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FILIPE RET

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FILIPE RET

Me fala se eu tenho um pingo de paz? Não tenho.

Cheguei na casa da minha mãe pra dar uma descansada depois da viagem e o meu pai estava deitado no sofá vendo jogo, esse fanático.

O cumprimentei com um beijo no rosto e entrei pro quarto que era meu quando eu morava aqui e deixei a minha mala e depois voltei pra sala.

—Cadê a mãe?— perguntei

—Saiu com o Júnior— ele disse e eu arqueei as sobrancelhas

—Como assim?— perguntei mas pra mim mesmo, eu sei lá de quem é Júnior

Será que ando tão desligado que tô esquecendo das paradas? Ou será se é efeito da verdinha...

—Ela foi tomar um sorvete com o menino, segundo ela pra criar uma relação com o garoto— ele disse e eu decidi ignorar porque se eu perguntasse quem era ele ia surtar antes de falar

Fui direto pra cozinha caçar um rango e fui mexendo nas panelas e abri a geladeira vendo um delicioso pavê de chocolate até ver minha mãe passar pela porta.

—Fala tu dona— beijei sua testa e me assustei com o garoto vindo atrás dela

—Oi filho, como foi a viagem?— perguntou

—De boa, e o moleque?— perguntei curioso

—Tá fumando pedra Filipe? Emily apresentou ele aquele dia e não come esse pavê, é dele— ela disse batendo o pano de prato na minha mão

—Colfoi, é o moleque da Emily?— perguntei e ela assentiu

Olhei pro garoto e nem parecia o carinha que tinha chegado lá aquele dia, tava outra pessoa pô. Todo no estilo, cordão e pulseira de ouro e os cabelo bem cuidado.

—Eae sou o Filipe— estendi a mão

—Eu sei quem você é, minha mãe falou de você— ele disse me olhando com um olhar esnobe

Colfoi? Um moleque do tamanho de um anao metendo mó marra pra cima de mim.

—Vem com a vovó fofinho, vamos comer pavê de chocolate— minha mãe deu a mão ele que pegou rápido

—Fofinho— murmurei debochando
Moleque faltou me bater com o olhar, a Emily também né, tinha que queimar meu filme com ele

—E tu tá com o menino porque— perguntei curioso

—Porque quero criar uma relação com o meu neto, sai daqui que você tá atrapalhando— ela disse e eu olhei indignado pra ela

—Neto? Colfoi, sou teu filho e tu tá me expulsando e me negando comida— falei e ela me olhou sorrindo debochado

—Quem mandou aprontar?— ela disse e eu bufei

—Isso já passou tá legal?— falei chateado

—Quem bate esquece né Filipe, mas quem apanha não esquece— ela disse e eu revirei os olhos e me sentei na cadeira vendo ela adular o menino

Ouvi a gargalhada do meu pai e ele entrou na cozinha sem camisa enquanto pegava água na geladeira.

—Meu bem, você pode levar eu e Júnior pra eu devolver ele pra Emily?— Ela perguntou ao meu pai

—Tem jogo do melhor do mundo— ele disse sorrindo e ela revirou os olhos

—É um imprestavel mesmo — ela colocou as mãos na cintura

—Eu levo vocês— falei e ela me olhou arqueando as sobrancelhas
—Bom, se tiver cadeirinha pro moleque

—Tem sim, a Emily trouxe— ela disse e voltou a observar o menino que comia

Depois dele comer colocamos as coisas no carro e eu dei partida indo pra casa dos Barbosa.

—Vê se fica caladinho dentro do carro, se não a Emily não deixa o menino ficar comigo mas vezes— ela disse e eu revirei os olhos

Moleque mal chegou e já roubou minhas mulheres pô, assim não dá.

Assim que eu parei o carro dentro do condômino, em frente a casa Barbosa a Emily se aproximou com a carinha toda inchada, cabelo preso em um coque. De top é um shortinho daqueles molinho que por deus, que saudade dessa moleca.

—Oi tia Vanda— ela deu um sorriso pequeno pra minha mãe
—Como foi o passeio? Júnior se comportou?— ela perguntou e eu desci do carro pra tirar o menino da cadeirinha e ele me olhava com o olhar de julgamento

Tirei a cadeirinha e ele correu pra perto dela.

—Ele se comportou como o verdadeiro anjo querida, passeamos bastante foi demais— ela disse sorrindo, anjo, ata!

—Que bom tia Vanda, vamos entrar— ela chamou a minha mãe

—Não querida, eu estou com um pouco de pressa, mas vê se aparece lá em casa uma hora— minha mãe disse

—Uma hora vou sim— ela disse e o menino garrou na perna dela
—Da tchau Júnior

—Tchau— ele se aproximou e deu um beijo na bochecha da minha mãe

—Tchau lindinho, quando quiser ir é só ligar pra vovó tá bom?— ela disse e ele concordou com a cabeça

Emily me olhou por alguns segundos e eu não cortei o contato visual.

—Obrigada— ela disse simples e eu apenas assenti com a cabeça e entrei dentro do carro

Ficamos parados observando Emily e o menino ir conversando animados e brincando pra dentro de casa.

—Vocês dois podiam adotar o garoto se não fosse irresponsabilidade sua— minha mãe disse e eu bufei

—Mãe não começa tá?— falei sem paciência ligando o carro

—Começo sim, você é muito bobo Filipe. E eu como sua mãe tenho o dever de te jogar na cara quando você erra— ela disse e eu suspirei

—Se a gente não tá junto não é culpa só minha tá?— falei e ela me ignorou
—Que história é essa de vó do menino?

—Sou a avó dele, se é filho da minha menina então é meu neto— ela disse e eu ri em deboche

—"Minha menina" quem vê pensa que sua menina é uma santa, deveria fazer um altar de fotos dela lá em casa— ironizei

—Boa ideia— ela disse e eu revirei os olhos

Minha mãe ou meu hater? Eis a questão.

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