꧁𝐈𝐈. 𝐗𝐈𝐕꧂

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Agora, o ocorrido

LUCAS - 16 ANOS

Do lado de fora da sua casa tento abrir a porta enquanto Eu gritava o seu nome, consigo arrombá-la e subir as escadas rapidamente, você tinha se trancado no banheiro, estava caído no chão quando eu cheguei. Eu te puxo para o meu colo para sentir seus batimentos, você consegue me ouvir gritando ?

— Não pode ser !

— Moço !

— MOÇÇO !

— O que você fez ?...

— Por favor, não me deixe !

— Eu te amo tanto, Eu não sei se vou conseguir viver sem você...

— Eu- Eu não estou mais aqui... — Falava enquanto seus olhos se reviraram e saia sangue pela sua boca.

— Davi, tudo ficará bem, nós ficaremos bem !

— Aguente firme !

—...

— Por favor, não faça isso comigo...

— Davi... Davi ! — Gritava conforme seus olhos iam se fechando, sua boca ficava roxa e seu corpo dolorido ficava gelado...

Você estava nos meus braços e eu não sou capaz de dizer nada, Eu não sou capaz de fazer nada. Eu te olhei, Eu não te toquei realmente, Eu simplesmente não estava ali naquele momento.

— Não faz isso comigo Davi... — Falava enquanto apertava sua mão, na medida do possível que mantinha você perto de mim.

— Eu vou ligar para ambulância, tudo vai ficar bem ! — Falo tirando-o dos meus braços e deixando ele no chão

Por um instante eu pude ver a dor vivendo em seus olhos e Eu sei o quanto você tentou, Eu posso sentir o seu coração mas eu não consigo te sentir. Tudo o que você significa na minha vida você nunca iria me perguntar o motivo, mas eu preferia me machucar do que te ver chorar. Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho.

O silêncio que havia no lugar era corrompido pelo meu choro de desespero, pensar em te perder era doloroso demais para mim.

Eu não quero acreditar nisso, Eu não posso acreditar, Eu não consigo imaginar um mundo em que você partiu. Porque não haverá luz do sol se Eu te perder um dia, e assim como as nuvens, meus olhos farão o mesmo. Todo dia irá chover.

Tomo coragem e ligo para a emergência, Eu estava tão nervoso que me perdia nas minhas próprias palavras. 

— Moça me ajuda por favor Eu- Eu não sei oque fazer...

— Ele está deitado no chão, com a boca sangrando, todo gelado, com alguns frascos de comprimidos no chão, quando eu cheguei ele já estava assim...

— Fique tranquilo ! Encaminharemos uma ambulância o mais rápido possível, consegue ficar na linha conversando comigo ?

— Consigo... — Falo enquanto chorava, me faltavam palavras, me faltava ar, parecia que eu estava sufocado. 

Depois de alguns minutos eles chegaram, Eu estava escorado na parede sentado no chão chorando quando eles entraram, eles subiram direto para o banheiro e te levaram em uma maca, caminho para lá e pra cá enquanto você estava imóvel.

Me levaram para o quarto para tentar me acalmar. Me faziam milhares de perguntas, mas na minha cabeça só vinha você, me perguntaram o 'que você era meu, você era meu melhor amigo, mas eu digo para eles...

Sweet ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora