Ás vezes o amor vem de onde a gente menos espera, é como acordar e tomar uma xícara de café e se sentir vivo.
Se apaixonar é isso, como cair da cama, de repente e do nada.
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FILIPE RET
Porra. O Teto fala pra caralho mané
Tô aqui sentado no sofá ouvindo esse moleque falar e olho pros lados pra procurar alguém que me ajude e não acho ninguém.
Ele fala algo sobre carros e eu balanço a cabeça concordando e sorrindo enquanto levo o copo de Whisky na boca
Tava viajando mas minha brisa foi cortada assim que a neguinha pulou no nosso meio e eu levei maior sustão pondo a mão no peito
Diaba.
—Eae tetinho— ela disse numa animação danada e eu apertei os olhos estranhando
ih ala, fingindo que nem me conhece.
—Oi deusa africana da minha vida— ele disse sorrindo e passando os braços pelo pescoço dela
—Tu viu o Bi?— ela perguntou e ele negou
—Procuro contigo minha deusa, vem— ele se levantou puxando ela e ela encarou ele meio perdida
Ah não...
—Deixa que eu levo ela, ela parece estar cansada e vou levá-la pra casa do Gabriel— falei e Teto me olhou estranho enquanto ela negava
—Não vou com você Ret— ela disse brava
—Ela não quer Ret— Teto disse e eu o encarei
—Irmão, ela é da minha família, a gente se resolve. Da licença aqui— falei e ele me encarou por alguns segundos e deu um beijo na bochecha dela e saiu
Ela virou as costas também e estava saindo mas eu segurei na cintura dela
—Você vai caladinha comigo, ouviu?— Falei firme e ela concordou com a cabeça
Entrelacei nossas mãos e ela me olhou por alguns segundos e parecia perdida, a droga já tava fazendo efeito em seu organismo.
Fui passando pelas pessoas e cumprimentando quem eu conhecia até do lado de fora e peguei ela no colo indo em direção ao meu carro
—Filipe?— ela chamou baixinho
—Hum?— fingi não dá ideia ela, sabia que ela tava assim feliz, brava e triste do nada por conta da cocaína
—Me desculpa— ela disse e eu apenas murmurei um "tá" oque fez ela se encolher contra o meu corpo e eu destranquei o carro colocando ela deitada atrás
Fui dirigindo pensando nas ideias e de vez em quando olhava para trás pra ver como ela estava e ela estava toda encolhida no banco com os olhos abertos, ela não iria conseguir dormir agora por conta do efeito da droga e só estava existindo nesse mundo mesmo
Quando chegamos na minha casa eu ajudei ela tomar banho e ela ainda tava um poço de depressão, vesti uma camisa e uma cueca nela e fiz ela beber algumas garrafinhas de água para desintoxicar e chá de camomila com erva cidreira e rapidinho ela caiu no sono
Liguei pro Gabriel e avisei que ela tinha passado mal e que eu trouxe ela pra minha casa, ele queria vim de qualquer maneira mas eu o impedi dizendo que ela estava dormindo e que já estava melhor.
Depois de tomar um banho e colocar uma roupa, acendi um baseado e fui olhar a vista do meu apartamento para a praia. Paraíso.
Me virei vendo Emily se mexer no coxão e eu me aproximei dela analisando ela dormir. Porra, eu achava que era k.o que ela realmente tivesse dependência química mas agora que eu vi ela totalmente drogada a minha ficha caiu.
No outro dia.
Acordei sentindo uma mão bater no meu peito e eu levar um susto, abri meu olho e vi Emily sentada do meu lado com a mão na cabeça e ela me olhou
—Não me diz que a gente...— ela nem completou a frase
—Não. Você quer comer alguma coisa?— perguntei e ela negou
—Tô sem fome— murmurou e eu revirei os olhos
—Óbvio que está sem fome— falei bravo me levantando e ela me olhou como se eu fosse doido
—Podemos falar qualquer coisa mas tarde? Ainda são oito da manhã e a minha cabeça vai explodir— falou passando a mão no rosto
—Você é inacreditável— neguei com a cabeça
—Filipe... agora não— ela disse baixo e eu engoli seco baixando a guarda
—Tudo bem, vou descer e fazer alguma coisa pra você comer— falei colocando a camisa
—Não precisa, eu não to com fome— ela disse e eu ri em deboche
—Você vai comer, nem que eu tenha que colocar a comida dentro de você a força— falei e ela suspirou
Abri a porta pra sair mas ela me chamou e então eu só me virei
—Como eu dormi? Geralmente aquilo não me deixa dormir— ela disse sem graça
—Te dei água pra desintoxicar e chá de camomila e erva cidreira— falei seco e ela concordou com a cabeça
Sai e fui preparar pão com ovo e suco de laranja pra ela, eu não deveria estar bravo porque eu sei que é um vício e ela não consegue controlar. Mas porra, não queria nunca ter visto ela nessa situação.
Ouvi alguém tocar a campainha e abri a porta vendo o Fabinho.
—Oi cara, entra aí— dei espaço
—Vim buscar minha menininha— ele disse e eu dei um sorriso fraco
—Você espera ela tomar café da manhã? Aliás, toma café com a gente— falei e ele negou
—Obrigado eu tomei lá em casa, eu espero a Emily— Ele disse e eu concordei vendo a neguinha descer as escadas amarrando o cabelo
—Oi Fábio, pensei que o Gabriel viesse— ela disse surpresa
—O pessoal do Flamengo não liberou ele— disse e a Emily concordou com a cabeça
—Vem tomar café da manhã— falei e ela nem contestou porque sabia que eu iria mermo enfiar tudo garganta a baixo
Ela se sentou e comeu quietinha sobre o meu olhar.
—Pode ficar com a camisa, eu não uso— falei e ela concordou com a cabeça. Mentira. Essa camisa e a minha favorita eu só não queria que ela vestisse novamente aquelas roupas apertadas que devem sufocar
—Obrigada por cuidar de mim, de novo— ela disse e eu apenas concordei com a cabeça —Desculpa ter estragado a sua festa
—Não tem problema. Se cuida e mas tarde eu passo pra te ver— falei e ela concordou me olhando e já sabendo sobre oque eu queria falar com ela
—Tchau cara, obrigado por cuidar do meu neném— Fabinho disse e eu sorri pra ele
