"Fui virando nos corredores ganhando distância, quando estava longe o suficiente para me esconder dei uma rápida olhada em volta e entrei na primeira porta. Fechei a porta rápido e olhei dentro da sala, era uma sala de aula cheia de alunos, todos me...
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Minha mente ainda estava acordando quando escutei a voz da minha mãe no corredor, a cada segundo a voz ficava mais alta. Pensei ser um sonho então ignorei, mas assim que consegui entender um pouco o que ela falava despertei. Minha mãe abriu a porta do meu quarto brutalmente fazendo um barulho estrondoso. Pulei da cama e isso me fez ficar tonta e minha cabeça latejar, minha visão ficou escura e por alguns segundos pensei que ia desmaiar, pisquei algumas vezes e assim que minha visão voltou encontrei minha mãe me olhando furiosa.
— Expulsa de novo, Lydia! — Exclamou, extremamente irritada. — Você vai para a Littlewood! — Avisou com a voz firme, ou seja, a decisão estava tomada e não tinha o que eu falasse que a fizesse mudar de ideia.
— O internato da vovó não. — Tentei implorando.
— Arruma suas coisas, saímos em vinte minutos. — Avisou me olhando, seus olhos me diziam que se eu fizesse alguma coisa pra impedir as coisas iam ficar feias pro meu lado, mas do que já estavam. Ela saiu do quarto deixando a porta aberta, bufei e me joguei para trás me deitando novamente. — AGORA! — Gritou do corredor. Revirei os olhos nervosa e me levantei da cama.
Peguei minha mala reserva e coloquei em cima da cama, olho para o closet bagunçado e no mesmo segundo me arrependi de ter sido expulsa, deixo isso pra depois. Pensei e caminhei pro banheiro, assim que entrei me olhei no espelho, meu cabelo estava uma bagunça. Procurei por sinais da noite passada e encontrei um roxo atrás do meu pescoço, dava pra esconder com o cabelo então tudo certo. Percebi uma elevação no canto da minha cabeça, toquei e me arrependi no segundo seguinte, minha cabeça toda latejou. A lembrança da minha tentativa de entrar pela janela e batendo a cabeça na quina da janela e desequilibrando quase caindo de cara no chão veio à mente.
— Merda! — Murmurei.
Procurei por mais machucados e encontrei um arranhão no meu braço esquerdo e outro no ombro.
Suspirei cansada e entrei de baixo do chuveiro. As gotas quentes caindo esquentando meu corpo me fizeram relaxar, fechei os olhos e as lembranças da noite anterior encheram minha cabeça.
Eu fugindo no meio da noite com apenas minha mochila. Eu apostando nas lutas e ganhando uma nota com elas. Brigando com uns moleques que me chamaram de fraca. Só a lembrança das bebidas que bebi naquela noite fez meu estômago revirar, depois disso tudo ficou confuso. Uma hora eu estava dançando no meio de uma multidão, na outra tinha quebrado o nariz de um menino. Me lembro de voltar pra casa cambaleando e cortar o braço nos espinhos do jardim embaixo da minha janela.
