Capítulo 16

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  Capítulo mais cedo hoje em homenagem a uma leitora aniversariante 🥳❤️

      Eu aprendi a me tornar egoísta pelos ensinamentos dos meus pais. Eles foram isso para mim a vida toda e transformei meu lema  cuidar de mim mesma. E eu sou boa sendo egoísta, mas nunca me senti bem agindo como uma. Tenho sentimentos dentro de mim difíceis de serem evitados, ignorados…

Neste momento, tudo que está na minha mente é Andrew e a forma como me comportei como ele. Eu omitir, agir sobre meu desejo e fugir assim que percebi que não queria encarar o que acabara de fazer.

A cada hora do dia que se passa, a cada aula que dou me vejo forçando meus pensamentos a permanecer no meu trabalho. Na sala de aula. Não quero pensar em como será quando eu chegar a casa dele e o encarar.

Soa como um ato extremamente covarde, mas nem mesmo quero voltar para sua casa. 

Às três da tarde, quando meu horário se encerra, eu me vejo parada diante do meu armário na sala dos professores. Revivendo a noite passada.

Se fechar os olhos, posso sentir os lábios de Andrew reivindicando meus lábios de uma forma que, ele tinha razão, nunca vou esquecer. Ele me beijou como um homem necessitado do toque dos meus lábios, como se eu fosse a mais saborosa fruta do vale.

 Não, não quero encarar ele porque sei o que vou encontrar naqueles olhos azuis: minha condenação.

Tem um motivo para eu nunca ter me relacionado com um homem antes. Tenho um péssimo progenitor e irmãos são tão canalhas quanto meu próprio pai. Homens nunca foram uma imagem positiva para mim. Por mais que eu saiba que nem todos são iguais, é difícil você achar que alguém possa amar você quando seus próprios pais, irmãos te desprezam pela sua simples existência. 

Eu precisei me mudar para outro Estado e engatar um namoro falso apenas para ter estabilidade e paz. 

Pego minhas coisas no armário lembrando que a mãe de Andrew jantará conosco. Ainda tem isso. 

Saio da escola junto com alguns alunos que estão indo para casa também.

Estou de cabeça baixa, mas ergo o olhar para perceber que um grupo de alunos e professores estão cochichando entre si enquanto olham para um carro preto estacionado na frente da escola.

Reconheço o carro de imediato. É um carro oficial do governo. Só Andrew possui um carro desse na cidade.

Os olhos se voltam para mim, que parei de caminhar e estagnei olhando para o carro.

A porta do motorista se abriu, Andrew contornou o carro vestido socialmente, com as mãos no bolso. Todos ao redor começaram a se cutucar enquanto ele parou ao lado do carro e ficou me olhando, esperando eu me aproximar.

Meu coração erra as batidas ao vê-lo, meu estômago parece está sofrendo cócegas e eu simplesmente o admiro em seu terno, o cabelo bem penteado e o sorriso educado no rosto.

Venha até aqui, por favor.

Seus olhos parecem me dizer isso.

E eu começo a caminhar na sua direção, ignorando os olhares e cochichos de todos. Só paro de caminhar quando estou a centímetros de Andrew, incapaz de parar de olhar seus olhos.

— Oi.— Sua voz sopra meu rosto como uma brisa suave, e ele abre um pequeno sorriso.

— Oi. — Sussurro.

Seus olhos estão nos meus olhos, assim como os meus estão no dele. Não tem constrangimento, não tem ressalvas.

— Eu tive um trabalho pela cidade e decidir passar aqui para te buscar. Fiquei com medo de que você fugisse de mim… sério. — Seus olhos demonstram a seriedade das suas palavras, ele parece desnorteado.

Sr. GovernadorOnde histórias criam vida. Descubra agora