Prólogo - Parte 2

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Agarrei na borda do muro e levantei a perna passando ela pro outro lado, me levantei pra cima e me arrumei no meio do muro, passei com cuidado a outra perna me equilibrando para não cair

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Agarrei na borda do muro e levantei a perna passando ela pro outro lado, me levantei pra cima e me arrumei no meio do muro, passei com cuidado a outra perna me equilibrando para não cair. Dei uma rápida olhada pra baixo e depois no campo do internato, todos os guardas estavam longe, me virei com cuidado me segurando na borda e desci ainda segurando, quando meu corpo todo estava esticado soltei caindo em pé no chão. Bati uma mão na outra tirando o pó enquanto olhava em volta.

Se eu for por aqui... Olhei para a frente com a grama alta e várias árvores, têm menos chance de ser pega e mais perigoso. Agora se eu for por ali... Olhei para o lado vendo a rodovia sendo iluminada pelos postes sem sinal de carro ou qualquer ser vivo, é mais seguro porém têm mais chances de me pegarem.

Vou por aqui. Caminhei decidida até a mata, fui passando pelas árvores perto da calçada atenta aos sons.

Devia ser umas duas horas da manhã quando decidir fugir, assim que deitei na cama fiquei uma hora tentando dormir, tentando desligar meus pensamentos mas nada dava certo, o medo me impedia de fechar os olhos sem abrir eles a cada segundo pelo menor barulho. Sentia que não tinha porquê ter medo mas meu consciente discordava de mim. Depois de quase duas horas desisti de tentar dormir e me levantei, troquei a calça de moletom por uma jeans e coloquei minha jaqueta jeans por cima da camisa. Tomei cuidado ao abrir a janela e fui descendo andar por andar pelo lado de fora, quase cai quando segurei de mal jeito a borda. No caminho fui me lembrando de todas as câmeras que vi, lembrei do caminho atrás do prédio escolar, o muro de tijolinhos que não era muito grande e não tinha postes perto um do outro. Foi fácil chegar até lá pelo ponto sego das câmeras, o difícil foi subir o muro sozinha, foi umas cinco tentativas até conseguir.

Depois de andar quase três quilômetros passou um táxi, saí do meio da mata e sinalizei. Olhei o motorista e era uma mulher, tinha uma aparência simpática. Pensei em recusar, tinha cara de quem faria perguntas e tentaria puxar conversa mas estava cansada de andar. Entrei no carro e coloquei o cinto.

— Pro centro na rua 6, por favor. — Pedi ao fechar a porta. Ela assentiu e acelerou o carro.

— Por que está uma hora dessas na rua? — Perguntou me olhando através do retrovisor.

— Vou atrás de um amigo. — Respondi simples. Meu tom de voz saiu grossa e fria. Ela assentiu e passou o resto do caminho apenas escutando a música que tocava baixo no rádio. — Aqui. — Falei entregando o dinheiro quando ela parou onde tinha pedido. Desci do carro e caminhei para dentro da rua movimentada, virei à direita com poucas lojas e depois à esquerda indo para um beco. Virei na segunda rua, a rua das Duas Flores Roxas.

O beco estava deserto e as lâmpadas dos postes piscavam, logo iriam queimar. No fim do beco tinha uma porta de metal com uma flor roxa de cada lado pintada, bati esperando alguns segundos até abrirem. Assim que a porta abriu o som da música misturada com os gritos das pessoas saiu alto machucando meus ouvidos, respirei fundo duas vezes e me acostumei com o barulho. Entrei no local, já estava acostumada com o lugar então ignorei o resto e fui direto para o lado das lutas.

Uma Garota ProblemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora