Ás vezes o amor vem de onde a gente menos espera, é como acordar e tomar uma xícara de café e se sentir vivo.
Se apaixonar é isso, como cair da cama, de repente e do nada.
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EMILY RODRIGUES
Cheguei da faculdade e encontrei uma barriguda sentada no sofá enchendo a cara na nutella
—Cadê os bebês da madrinha— me abaixei beijando a barriga dela
—Chutando pra caramba a mamãe deles— ela respondeu com a boca cheia
—Que bom que deu o braço a torcer e venho ficar com a gente pelo menos por enquanto— falei beijando a testa dela
—Gabriel praticamente me arrastou né— ela disse rindo
—E falando na peste, cadê?— perguntei e ia começar a tirar o tênis quando ouvi a voz dele e do Filipe
Comecei a tirar vendo os dois descerem as escadas conversando até me notarem na sala
—Eae preta, que cara de bunda é essa?— Gabriel se sentou na poltrona
—Tô cansada— me joguei no sofá
—Cansada de que?— ele arqueou as sobrancelhas em deboche
—Você é idiota? Não se faz esse tipo de pergunta— Palloma disse e eu concordei
—Quando seus filhos vierem ao mundo, vou fazer questão de contar pra eles sobre a sua cuequinha de dinossauro e do chifre que pesa sua cabeça até hoje que a Rafaney te deu— falei e ele me mandou dedo do meio
—Eu vou nessa cara, passar pra pegar minha mãe ainda na casa da minha avó— Filipe disse
—Vai agora não cara, vamo jogar uma partida de vídeo game pelo menos— Gabriel
—Outro dia eu venho, morô?— ele disse
—Já que é assim, tu sabe que pode vim quando quiser pra eu te dar uma surra no jogo— Gabriel disse com ironia
—Até parece, sempre ganho de você— Filipe respondeu rindo —Tchau meninas— ele disse e eu acenei com a mão e Palloma deu tchau
—Eu vou subir, preciso de um banho— falei me levantando e pegando meu tênis
Entrei no meu quarto e tirei a calça mas ouvi um barulho na minha janela que me assustou, me aproximei dela e arregalei os olhos ao ver o Filipe colocar uma escada enorme lá e começar a subir
Mas oque... esse garoto tá fazendo?
—Você é idiota?— bati em seu braço quando ele chegou na varandinha
—Aí, você bate igual homem— ele passou a mão onde eu bati
—Filipe você num disse que ia embora?— questionei
—Eu menti— sorriu debochando me puxando pela cintura
—Não tava de carinha feia pra mim no jantar? Peste ruim
—Já esqueci, e trata de falar com o Gabriel logo, não aguento mas ficar igual adolescente me escondendo, porra tenho 30 anos— ele reclamou
—Mas é um velho rabugento mesmo né— neguei com a cabeça
—Velho seu cu, otaria— ele bateu na minha testa —Ia sair na varandinha assim?— ele perguntou apontando pra mim de calcinha
—Eu ouvi um barulho esquisito— falei e comecei a tirar a roupa
—Eita, que ideia boa eu ter subido aqui, striptease ao vivo— ele sorriu malicioso
—Deixa de ser tarado— falei pegando uma toalha no meu guarda roupa —Me espera aqui, se o Gabriel ou alguém aparecer gritando vê se fica quieto— falei firme
—Sim senhora— ele disse tirando o tênis e deitando na minha cama
—Folgado— revirei os olhos
Depois que tomei banho e sai do banheiro cheirosinho e de roupa colocada, vi o Filipe dormindo
—É mandado mermo né, porra— eu ri sozinha
Me aproximei da janela fechando e colocando cortina e me deitei ao lado do Filipe nos tampando.
Acordei sentindo beijinhos molhados na minha bochecha e nariz
—Me deixa dormir— resmunguei mas o indivíduo não parou
—Hora de acordar neguinha— Filipe murmurou com a voz rouca de sono enquanto tirava o cabelo do meu rosto
Abri os olhos devagar vendo ele me encarando então cocei os olhos
—Tô com fome— ele murmurou
—Você é magro de ruim— resmunguei me levantando —Tem escova de dente no banheiro, já volto— falei saindo
Fui até a cozinha e tava preparando a bandeija e quando voltei topei de cara com o Gabriel
—Eita, vai comer isso tudo?
—Vou— respondi simples
—E tá indo pra onde com tanta pressa?— ele me parou de novo
—Eu tô com fome, será que dá pra você ir logo pro treino e me deixar em paz?— revirei os olhos
—Grossa!
—E grande— resmunguei beijando o rosto dele e sai escada a fome
—Magra de ruim hein— Fabinho murmurou passando por mim
—Mas que droga, todo mundo resolveu falar da minha comida?— gritei irritada e entrei no meu quarto trancando a porta
—Que estresse é esse neguinha?— Filipe resmungou se sentando
—Gabriel e Fabinho me estressando— reclamei pegando o suco
Eu e Filipe ficamos fazendo hora no quarto até todo mundo sair de casa
—Eu acho que já foi todo mundo— murmurei amarrando o cabelo
—Beleza vou nessa, a gente se vê mas tarde— ele se aproximou beijando a minha testa
—Vai com cuidado, devagar por favor— pedi abraçando ele por trás e beijando sua nuca
Filipe virou me encarando e me dando beijinho no batente da porta
—Preciso ir— ele murmurou enquanto eu apertava ele
—Só mas um pouquinho— choraminguei e ele riu negando
—Preciso passar na gravadora amor, te mando mensagem ok?— ele disse e eu assenti dando um último selinho e observando ele passar no jardim pra ir embora
Ouvi um pigarreio de garganta atrás de mim e quase pulei de susto
—Ah, agora faz sentido— Palloma riu
—Você quer me matar de susto— coloquei a mão no peito
—Você se deu bem, ele é gatinho— ela disse deitando no sofá
—Pelo amor de Deus, ninguém pode saber disso— supliquei
—Pela minha boca ninguém vai, relaxa. Mas vocês estão se arriscando demais— ela disse e eu concordei
—Vou contar pro Gabriel até o fim de semana e aí tudo se resolve— falei e ela concordou
—Vamo fazer pavê de chocolate? Tô morrendo de vontade— ela disse
—Eu não sei cozinhar— choraminguei
—Te ensino, vem— ela me deu a mão e seguimos para a cozinha animadas