Capítulo 4

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"Oh, meu Deus, sim, ela é poderosa. Mas olhe para ela, sim, ela é poderosa. E-e-então não ferre com a minha liberdade, eu voltei para ficar mais forte. Eu sou safada, sou malvada.

...

Então, se afaste, se afaste, se afaste, garoto.

— Miley Cyrus - Mother's Daughter"

— Miley Cyrus - Mother's Daughter"

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— Tá bom mãe. — Falei já cansada. Era a segunda vez que ela me ligava perguntando se estava bem e se estava me cuidando. Caminhei até meu armário ainda segurando o celular no ouvido. — O que está acontecendo? A senhora está muito preocupada... — Mais que o normal. Pensei.

— Nada meu amor... — Hesitou. — Só estou com um pressentimento ruim.

— Prometo que vou ficar atenta e me cuidar. — Falei firme, isso pareceu acalmá-la um pouco. Abri meu armário e coloquei minha mochila dentro, o sinal tocou. — Tchau mamãe.

— Tchau meu bem.

Desliguei o celular e o guardei no bolso do blazer, enquanto caminhava percebia os olhares dos meninos em mim, ser a única garota nesse internato era estranho, não suporto as outras meninas mas ter apenas eu era muito estranho. Estava passando no corredor que tinha a escada que dava direto para o pátio quando senti uma mão apertar a minha bunda e um menino passar por mim me olhando com um sorriso malicioso.

Parei o olhando seria, quem ele pensa que é para sair tocando assim nos outros? Vi a escada na nossa frente. Sorri. Andei de cabeça erguida e disfarçadamente olhei em volta, havia poucas pessoas por ali. Chegando no meio da escada calculei o estrago e desci mais quatro degraus e acidentalmente me desequilibrei jogando a perna na frente dele o fazendo cair e sair rolando escada abaixo, quando cheguei até ele estava com um corte na sobrancelha e alguns roxos, ele gemia de dor ainda caído no chão. Sorri da mesma forma que ele e olhei com um ódio puro.

— Cuidado com as escadas, elas são perigosas. — Falei com uma preocupação fingida. Sorri e sai andando como se nada tivesse acontecido.

...

Estava na quarta aula da tarde quando me chamaram na diretoria. Caminhei calma até a diretoria, encontrei a secretária que era bem nova, parecia ter uns vinte e sete anos, ela sorriu pra mim e pediu pra mim entrar. Encontrei o Diretor muito sério e o menino da escada sentado na cadeira de frente para ele com um braço engessado, ele me olhava com um sorriso.

— Senhorita Watson, quero que explique o que aconteceu. Por que o senhor Rossi está com o braço engessado? — O Diretor me olhava tão sério que se eu me importasse ficaria com medo.

— O senhor Rossi, — Destaquei seu sobrenome o olhando. — Me assediou no meio do corredor, ele ainda sorrio como um idiota que se eu denunciar pode ir para a cadeia. — Falei seria olhando o idiota. Voltei o olhar para o diretor. — Fiquei tão desnorteada que me desequilibrei na escada e ele caiu, fiquei com tanto medo dele vir pra cima de mim que fugi. — Falei nervosa e com os olhos lacrimejando, o olhar do idiota agora parecia assustado. — Imagina o que vão falar quando souberem que a única garota que teve a coragem de vir para esse internato foi assediada e não houve punições para o assediador. — Falei entrando em desespero. As lágrimas descendo. — Eu não iria aguentar ficar aqui e teria que pedir para minha mãe me tirar daqui, ela não aceitaria uma injustiças dessas e colocaria a polícia no meio, aparecia nos jornais e o nome do internato seria manchado. — Levei as mãos à cabeça e fiz elas tremerem como galhos fracos das árvores no meio de uma tempestade de neve.

Uma Garota ProblemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora