Capítulo IX - Um sonho sem nexo

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Um lugar tranquilo. Marcos está deitado ao lado de Enrico, em um sono profundo. Viajando em sua mente ele se sente tranquilo, mas ao mesmo tempo temeroso.

Um frio passa por todo o seu corpo e ele se encolhe. Logo, ele desperta e percebe que não está em seu quarto, mas sim em um lugar totalmente escuro. Aos poucos vai conseguindo ter noção de onde está, mas nada se parece com o quarto de sua casa e nem com o quarto do Internato. Ele está em uma espécie de floresta, repleta de túmulos antigos e alguns outros com aparência recém inaugurada.

Marcos tenta andar, mas parece que uma barreira o impede de seguir em frente. Ele olha para os lados e vê um aglomerado de pessoas, em frente a um outro túmulo, segurando um caixão preto. Segurando estão as inspetoras dos andares e com uma pá na mão, está o Diretor Graça.

O local está nublado e com aparência chuvosa. O cheiro de terra molhada exala por todos os cantos. Tudo em si é um tanto quanto mórbido, desde as folhas secas e úmidas no chão molhado, até o ar com uma leve névoa flutuando por entre todos.

— O... — Marcos força a sua visão e mesmo assim tudo parece muito distante e confuso.

Elas posicionam o caixão em direção ao buraco aberto no chão e o soltam. Mais que depressão buscam pás e põem-se a colocar terra em cima do caixão.

Marcos ainda está de pé olhando tudo aquilo sem acreditar no que acontece.

O Diretor Graça pega uma lápide e a coloca no túmulo recém inaugurado. O nome esculpido nele diz: Marcelo e o sobrenome está apagado.

Ele se assusta e tenta se afastar, mas tropeça em algo.

— Não tenha medo — Ouviu o sussurrar de uma voz leve e infantil.

Marcos se assustou e se arrastou para distante da voz que o amedrontou. Arrastou-se pelas folhas secas e o chão úmido, tentando se esconder com os galhos das árvores, mas a voz ainda o assolou.

— Por favor... não fuja — Saiu como um sussurro e todo aquele instante sumiu por entre seus olhos, sumindo de seu pensamento e seus olhos sendo abertos pelo insuportável som da sineta, dando o primeiro toque para todos acordarem. A inspetora Euclávia já estava gritando do lado de fora.

O Mistério do Internato (Livro Gay) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora