Capítulo 29

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        Estendo uma taça de vinho para Patrícia, me sentando no sofá oposto. Fiz uma pequena tábua de frios para a gente comer enquanto conversamos e bebemos. Mandei mensagem para Andy avisando que ficaria conversando com Patrícia, ele me mandou um emoji sorridente com um coração.

Tão fofo.

— Você ainda está pensando? É Julliard. Pessoas entram em colapso só para entrar naquela universidade. Você se formou lá, e eles ainda querem que você toque no evento de mais importância para eles, Beatrice. Você não está louca de recusar, está?

Patrícia ainda está boquiaberta sobre meu convite para tocar no aniversário da universidade. 

— Julliard é uma universidade maravilhosa, foi meu sonho durante muito tempo. Porém, quando penso em voltar, simplesmente prefiro ficar na minha zona de conforto.

— Por quê? Aconteceu alguma coisa lá? — pergunta levando a taça de vinho até a boca.

Balanço a cabeça.

— Digamos que várias pessoas colocaram um alvo nas minhas costas quando me viram ficar cada dia mais destacada. Sinceramente, são pessoas imaturas. Prefiro evitar. 

Patrícia suspira tocando a taça de mãos e olhando para mim com uma expressão decisiva.

— Você não pode evitar tudo, Beatrice. Essas pessoas não merecem sua atenção. Vá a Nova York, faça sua apresentação e mostre a todos que os anos só te deixaram ainda mais perfeita.

Riu com suas palavras finais, eu pratico tanto piano que estou quase no limite da perfeição.

Nós duas bebemos e conversamos sobre as aulas e o período de provas que está se aproximando. Patrícia está sobrecarregada com suas cinco turmas e está tendo problemas com a sogra. Tento ajudar da melhor forma.

Por volta das 21:30 nós duas estamos quase bêbadas depois de esvaziar quatro garrafas de vinho baratas. O marido de Patrícia vem buscá-la.

— Oh, meu marido! — Exclama Patrícia quando a campanhia da minha casa toca.

Nós duas rimos e caminhamos cambaleantes até a porta. Eu abro a mesma dando de cara com um homem de altura mediana, cabelo loiros e olhos claros. Os olhos dele recai em Patrícia que está sorrindo e indo para os braços dele.

— Você veio, querido! — se enrosca no pescoço do homem, beijando seu rosto com um sorriso infantil.

Ela é fofa.

— Claro que vim, sei bem como você fica quando está bêbada, Patrícia — ele suspira e estende a mão que não está segurando Patrícia para mim — Ela fala muito sobre você. Sou Kent.

Seguro sua mão tentando dá um sorriso tranquilo, mas com o álcool no meu corpo tenho certeza que esse sorriso se iguala ao coringa.

— Beatrice. Ela também fala muito de você — minha voz soa arrastada fazendo Patrícia rir e eu me controlo para não cair na gargalhada também.

Kent dá uma olhada atrás de mim, preocupado.

— Vai ficar bem sozinha? Posso ligar para o número pessoal de Andrew — pergunta.

Sim, ligue, por favor. Que ele venha aqui e me tome em seus braços, me embale com seu calor e cheiro… não posso. Ele está trabalhando. Preciso deixar ele trabalhar.

Balanço a cabeça.

— Vou ficar bem, foram só algumas garrafas. Cuide dela.

Kent acena em despedida e sai carregando uma Patrícia risonha e bêbada da minha varanda. Eu os observo até entrar no carro, logo depois entro na minha casa retirando meu suéter e calça jeans. Visto uma camisola fina e me jogo na cama com o celular em mãos.

Sr. GovernadorOnde histórias criam vida. Descubra agora