Capítulo 41

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Andrew


     Me mantenho perto da minha esposa, um passo atrás dela. Ela está sentada no sofá, estou atrás do móvel, perto o suficiente para ela me sentir e ter o máximo de segurança que ela precisa. O pai dela está no sofá à frente, os olhos curiosos vagando por todo cômodo da sala.

É um apartamento de encher os olhos. E ele é de Beatrice. Assim como uma casa grande em Montana e na Flórida. Tenho vários imóveis e estou passando alguns deles para o nome da minha esposa. Ela é meu bem mais precioso e quero que tenha tudo que posso proporcionar a ela.

Meu pai está do outro lado da sala, próximo ao pai de Beatrice. Meus seguranças estão do outro lado da porta, prontos para entrar a qualquer sinal. Só de olhar para esse homem, sinto uma raiva queimar minha pele. Ele é tão culpado quanto a mãe sádica dela.

— O que está fazendo aqui? — Pergunta Beatrice com um tom calmo.

Seu pai a olha com suavidade.

— Sua mãe me procurou há alguns dias, ela disse que seu… — Ele olha para mim — Seu marido a ameaçou.

Me mantenho em silêncio.

— A ameaçou? Como, exatamente? —Questiona minha esposa.

Seu pai parece desconfortável com minha presença e a do meu pai na sala. Ele me olha como se eu fosse algo difícil de ser encarado e parece escolher bem as palavras.

— Sua mãe foi tão ruim assim? Eu sempre a via te tratando bem, comprando roupas para você. Por quê estão dessa maneira agora?

Bea fica ainda mais rígida, um riso quase inaudível sai dos meus lábios.

— Você realmente não sabe ou finge que não sabe? — Pergunta. — Me diga, nas três vezes por ano que ia me ver não conseguia ver o quão desnutrida eu estava ou como eu comia feito um animal quando estávamos à mesa? A mulher que se diz ser minha mãe não me alimentava como iludiu a muitos. Eu precisava buscar minha própria comida, mesmo que fosse roubada. Tinha noites em que a fome era tão grande que eu comia o estofado do sofá imaginando que fosse hambúrguer apenas para encher meu estômago quando a água não era suficiente — Bea não hesita ou tem o tom agressivo. A cada palavra saída da sua boca me faz fechar o punho com um ressentimento latente nas veias — Os momentos mais felizes do ano eram quando você vinha nos visitar. Leona preparava um banquete e eu não precisava me preocupar em passar fome durante o dia que você passava naquela casa. Você também via meus machucados, ou não? Quantas vezes não chegou a me ver com um olho roxo ou com os braços cheios de hematomas? 

Minha esposa respira fundo, mantendo o silêncio por alguns segundos, se voltando para o pai logo em seguida:

— Como ainda pergunta se ela foi tão ruim assim para mim? — Ela agora demonstra incredulidade e decepção

Seu pai abaixa a cabeça, passando a mão pelo cabelo. Ele olha para a filha com exasperação.

— E por que nunca me contou sobre isso? Eu teria te tirado dela. Eu achei que seus hematomas eram adquiridos na escola, sua mãe sempre disse que você era rebelde.

— E me colocado como bichinho de estimação dos seus filhos? — Beatrice se levanta — O que veio fazer aqui? Por que não vai embora da minha vida junto com Leona? Eu precisarei implorar a vocês para me deixarem em paz? — sua voz embarga.

Carl Miller mantém a expressão neutra.

— Retire a ameaça a sua mãe, Beatrice. Você sabe que ela não tem condições de pagar o valor que estão exigindo caso vá ao tribunal. Você agora é casada com um homem poderoso, uma autoridade. Você pode nos derrubar facilmente. 

Sr. GovernadorOnde histórias criam vida. Descubra agora