Capítulo 8

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Depois do jantar mamãe me trouxe pro internato com Alexia, trouxe mais algumas roupas na mochila. Na entrada dos alojamentos me encontrei com Victor, assim que viu ele sorriu malicioso.

— Oi gatinha. — Pisquei assimilando. — Quer ajuda? — Apontou para a mochila no meu ombro.

— Victor, — Ele pareceu não se importar por o ter chamado pelo nome. — vai caçar oque fazer. — Falei séria e passei por ele.

— Já estou fazendo, te paquerando. — Escutei ele responder e percebi que sorria, mostrei o dedo do meio pra ele enquanto subia as escadas o ouvindo gargalhar.

Entrei no meu corredor, algumas portas estavam fechadas mas tinha muitos passando pra lá e pra cá. Entrei no meu quarto e vi meu colega de quarto mexendo em sua cômoda, ele viu quem era e voltou a atenção para a cômoda. Fechei a porta e tirei as roupas da mochila guardando no armário, me joguei na cama ficando de cabeça pra baixo depois de guardar a mochila e gemi de dor sentindo minha barriga doer.

— Passou a pomada? — O olhei, ele estava virado pra mim com os braços cruzados.

— Não tenho essa pomada. — Falei simples com um leve sorriso. Observei ele entrar no banheiro e voltar com a pomada e me entregou. Ele estava na minha frente de cabeça pra baixo, ver ele daquele jeito era estranho mas engraçado. Peguei a pomada sorrindo e me ajeitei na cama, ele foi até a escrivaninha dele.

Respirei fundo e levantei a camisa ainda deitada, coloquei um pouco na mão e comecei a passar, minha mão acabava apertando demais e machucava, hoje estava um desastre pra passar isso. Luke se levantou do nada e eu levei um susto, ele caminhou até mim.

— Licença. — Pediu se sentando do lado das minhas pernas no canto da cama. Pegou o pote e colocou um pouco na mão, antes de me tocar ele me olhou pedindo permissão, dei um leve aceno e ele começou a passar massageando.

— Por que não pede desculpas para as pessoas? — Perguntou curioso, o analisei.

— Não peço desculpas. — Respondi séria.

— Nem para sua família? — Tentou outra vez. Senti ele apertar devagar e prendi a respiração esperando a dor vim mas não veio, voltei a respirar.

— O que isso tem haver com você? — Perguntei rude. Ele não ligou pro meu jeito de falar.

— Nada, só fiquei curioso. Não te vi pedindo desculpas pra ninguém. — Falou como quem não quer nada, tinha coisa ali, mas... meu instinto me dizia que ele não me faria mal.

— Só peço para pessoas específicas. — Falei. Vi ele assentindo.

— Por que? — O olhei séria, ele continuou focado passando a pomada. Revirei os olhos e me foquei no teto.

— Tinha uma amiga... — Comecei incerta se contava ou não. — Ela percebeu o quanto eu era problemática. Ela queria conseguir se afastar de mim mas tudo que eu fazia não era por mal, ela precisava de um motivo válido, — Respirei fundo. — Uma vez ela falou que tudo aquilo era o máximo que ela aguentava, eu pedi desculpas e ela sabia que eu sentia muito, — Dei uma pausa, respirei fundo me lembrando das palavras exatas. — ela deixou escapar no meio do desespero: "Eu quero sair da sua vida, não dificulta as coisas pra mim". — Ele parou de passar a pomada, o olhei e ele parecia em choque. — Então fiz a gota d'água e não pedi desculpas, a libertando de mim.

— Ela fez o quê? — Ele quase gritou, comecei a rir da cara dele.

— Por isso não peço desculpas, não deixo ninguém presa a mim. — Ele me olhava em choque, olhei suas mãos em minha barriga, ele parecia ter terminado então tirei suas mãos e abaixei a blusa.

Uma Garota ProblemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora