A passos lentos pelo corredor do terceiro andar eles caminham. A velha lanterna conseguida por Jorge desde a primeira vez que saíram durante a noite. Marcos está segurando na camisa de Enrico, para que pelo menos assim eles não se separassem.
Todo o mapa está na sua mente. Precisam descer as duas escadas e tentar a todo custo chegar ao pátio sem serem vistos. O único impedimento é saber como eles vão passar pelos portões que protegem e impedem a saída ou entrada de qualquer pessoa durante a noite. Isso é o que estão fazendo, de frente para o grande portão de ferro que tem em cada espaço do pátio.
— Por que essa merda está aqui? — Enrico bufa, batendo o pé no chão, fazendo um eco.
— Você vai acordar todo mundo! — Marcos reclamou.
— Por que eu não lembrei disso?
— Você dormiu.
— Quem dormiu por você, quem você acha que te acordou?
— Está bem... — Marcos andou de um lado para o outro.
Enrico desligou a lanterna. Em suas costas está uma pequena surrada mochila, com algumas poucas peças de roupa para ele e Marcos.
Eles ouviram passos indo em direção a eles. Marcos rapidamente se agarrou a Enrico e os dois tentaram se esconder atrás de um banco. Mesmo escuro, eles conseguiram achar o caminho certo para atrás de um banquinho que existe ali.
Os passos começaram a ficar mais fortes e cada vez mais próximos, até que de um instante, cessou.
Os dois se encolheram um pouco mais e de longe poderia sentir a tensão.
— Vocês vão fugir e não me avisam? — Jorge diz aos risos e acende uma lanterna um pouco mais forte que a de Enrico.
Ele ilumina bem no local ao qual estão abaixados e logo os vê.
— Que merda! — Enrico reclama.
— Como? — Marcos levanta e o encara.
— Eu ouvi passos no meu corredor e saí para olhar — Responde aos risos — Vocês deveriam ter me avisado que fugiriam...
— Mas como vamos fugir se está trancado? — Enrico apontou para o velho portão.
— Eu tenho todas as chaves daqui! — Riu caminhando até o portão e segurando o velho e pesado cadeado — Mas só vou abrir se deixarem eu ir com vocês — Olhou para os dois.
Marcos e Enrico se entreolharam e por alguns instantes pensaram.
— Nós não estamos necessariamente fugindo... — Marcos respondeu.
— Então o que estão fazendo?
— Vamos para a floresta — Enrico olhou e riu ao ver a sua expressão de assombro.
— Isso é pedir para morrer... devem estar brincando com a minha cara! — Ele tremeu ao abrir o cadeado.
— Não é brincadeira nenhuma — Marcos o repreende.
— Se vocês fossem ao menos fugir daqui eu iria de fato...
— Nós até iríamos te chamar... — Enrico disse — Mas talvez não goste...
— Prefiro ficar vivo — Ele ri — Será que vamos voltar a nos encontrar?
— Quem sabe um dia — Enrico riu — Mas agora precisamos ir — Tomou a mão de Marcos.
— Vocês estão namorando!?
— Estamos? — Perguntaram em uníssono e se entreolharam e riram.
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O Mistério do Internato (Livro Gay) - Completa
Science FictionMarcos muda-se para um internato por conta própria, em virtude de ser gay. Ao mesmo instante que conhece Enrico - diferente de todos os garotos que existem dentro do ISM. Ele se depara com acontecimentos peculiares. Nada ali é normal. De momento sur...