EMILY RODRIGUES
Estava preparando uma vitamina de banana e abacate na cozinha e ouvi alguém tocar a campanhinha, continuou tocando e ninguém foi atender então eu me desloquei da cozinha e fui, abri a porta e pisquei os olhos
Encarando a mulher a minha frente com a mão na barriga enquanto me analisava
—Oi... eu procuro o Gabriel, onde ele está?— ela questionou e eu a analisei
Isso não tá me cheirando coisa boa
—Gabriel está para o treino, posso ajudá-la em alguma coisa?— arqueei as sobrancelhas
—Você é a mulher dele?— ela perguntou e eu soltei uma gargalhada enorme
—Eca— fiz uma careta logo em seguida
—Sou a irmã dele, quer entrar? Pelos meus cálculos ele chega em quinze minutos— falei dando espaço pra ela que concordou com a cabeça entrando—Eu sou a Palloma— ela disse
—Emily— falei indo pra cozinha e ela me seguiu
—Tô fazendo uma batida de banana e abacate, você quer?— perguntei e ela assentiu sorrindo de canto—Você parece legal, diferente da outra— ela disse e eu olhei curiosa
—Desculpa, outra?— sorri confusa
—Sim a outra irmã do Gabriel— ela disse e eu assenti
—Ela tem um pouco de ciúmes dele, até comigo as vezes, não liga se ela foi sem noção— falei estendendo o copo e ela assentiu
—Então, quantos mêses?—Sete e meio— ela disse e eu concordei
—Isso não tem nada haver com um certo número nove do Flamengo não é?— arqueei as sobrancelhas e quando ela abriu a boca pra responder fomos interrompidas
—Cheguei família— Gabriel gritou lá na sala
—Cozinha— gritei de volta e vi o corpo da menina ficar rígido
O Gabriel entrou todo sorridente mas o brilho dele sumiu
—Oque você tá fazendo aqui?— perguntou firme encarando a menina e arregalou os olhos quando olhou pra barriga dela
—Gabi eu...— ela tentou mas não conseguiu tadinha
—Papai do ano, que lindo em— sorri adorando a merda acontecer
—Emily não tá ajudando— ele me repreendeu com o olhar e eu levantei às mãos em rendição
—Eu quero saber oque você tá fazendo aqui Palloma—Eu posso explicar— ela disse quase chorando a coitada
—Explicar? Eu quero mesmo uma explicação, quantas vezes eu falei que não quero você se envolvendo com a minha família– ele disse ríspido
Eu nunca vi o Gabriel falar assim com ninguém
—Ei, vai com calma também. Deixa a menina falar—
Segurei no braço dele—Não se mete Emily— ele disse bravo sem me olhar, sem desviar o olhar da garota que tava apavorada
—Não vou deixar você falar de qualquer maneira com ela entendeu, não foi assim que a tia te criou— eu falei me estressando
—Não tá vendo que é nítido o golpe aqui? Não me diga que tá caindo nisso— ele riu debochando
—Pode explicar Palloma— falei e ela assentiu limpando o rosto
—Nos envolvemos e eu não queria um bebê, mas aconteceu— ela começou a chorar
—Vai se fazer de vítima agora— ele disse com aquela cara de debochado dele que as vezes me irritava
—Cala sua boca, a mamãe vai saber de tudo isso. Se tu fez não me importo com as consequências vai assumir este bebê ouviu?— falei brava e ele abaixou a cabeça
—Eu posso fazer o exame de DNA, não tem porque eu menti— ela disse e eu sorri confortando-a
—Palloma bebe a sua batida e se acalma ok? Não se estressa garota— falei e ela assentiu
—Eu vou pro meu quarto, isso, isso não pode ser— ele disse e eu neguei com a cabeça
—Tu pode correr agora, mas não vai correr pra sempre— gritei
—Desculpa por esse showzinho, mas me conta. É menino ou menina?— perguntei batendo palminhas animada e ela sorriu—São gêmeos— ela disse e eu abri a boca chocada
—Tem nomes?— perguntei e ela negou com a cabeça
—A verdade é que eu não ia ficar com os bebês emily, não tenho condições pra isso mas a minha mãe me alertou e disse que falar com o Gabriel seria o certo antes de tomar qualquer decisão— ela disse e eu concordei
—Não se apavora, vai dar tudo certo— falei e ela sorriu
—Obrigada— ela disse e eu sorri
—Nos mulheres temos que apoiar uma a outra— falei e ela concordou
Quando ela foi embora eu subi pro quarto do Gabriel e abri a porta sem bater e ele me encarou bravo
—Sua amiguinha já foi embora?— debochou
—Olha o respeito, eu sei que existem pessoas ruins nesse mundo e que poderiam tentar te dar o golpe mas ela parece uma boa menina Gabriel, não é justo tratá-la assim
—Eu sei que eu peguei pesado, mas porra emily é um filho— ele disse indignado
—Um não, dois— reformulei e ele me olhou com os olhos arregalados
—Meu deus, oque eu vou fazer agora?— ele passou a mão na barba nervoso
—Contar pro tio e a tia, depois dar todo o suporte a garota e fazer o teste de DNA, se esses bebês forem mesmo seu faça o certo Gabriel. Eu sei que você vai ser um bom pai porque é o seu sonho preto, e eu sei que você vai fazer a coisa certa e como você reagiu agora não é a pessoa que você é
Ele venho na minha direção me abraçando.
—Não sei oque eu faria sem você— ele resmungou no abraço
—Morreria— disse o óbvio
—Modesta— ele riu limpando o rosto
—Acha que os bebês são meus?—Não acho nada, o teste de DNA vai nos responder mas ela me parece uma moça honesta— falei e ele concordou
—Ela é mesmo, não sei porque fiz esse teatro— ele suspirou
—Mas vem cá, porque eu não conheço ela e a Dhiovanna sim?— arqueei as sobrancelhas
—Quando você tava pra São Paulo trouxe ela aqui, ela e a Dhio acabou se desentendendo— ele disse e eu assenti
—Ela é uma gata em, se deu bem— falei batendo no braço dele e ele revirou os olhos
—Não vale tentar beijar ela— ele disse e eu ri
—Se ela me der uma chance posso ser madrasta— falei sorrindo maliciosa
—Cala boca Emily— ele disse me jogando a almofada
—Pra quem não queria ser pai e nem gostava da garota— debochei
—Não gosto, mas você falando assim me dá nojo— ele disse e eu dei dedo pra ele saindo do quarto
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Sobre nós- Filipe Ret
RomanceÁs vezes o amor vem de onde a gente menos espera, é como acordar e tomar uma xícara de café e se sentir vivo. Se apaixonar é isso, como cair da cama, de repente e do nada.