Capítulo 9

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Estava toda suada e meu corpo todo doía, meus pulmões pareciam queimar e respirar pela boca não ajudava. Me joguei na grama vendo os outros alunos correrem, o primeiro a acabar a corrida foi o Victor e ele é incrivelmente rápido.

— De novo! Ele nunca perde! — Reclamou um menino de pele morena tão cansado quanto eu que passou na minha frente conversando com outro que estava tão pior quanto o colega.

— Ele vai ganhar todas as corridas esse bimestre de novo e vai ganhar cinquenta pontos. — Respondeu com dificuldade, eles se afastaram me impedindo de escutar a continuação.

Me forcei a levantar e fui até o banco com as garrafinhas de água todas etiquetadas, peguei a com o meu nome e bebi quase toda a água enquanto sentava no banco no espaço vazio. Victor chegou do meu lado e pegou a sua garrafinha, ele estava ótimo, respirava normalmente e nem parecia cansado como eu, ver ele assim me deu uma ótima ideia. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o sinal tocou e ele correu para o vestiário.

Tomei banho e comprei um bolinho de chocolate no refeitório, me sentei na mesa do lado de fora e comecei a fazer meu dever da aula de gramática. Dei uma mordida no pedaço de bolo enquanto lia o texto, vi a sombra de alguém se aproximando e quando parou à minha frente olhei, era o Catrin, estava ofegante e as pontas ruivas do cabelo grudado na testa.

— Sim? — Me ajeitei dando toda a atenção a ele.

— Podemos começar o trabalho agora? — Perguntou ofegante.

— Claro, mas achei que íamos nos encontrar de tarde. — Falei. Ele se sentou e tirou o caderno da mochila.

— Te vi aqui e tenho horário livre agora. — Explicou pegando uma folha e me entregou. Era a lista de sentimentos. Me virei pra minha mochila no chão e procurei minha lista, o entreguei quando achei.

Começamos a ler. Não estava numerada, cada sentimento separado por vírgula: "Temor, Raiva, Vergonha, Tristeza, Amor,". Parei de ler e o olhei, ele também levantou o olhar, nossos sentimentos eram parecidos.

— Como vamos fazer isso? — Perguntei deixando a lista de lado, ia terminar de ler depois.

— Podemos fazer rascunhos e ver como ficam juntos, o que acha? — Pensei na ideia, era uma boa ideia.

— Sim, cada um faz seus sentimentos. — Falei e ele concordou.

— Se importa se eu ficar nessa mesa? — Perguntou parecendo tímido, analisei, não me incomodaria com a presença dele, não parecia uma ameaça.

— Não. — Falei voltando a fazer meu dever e ele tirou um caderno de desenho começando a desenhar.

Ficamos calados, cada um fazendo suas coisas sem se intrometer na do outro, evitei olhar para o caderno de desenho dele. Não gosto quando ficam curiando quando estou desenhando. O sinal tocou e juntei minhas coisas, Catrin estava calmo e parecia em paz enquanto desenhava, me despedi e ele sorriu e deu um tchauzinho.

No almoço estava morrendo de fome e enchi o prato, ia para minha mesa de sempre quando vi Victor com Taki, Vitor e meu colega de quarto sentados em uma mesa do lado da janela, ele estava bem animado enquanto Taki praticamente ignorava ele. Caminhei até ele.

— Victor. — O chamei sorrindo, ele se virou e engasgou assustado. Taki me olhou curioso assim como meu colega de quarto, já Vitor ria do irmão. — O que você acha de fazer uma troca de favores? — Falei me sentando do seu lado.

— Que troca de favores? — Perguntou com um sorriso malicioso. Revirei os olhos.

— Você me ajuda a melhorar o meu tempo na corrida e eu te ajudo com seja lá o que você pedir. — Expliquei simples, lembrei de algo bem importante. — Peça o que quiser menos fazer qualquer coisa comigo. — Avisei tirando o sorrisinho besta da cara dele, comi um pouco da minha comida. Ignorei os olhares em mim.

Uma Garota ProblemáticaOnde histórias criam vida. Descubra agora