Mary On a Cross.

Capítulo 7

Jimin sorriu certificando-se de que todos estavam olhando com atenção, estalando um clima de suspense no ar, antes que ele pudesse revelar quem seria o portador de seu primeiro pedaço, o olhar do garoto caiu anteriormente sobre Jungkook, que colocou o braço esquerdo em cima do ombro de Jitae, mantendo a expressão de sempre, vazia, mas ainda como se estivesse presente.

— O primeiro pedaço irá para minha amada irmã Jitae, —Jimin disse com um carinho meigo na voz, vendo a mulher caminhar animada para abraça-lo docemente tirando-o do chão, acolhendo-o como se ele fosse uma pequena criança fazendo seus primeiros anos de vida. — Obrigado por ter organizado minha festa, mana, te amo. Eu não poderia escolher outra pessoa que não fosse a que mais me apoiou nesses últimos meses.

Jitae estava tão emocionada, que cenas da infância de Jimin passou correndo por sua mente a recordando do quão especial é aquele menino, memórias felizes mostrando o quanto o amava, o quão gostava de protegê-lo, o quão sentia-se orgulhosa por tê-lo como seu adorável irmãozinho caçula.

Para a primogênita da família Park, Jimin não passava de um bebê que cresceu demais nesses últimos anos, justo ele, o certo alguém que deu a ela o papel de irmã mais velha, para ser sua guardiã e protetora.

Jitae sempre foi assim desde que Jimin estava no ventre, nada e ninguém poderia tocar no bebezinho a caminho, ou sua mãe gestante.

Ao primeiro contato com a gravidez da mãe na gestação de Jimin, ela acreditava que teria uma irmãzinha para brincar de coisas de meninas como boneca, salão de beleza e lhe fazer companhia, pois no primeiro ultrassom para descobrir o sexo constava ser uma menina forte e saudável, no entanto, houve tanta confusão na identidade de gênero que o bebê teria ao longo dos meses.

As primeiras coisas de "Minyan" nome anterior que seria dado a Jimin, foram muitos itens rosa e creme, mas, perante as circunstâncias ao decorrer dos seguintes ultrassons, decidiram trocar para um nome unissex, Jimin, tanto utilizado para meninos como para meninas.

A família na época nem sabia como deveria registrá-lo no cartório, ou lidar com a situação, Jimin é o primeiro e único caso da família.

Os médicos perguntavam sempre se optariam por uma cirurgia de remoção do órgão masculino que era o menos aparente e desenvolvido, enquanto ele era apenas um bebê.

Haveria um corte e o clitóris seria moldado para não perder a sensibilidade como uma moça comum, dando a argumentação de que a criança poderia ter uma vida normal como todas as outras.

No final decidiram os pais de ambos deixar para que quando a criança estivesse mais velha escolher com mais cuidado, era uma decisão que traçaria a vida de alguém, talvez o Jimin do futuro pouco ligasse para os órgãos, talvez o Jimin do futuro não quisesse ser uma garota somente.

E foi o que aconteceu.

Ela não sabia ao certo como deveria tratá-lo no início, quando o bebê finalmente veio ao mundo, se deveria chamar de irmã ou irmão, até que seus pais confirmarem que era um menino, apesar de Jimin ter as duas características nítidas, tanto na mente quanto na aparência, as brincadeiras nunca tiveram gênero para ele, boneca ou carrinho tanto fazia, diferente de Jitae que apenas gostava de coisas de meninas.

E se deixassem Jimin por muito tempo sem cortar os cabelos, as pessoas na rua elogiavam dizendo como a criança parecia uma princesa, e com os cabelos curtos ele aos olhos de desconhecidos era um pequeno príncipe.

A família o aceitou como andrógino sem problema algum, era apenas Jimin mudar algum detalhe que seu gênero alternativa para a concepção de terceiros, mas Jitae temia pelas pessoas de fora, a maldade que existia no mundo era cruel.