Capítulo X - Suspeitos

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O velho relógio da biblioteca marca exatamente onze e meia da noite.

Enrico está indo na frente, com a fraca lanterna iluminando.

Jorge conseguiu a lanterna ao qual Enrico o havia lhe pedido um dia antes, isso literalmente fora seu recorde de entrega. Jorge é o tipo de cara ao qual se pode pedir de tudo, mas ele sempre o cobrará, seja lá qual for o favor pedido em troca. Ele é um quase recém chegado, mas já está no ISM a tempo o suficiente para ser um rato e conhecer todas as passagens ali, menos os segredos que o rondam.

Quando chegou, Enrico e ele ainda eram novatos, por assim dizer e com o passar do tempo, um precisou do outro e logo formaram uma espécie de parceria, mas lógico, com favores trocados mutuamente.

— Essa lanterna é uma porcaria — Enrico bateu a mão contra ela, quando a mesma começou a falhar.

— Não faça isso — Cochichou — Se ficar batendo nela feito um doido, ela vai pifar de vez — Marcos disse impaciente.

—O Jorge deveria ter nos arranjado uma coisa melhor — Ele reclamou.

— Concordo!

— Mas acho que vai dar para chegarmos até o livro — Disse caminhando em direção a prateleira de livros antigos.

Enrico acabou comentando sobre onde poderia encontrar livros antigos que falassem sobre a história do ISM e Jorge lhe respondeu que seria na sessão de livros antigos. O velho livro ao qual a bibliotecária os mostrara dias antes, fica trancado a chaves em uma portinhola debaixo da sua mesa, ninguém pode chegar até ele se não por ela.

Uma coisa que Marcos acabou de esconder foi o sonho que teve dias antes. Um sonho tão estranho e sem nexo quanto qualquer outra coisa. Enrico também lhe esconde algo bem parecido, mas que de certo, pode não ser relevante tanto quanto.

— Eu deveria ter pedido uma cópia da chave a ele, isso seria bem mais fácil do que procurar a seção de livros antigos — Bufou enquanto caminhavam em passos lentos.

— Como se ele fosse possível de conseguir algo desse tipo — Ri.

— Eu não duvidaria...

Os dois continuaram a vagar por entre as prateleiras e secções da biblioteca, até por fim chegarem ao local onde poderiam talvez encontrar algum livro referente ao que procuram.

Rapidamente Marcos foi pegando e olhando livro por livro e não encontraram nada, absolutamente nada.

— Nada! — Marcos bufa.

— Não tem nada nessa porcaria — Irritado, Enrico desliga a lanterna e um clarão surge no final da biblioteca, assustando os dois.

— O que foi isso? — Marcos agarra o seu braço, com medo do que poderia ter sido.

— Não sei... — Olha atentamente pela escuridão, como se isso fosse adiantar de algo — Vamos até lá — Ligou a lanterna, iluminando em direção a onde o clarão havia cessado.

A seção em que estão fica do lado esquerdo, mais precisamente uma das seções do meio. O clarão aconteceu no final da sala, onde eles estavam da última vez, quando estiveram ali para buscar as primeiras informações.

Enrico está indo na frente e iluminando, enquanto Marcos está um pouco atrás, agarrado ao seu braço, tremendo de medo e olhando para todos os lados, mesmo não adiantando. Marcos sente um frio passar por seu corpo, um leve calafrio passar por todo o seu esqueleto, fazendo-o tremer na base.

— Não tenha medo de mim — Um sussurrar em seu ouvido o fez gritar, agarrando-se a Enrico.

— O que houve? — Ele o abraçou, desligando a lanterna e tentando acalmar — O que houve? — Questionou também assustando-se ao ouvir a mesma coisa — O que foi isso...?

O Mistério do Internato (Livro Gay) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora