Passei os poucos minutos antes do amanhecer encostada na parede de vidro, apreciei a cena da mesma forma como o entardecer, passei mais tempo ali desenhando quando tive que ir ao banheiro. Quando ia abrir a porta para sair ela se abriu sozinha e uma mulher apareceu, nunca tinha visto ela. Arregalei os olhos, a mulher gritou e eu gritei também.
— Ai meu Deus! — A mulher falou em português. — Minha santinha. — Falou com a mão no coração controlando a respiração. Ela tinha os cabelos castanhos presos e tinha a aparência de uma mulher de quarenta e seis anos.
Em segundos Ellis, Luke e Julie apareceram atrás da mulher.
— Rose. — Luke falou tocando o ombro da mulher que se virou para ele. — Desculpa, esqueci de avisar a senhora que não precisava vir hoje.
— Mas como já estou aqui, vou arrumar as coisas e você me deixa com mais um dia guardado para minhas folgas. — Falou sorrindo simpática e ele assentiu. Ela se virou pra mim. — Sou a Rose, empregada do Luke. — Se apresentou sorrindo, como se não tivesse gritado a plenos pulmões a poucos segundos.
— Lydia. — Falei meio atônica e ela sorriu mais.
Após o susto, Ellis se empolgou em conhecer outra brasileira mas ainda estava com sono e voltou a dormir, Julie falou que ia tomar banho e Luke subiu as escadas. Segui a Rose até a cozinha, ela se virou quando me notou e sorriu.
— Eu imaginei que você fosse a Lydia. — Falou, franzi as sobrancelhas. — Uma garota baixinha de olhos azuis como o céu e os cabelos castanhos muito bonita, acho que ainda me lembro quando Luke me falou sobre você. — Rose diz sorrindo.
— Baixinha?
— Pro Luke toda menina que bate abaixo dos ombros dele é baixinha. — Explica.
Eu não sou baixinha, que palhaçada é essa?
— A senhora é brasileira. — Falei com calma, ela assentiu e caminhou para a cozinha. — Se não for incomodo... Pode me dizer como é lá no Brasil? — Peço me sentando na bancada.
— Claro querida, vocês vão almoçar aqui? — Perguntou começando a guardar a louça, me virei e olhei para o povo jogado na sala.
— Provavelmente. — Respondi e ela sorriu.
— O que você quer comer? — Perguntou me olhando. Não negaria comida então comecei a pensar.
— A senhora sabe fazer strogonoff? — Ela sorriu.
— Sei sim. — Ela sorri e voltou a guardar. Eu amo strogonoff, é uma receita originalmente da Rússia, minha terra natal. — O Brasil é um país tropical, por isso é quente, muito quente. Para você nem no inverno ficaria com frio. — Sorrio, esse é o paraíso pra mim. Rose falou de muitas comemorações e como são comemoradas. — Vou ter que ir ao mercado. — Ela fala olhando o armário. Escutei alguém descendo as escadas e vi o Luke, quando ele ficou do meu lado Rose se virou para ele. — Você vai ter que ir no mercado comprar algumas coisas para eu poder fazer o almoço. — Avisou e ele concordou, Rose fez uma lista e entregou para ele, pareciam mãe e filho.
— Vocês se dão bem. — Comentei vendo ele sair pela porta, me virei para Rose que sorria com carinho.
— Pode se dizer que sou a mãe de consideração dele, já que ele praticamente precisa de mim. — Falou me olhando. — Palavras do Luke, não minhas — Ri.
Rose fez o café da manhã e quando Emily acordou percebi o grande carinho que ela tem pela mais velha, assim como Taki e os gêmeos, mas Alissa a tratava como um empregada, diferente dos outros que a tratavam como se fosse da família. Julie se deu muito bem com ela, por isso ficou comigo ajudando Rose no almoço. Quando ela começou a fazer o strogonoff notei algumas diferenças.
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Uma Garota Problemática
Roman pour Adolescents"Fui virando nos corredores ganhando distância, quando estava longe o suficiente para me esconder dei uma rápida olhada em volta e entrei na primeira porta. Fechei a porta rápido e olhei dentro da sala, era uma sala de aula cheia de alunos, todos me...