EMILY RODRIGUES
Eu estava extremamente atrasada, tinha acabado de deixar Júnior na escola e fui direto para a faculdade, sai da faculdade também correndo e passei no CT para pegar o Gabriel e o arrascaeta venho de brinde.
—Como tá indo a faculdade?— Gabriel puxou assunto no banco do carona enquanto eu ligava o carro
—Está legal, só bastante corrido, me perdi nas matérias pelo tempo que fiquei fora mas acredito que consigo recuperar— falei e ele assentiu
—que universidad estudias? (você faz faculdade de que?)— questionou o uruguaio no banco de trás
—Estética— respondi e ele apenas assentiu
—Pra que a cadeirinha? Nós vamos pegar o Júnior na escola de uma vez?— Gabriel perguntou
—Vamos, inclusive ele deve estar puto lá já porque estamos atrasados e ele não gosta de ser uma das últimas crianças a sair— falei e ele riu
—Moleque mete marra— ele disse e ligou o som, a música que começou a tocar era "F*F*M" que o Filipe já havia deixado claro algumas vezes que foi escrita pra mim, Gabriel sabia disso e pareceu ficar sem graça na hora desligando o som
—Preciso trocar as músicas— ele disse passando a mão no rosto vermelho—Tudo bem, ele é foda como artista— falei ligando o som novamente e ele deu de ombros
—¿esperar? tu decepção es Ret?— Arrascaeta perguntou perdido
—Pra minha infelicidade e a felicidade das mulheres, sim— respondi e voltei a prestar atenção na música
—Odeio ouvir essa música sobre sexo sabendo que ele fez inspirada em você, me sinto enojado— Gabriel disse e eu revirei os olhos
Estacionei na vaga do estacionamento da escola e vi Júnior vir com um bico enorme e os braços cruzados em minha direção, merma marra do meu pai
—Achei que tinha se esquecido de mim— ele disse e eu abri a porta do carro pra por ele e ele deu de cara com o arrascaeta
—Jamais esqueço de você amor— falei e prendi ele na cadeirinha
—Da oi pro tio arrasca—Oi tio arrasca— ele sorriu
—Oi cara, como está?— Giorgian perguntou com o sotaque carregado
—Tirando o fato da minha mãe quase ter me deixado pra morar aqui, tô de boa— ele disse e eu ri e parti pro condomínio do Gabriel e do arrasca
A música que tocava era Bença do Djonga, Gabriel e eu amávamos e então fomos cantando.
—Você e Júnior vão ficar lá em casa hoje?— ele perguntou e eu neguei
—Por favor preta, tô sozinho naquela casona
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Sobre nós- Filipe Ret
RomanceÁs vezes o amor vem de onde a gente menos espera, é como acordar e tomar uma xícara de café e se sentir vivo. Se apaixonar é isso, como cair da cama, de repente e do nada.