Sobre nós- Filipe Ret

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FILIPE RET

Observei o moleque me encarar do outro lado do sofá e piscar os olhos lentamente enquanto a minha mãe dobrava a roupa.

Esse moleque me odeia é isso é nítido.

—Tudo bem, você quer assistir alguma coisa na televisão? Deve tá passando algo que você goste— falei e ele continuou parado me encarando e vi minha mãe segurar a risada

desisti do menino e fui pra cozinha, eram 8 da noite e eu estava aproveitando meus últimos momentos com a minha mãe antes de viajar por uma semana.

Quando voltei para a sala o menino tinha o celular na orelha enquanto prestava atenção em algo.

—Tudo bem mãe, prometo que não vou dormir
tarde— ele disse e eu arqueei as sobrancelhas
—Boa noite também, também te amo.

Ele disse e eu fiquei um pouco estático e parado sabendo que ele estava falando com a Emily.

—Vó a mamãe quer falar com a senhora— ele disse passando o celular pra minha mãe

—Oi querida, prometo que ele não vai dormir tarde, curte a noite— ela disse e logo em seguida desligou

Me sentei no sofá ligando a televisão para ver se passava algo bom e me interessei em um filme.

—Filipe fica com o Junior, vou buscar uma entrega pra mim lá embaixo na portaria— ela disse e eu concordei com a cabeça

O menino se sentou no sofá e ficou quieto prestando atenção na televisão e isso tava me incomodando, qual foi? Um moleque desse tamanho abalar meu ego dessa forma

—Oque foi eu que te fiz? Porque não gosta
de mim?— pausei a televisão e ele me encarou piscando os olhos devagar

—Por que isso te incomoda tanto?— ele perguntou cruzando os braços

—Oh moleque, quantos anos você tem?— arqueei as sobrancelhas e ele deu de ombros

—O suficiente pra saber que você tem que ficar longe da minha mamãe— ele disse e eu olhei pra ele indignado

—Foi ela que mandou tu me dizer isso?— perguntei e ele negou com a cabeça

—Tio Gabriel— ele disse, ah agora faz sentido

Bufei passando a mão no cabelo sem saber oque dizer.

—Olha eu não sou esse mostro que você acha que eu sou tá?— falei frustrado enquanto ele me encarava sem parar

—Mas você machucou a minha mãe, não machucou?

—Olha... Sim, mas foi no passado tá? Sua mãe já está de boa comigo— falei e ele cerrou os olhos em minha direção
—Vamos fazer assim, se eu machucar a sua mãe de novo você pode me dar um chute no saco— falei e vi ele fazer uma careta

Estiquei o braço em sua direção e ele me olhou com dúvida.

Ele demorou mas pegou na minha mão e eu abri um sorrisinho de lado.

—Agora escolhe o filme que tu quer— falei e ele concordou assentindo com a cabeça

Ele escolheu um do coringa, ficamos assistindo até a minha mãe voltar, ela fez pipoca e suco enquanto assistia filme com a gente.

minha mãe deitou a cabeça no meu ombro e Júnior deitou no colo dela, eu estava cansado pra Caralho e nem vi os dois apagarem, eu apaguei primeiro.

EMILY RODRIGUES

Acordei com um braço na minha cintura e a luz do sol no meu rosto já que eu havia esquecido de fechar a cortina ontem a noite.

Virei e dei de cara com Giorgian dormindo, totalmente nú e com uma carinha de cansado.

—Sabes que puedo sentir que me observa, ¿no? (sabe que eu posso sentir que você está me observando não é)— ele disse com uma voz rouca e eu abri um largo sorriso

—De 0 a 10, quanto você acha que o Gabriel vai matar a gente?— perguntei enquanto ele fechava os olhos de leve

—100— ele disse rindo
—Mas podemos ignora-lo— ele disse e eu ri me levantando

—Vou fazer o café da manhã e fumar, você vem?— perguntei e ele concordou se levantando me dando a visão dos deuses

—quieres una foto? durará mas— ele disse e eu revirei os olhos rindo dele

—Veste logo, uruguaio— joguei a roupa dele e ele riu

Enrolei o lençol no meu corpo e sai dali indo para a cozinha.

—AHHHHHH, QUE SUSTO CARALHO— gritei assim que vi Fabinho e Gabriel sentados plenos na minha cozinha
—Oque estão fazendo aqui?

—Você ficou com o arrasca?— Gabriel se levantou e perguntou bravo cruzando os braços

—Não— dei um sorriso torto e sem graça em sua direção e ele olhou para trás de mim

—Oi Gabi— ouvi a voz do ser atrás de mim

Só vi o Gabriel passar a mao na barba, depois no cabelo e partir atrás do arrascaeta que corria ao redor da minha cozinha

—Fabinho, faz alguma coisa— falei nervosa enquanto ele levava o copo de café até a boca enquanto dava risada

Gabriel passou com tudo esbarrando na cadeira que ele estava quase o derrubando no chão e arrascaeta parou atrás de mim segurando na minha cintura como forma de proteção

—Vão com calma, o apartamento e grande vocês podem correr o mas longe possível de mim?— Fabinho questionou e nos três viramos o encarando

—Eu não acredito que você ficou com a minha irmã, MINHA IRMÃ CARA!— Gabriel disse extremamente nervoso

—en algún momento tendrás que superar que tu hermana ya es adulta (Uma hora você vai ter que superar que a sua irmã já é adulta)— Arrasca disse completamente nervoso

—Não quero superar nada, da o fora daqui uruguaio, A gente conversa no CT— Gabriel disse o enxotando para fora e o coitado me olhou pedindo ajuda com o olhar

Gabriel bateu a porta enquanto eu fui beber o meu café da manhã, ele voltou bravo e eu tentei ignorar mas ele não deixou.

—Ele vai te machucar tá legal? E outro amigo meu que não vale nada, ele ama a Camila ainda— ele disse e eu revirei os olhos

—Para com essa mania chata de achar que sou uma adolescente tendo o primeiro amor Gabriel— falei e me sentei em frente ao Fabinho

—É por que você é, precisa entender que isso não é pra você Emily, voce sempre se machuca porque não existe um homem pra você entendeu? Todos eles não prestam

—Cala boca se não a gente vai brigar— o encarei enquanto mordia o meu pão e ele bufou
—Eu e o seu amigo não temos nada, só ficamos uma vez

—Vai acontecer igualzinho como aconteceu com o Gustavo, com o Henrique, o Gabryel e o Filipe— ele disse e eu revirei os olhos

—Sua filha tem quase um ano gabriel, e advinha, não sou eu. Sei me cuidar— falei e ele respirou fundo
—Fiquem a vontade, preciso ir buscar o Júnior

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