar. O rapaz entrega meu pedido, pago, e saio. Estou angustiada por algum motivo, mas não sei o porque. Entro no ônibus coloco o fone, e encosto a cabeça no banco descansando. A falta de sono está me deixando desesperada, apenas durante a infância dos cinco, aos quinze anos tinha insônias tão severas, mas depois disso nunca mais, tinha ido ao médico e ele me receitou um remédio para  insônia crônica, mas parei de tomar, estava me sentindo bem. Quase perco a parada, levanto as pressas antes que o motorista comece dirigir, ele abre a porta de novo, e me olha feio. Saio, e caminho até a livraria, entro, Anamary me olha e logo desvia o olhar. Passo por  ela. Pego o café e a torta, sento à mesa, tiro alguns livros de perto, e começo comer. Dona Angela vem até mim.
       - Bom dia, querida.
       - Bom dia, dona Angela.- Tomo um gole do café, percebo meu rosto se contrair, tem açúcar no café que pedi puro.
       - Parece cansada.
       - Impressão.- Ela me entrega um envelope.
       - É por ontem. Desculpe ter tomado tanto seu tempo.
       - Tudo bem.- Ela sorri e sai. Término de comer.
Pego os livros que já estão prontos, e saio os colocando nas estantes.
        - Vem até a recepção, tem uma cliente querendo falar com você. - Anamary avisa, vou logo atrás dela. É a mesma senhora da última vez.
         - Bom dia.- Ela sorrir.
         - Bom dia.
         - Vim pegar um livro que deixei para restaurar. - Ela avisa.
         - Já sei qual é.- Vou até minha mesa e pego ele já embrulhado em uma sacola de papel, a entrego.- Obrigada.
         - Eu quem agradeço.- Ela sorrir novamente. Retribuo.- Até a próxima vez mocinha.
         - Até.- Aceno com a cabeça.
Ela se vai.
Assim que término de organizar os livros fico na minha sala, na cadeira giratória basicamente deitada olhando para  o teto desejando dormir pelo menos por alguns minutos, dona Angela não se importaria. Mas meu desejo não se torna real, estou esgotada física e mentalmente. Checo a hora no celular, cinco em ponto. Hora de fechar, pego minha mochila e vou saindo.
      - Até amanhã.- Falo.
      - Até.- Anamary fala, dona Angela não está.
Fico esperando o ônibus.

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