Sr. Governador

Capítulo 18

    

       Preciso sair logo da casa de Andrew Henderson se eu não quiser mandar todo meu autocontrole e sanidade pelo ralo. Ontem não foi uma ameaça, foi um ato de iniciação que começou comigo dormindo com ele, e agora ele tem certeza que nós dois podemos ficar juntos.

Aposto que ele mudaria de idéia se conhecesse minha família… não, eu não aposto. Ele é diferente dos outros homens que já conheci. Por isso é tão perigoso.

— Ontem foi uma surpresa ver o governador parado na frente da escola tão casualmente esperando a namorada — Patrícia se senta na mesa em que estou, com os olhos brilhando e um sorriso largo — Você está operando um milagre. Por mais amigável que Andrew Henderson seja, ele não é muito sociável quando não está incumbido com os deveres governamentais. 

Forço um sorriso, tentando parecer relaxada. Mas posso está tudo, menos relaxada desde que Andrew me prensou no corrimão e me mordeu… aquilo foi excitante.

Ainda posso sentir seu cheiro e o calor do seu corpo.

— Nem eu imaginei que isso aconteceria.— Sou sincera nas palavras e Patrícia rir.

— Ele está muito apaixonado. Vocês dois estão. Ontem vendo vocês se olhando me lembrou da época em que eu namorava meu marido… — ela suspira — Tempos tão bons.

Kent e Patrícia são o casal mais apaixonado da cidade. O modo como ela suspira ao mencionar seu relacionamento deixa isso em evidência.  Vi os dois em algumas ocasiões, são inseparáveis e mal conseguem ficar muito tempo sem se tocar.

Eu e Andrew não somos assim, porque nosso relacionamento não é real e mesmo se fosse duvido que seríamos dessa maneira. Também não estamos apaixonados.

— Você com certeza é uma esposa muito feliz, Patrícia. Desejo que essa felicidade se multiplique a cada dia — desejo do fundo do coração.

Ela sorri, mostrando suas covinhas.

— O que acha de irmos na Walmart comprar algumas coisas qualquer dia desses? Preciso de conselhos para escolher alguns utensílios domésticos. Vi como decorou sua sala de música, você tem bom gosto. O que acha?

Patrícia é rodeada de amigos e amigas. Todos nesta cidade a ama, não consigo compreender o por quê dela me convidar. Algo em mim fica entusiasmado com o convite.

— Claro. Pode ser na quinta-feira? É meu dia de folga. — pergunto.

Seus olhos verdes brilham e ela assente imediatamente.

— Perfeito! Também não tenho aulas na quinta-feira. Nos encontramos às 10 horas da manhã, então?

Concordo com um sorriso e o sinal toca para que voltamos à sala de aula.

Após meu expediente eu sigo para minha casa, sem ter nenhuma surpresa de Andrew na frente da escola. São 15:40 quando chego na minha varanda e encontro dois homens instalando a porta e janelas.

Não é Jonah.

Além disso, instalaram câmeras de segurança.

— Com licença. O que está acontecendo? — pergunto atraindo a atenção dos dois homens de estrutura baixa e rostos simpáticos.

O mais alto entre eles, de cabelo escuro, sorri suavemente na minha direção.

— Fomos mandados aqui para consertar sua casa e instalar algumas câmeras — responde.

Olho confusa para os dois homens, mas eu tenho noção de quem foi o responsável por isso.

— Andrew Henderson mandou vocês aqui? — Afirmo mais do que pergunto.