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FILIPE RET

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FILIPE RET

O médico saiu de lá e todos nós o olhamos apreensivos, vendo o velhinho descer as escadas

—Como ela tá doutor?— perguntei rápido

—Ela vai ficar bem, já lhe dei o remédio e ela só precisa dormir— ele disse

—E oque ela tinha?— Gabriel questionou curioso

—Ela tem ovário policístico, é comum ela sentir essas dores— ele disse simples

—E isso afeta alguma coisa?— Perguntei confuso

Sei lá que porra é essa mano

—Não, ela vai ficar bem se tomar todos os remédios direitinho— ele disse

—Obrigado doutor, seu pagamento já está na conta— Gabriel falou abrindo a porta pra ele e eu olhei pra Palloma que me encarou e negou com a cabeça
—Vou subir pra vê-la

—Vamos juntos— falei e ele me olhou arqueando as sobrancelhas
—Que é? Querendo ou não minha mãe se importa com ela pô, ela também é maneira comigo— ele concordou com a cabeça e subimos as escadas

Mas o quarto estava trancado.

—Emily? Abre a porta preta— Gabriel pediu e ninguém respondeu
—Emily?

—Tô bem Bi, quero dormir— ela disse com a voz falhada

—Você tá chorando?— perguntei e ficou em silêncio e ela demorou respondeu

—Não, só tô com sono. Me deixem dormir— ela pediu de novo

Gabriel bufou e eu suspirei.

Descemos a escada e a Palloma estava quieta olhando para o nada.

—Então cara não vai dar pra eu ir no seu show hoje, fica pra próxima— ele disse e eu concordei

—Me manda notícias dela— falei e ele assentiu

Passei pela porta e entrei no meu carro, ainda estava preocupado, óbvio que ela estava chorando mas porque?

Eu entrei no meu camarim e estava me trocando até alguém da produção entrar me dizendo que eu era o próximo

Fiz o show todinho na preocupação, a energia do público me ajudou demais mas nada substituiria minha neguinha

Passei em casa e tomei banho, nem comi nada ja fui direto pra casa dela, tive que mandar mensagem pra Palloma abrir a porta e ela me encarou como se quisesse me matar

—Só tô fazendo isso que sei que ela tá mal— ela disse cochichando
—Vai logo antes que o Gabriel nos ver aqui

Ela me entregou a chave geral da casa me mostrando qual era do quarto da Emily porque eu tinha certeza que ela não iria abrir a porta pra mim

—Ela está trancada desde aquela hora?— questionei e ela assentiu

Coloquei a chave na fechadura e abri a porta procurei a Emily pelo quarto enquanto trancava a porta e encontrei ela sentada no escuro ao lado do guarda-roupa enquanto encarava o nada

Quando ela bateu os olhos em mim abaixou o olhar e percebi que ela estava chorando quando cheguei mas próximo dela e me agachei colocando a mão em seus joelhos

—Amor, fala pra mim oque você tem, hum?— falei com calma e cuidado

—Oque você.. tá fazendo aqui Filipe— ela questionou soluçando de tanto chorar mas não olhava na minha cara

—Eu vim te ver, você não quis me deixar entrar aquela hora e eu tô preocupado com você— falei fazendo um carinho em sua bochecha

—Tenho infecção no útero— murmurou baixinho

—Por isso estava sentindo aquela dor meu amor?— perguntei e ela assentiu

Ela tinha o olhar distante e isso me preocupava para caralho

—Me explica direitinho neguinha, não entendo essas paradas— falei fazendo carinho na mão dela

—Oque o médico disse pra vocês... ele mentiu— ela disse e eu abri a boca pra responder mas ela foi mas rápida —Eu pedi que ele mentisse

—Oque? Porque?— perguntei indignado

—Não quero que a minha família saiba que eu tive um aborto espontâneo e que não posso ter mas filhos, Filipe era o meu sonho— ela disse limpando o rosto e eu arregalei os olhos

— oque você quer dizer com isso?— perguntei sentindo os meus olhos já arder e ela me olhou nos olhos pela primeira vez nessa nossa conversa

—Tinha um bebê aqui e ele não sobreviveu—ela disse pingando lágrimas e

—Nos íamos ter um bebê? Um filho?— olhei chocado pra ela que colocou a mão na barriga e assentiu

Cai no chão com as mãos no rosto, eu ia ter um filho com a Emily e agora ele morreu

Eu fiquei na mesma posição chorando por alguns minutos até me tocar que a Emily estava pior, era o maior sonho dela e agora ela não vai realizar e isso dói cada partizinha de mim

Encarei ela que me olhava com os olhos cansados e cheio de lágrimas, me aproximei dela a abraçando apertado enquanto chorávamos juntos

—Me desculpa— ela sussurrou com a voz falhada

—Não é culpa sua, neguinha— beijei seu ombro

—Não vou realizar meu sonho Filipe, nunca— ela disse simples e me deu vontade de chorar mas
—me desculpa por favor— ela chorava baixinho

Peguei ela no colo e a deitei na cama me deitando junto e trazendo ela pro meu peito, ela chorava tanto que chegava soluçar.

—Dorme amor, você está cansada— murmurei passando a mão em seu cabelo e ela negou com a cabeça

Ela aproximou o rosto do meu ainda chorando e demorou pra caramba pra pegar no sono, dormiu com o olho inchado e só depois que ela tinha dormido que eu fui parar pra assimilar as coisas

Eu daria tudo que fosse preciso pra realizar o sonho dela, ela falava disso com tanto carinho que ver a vontade dela deixando de acontecer dói demais e eu tenho certeza que ela não vai superar isso nunca

Tomara que o amanhã seja um dia melhor, porque esse está sendo e foi o pior da minha vida.

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Como eu disse no comentário do capítulo passado, peço a compreensão de vocês porque esse capítulo é importante para o desenvolvimento da história.

Me valorizem porque tô doente e mesmo assim tô vendo que tem gente gostando e por isso tô continuando com a história🫶🏻

Beijos da⭐️

Sobre nós- Filipe Ret Onde histórias criam vida. Descubra agora