Capítulo XVII - A floresta

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 A passos lentos pelo corredor do terceiro andar eles caminham. A velha lanterna conseguida por Jorge desde a primeira vez que saíram durante a noite. Marcos está segurando na camisa de Enrico, para que pelo menos assim eles não se separassem.

Todo o mapa está na sua mente. Precisam descer as duas escadas e tentar a todo custo chegar ao pátio sem serem vistos. O único impedimento é saber como eles vão passar pelos portões que protegem e impedem a saída ou entrada de qualquer pessoa durante a noite. Isso é o que estão fazendo, de frente para o grande portão de ferro que tem em cada espaço do pátio.

— Por que essa merda está aqui? — Enrico bufa, batendo o pé no chão, fazendo um eco.

— Você vai acordar todo mundo! — Marcos reclamou.

— Por que eu não lembrei disso?

— Você dormiu.

— Quem dormiu por você, quem você acha que te acordou?

— Está bem... — Marcos andou de um lado para o outro.

Enrico desligou a lanterna. Em suas costas está uma pequena surrada mochila, com algumas poucas peças de roupa para ele e Marcos.

Eles ouviram passos indo em direção a eles. Marcos rapidamente se agarrou a Enrico e os dois tentaram se esconder atrás de um banco. Mesmo escuro, eles conseguiram achar o caminho certo para atrás de um banquinho que existe ali.

Os passos começaram a ficar mais fortes e cada vez mais próximos, até que de um instante, cessou.

Os dois se encolheram um pouco mais e de longe poderia sentir a tensão.

— Vocês vão fugir e não me avisam? — Jorge diz aos risos e acende uma lanterna um pouco mais forte que a de Enrico.

Ele ilumina bem no local ao qual estão abaixados e logo os vê.

— Que merda! — Enrico reclama.

— Como? — Marcos levanta e o encara.

— Eu ouvi passos no meu corredor e saí para olhar — Responde aos risos — Vocês deveriam ter me avisado que fugiriam...

— Mas como vamos fugir se está trancado? — Enrico apontou para o velho portão.

— Eu tenho todas as chaves daqui! — Riu caminhando até o portão e segurando o velho e pesado cadeado — Mas só vou abrir se deixarem eu ir com vocês — Olhou para os dois.

Marcos e Enrico se entreolharam e por alguns instantes pensaram.

— Nós não estamos necessariamente fugindo... — Marcos respondeu.

— Então o que estão fazendo?

— Vamos para a floresta — Enrico olhou e riu ao ver a sua expressão de assombro.

— Isso é pedir para morrer... devem estar brincando com a minha cara! — Ele tremeu ao abrir o cadeado.

— Não é brincadeira nenhuma — Marcos o repreende.

— Se vocês fossem ao menos fugir daqui eu iria de fato...

— Nós até iríamos te chamar... — Enrico disse — Mas talvez não goste...

— Prefiro ficar vivo — Ele ri — Será que vamos voltar a nos encontrar?

— Quem sabe um dia — Enrico riu — Mas agora precisamos ir — Tomou a mão de Marcos.

— Vocês estão namorando!?

— Estamos? — Perguntaram em uníssono e se entreolharam e riram.

O Mistério do Internato (Livro Gay) - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora