Mary On a Cross.

Capítulo 10

Existe o inferno, onde almas pecaminosas caminham e sofrem por seus pecados, e existe o paraíso, onde os certos aproveitam o descanso da carne. Entre ambos, este lugar é conhecido como o mundo dos mortais, no qual tudo se aglomera em um ponto só; no qual puros e impuros se arrastam pelo mesmo solo ardente. — O ômega de Andrômeda.

...

— O que há de errado com ele? — Jimin murmurou para si mesmo, cruzando as pernas sentado em cima da cama, observando Jungkook agir de maneira suspeita durante a manhã inteira.

O homem cantarolava arrumando as roupas de Jimin no closet que ficava de frente para cama de casal, separando por cores e tamanhos, as peças em destaques as colocavam nos cabides e adicionava novas peças femininas, tirando-as das sacolas das lojas, ele havia comprado recentemente para Jimin quando ele quisesse usar, no entanto, nada disso era a parte da estranheza que ardia no peito de Jimin.

Desde manhã cedo Jungkook estava cantarolando feito um pássaro que depois de tempos em cativeiro havia acabado de ser solto na natureza, voltando ao habitat, além do mais, havia uma tortura mental corroendo aos poucos a sanidade de Jimin, algo agonizante que triturava seu senso comum de pensar coisa sadias.

Primeiro, o homem voltou tarde da noite com mimos para Jimin, apesar de não o acordar para receber e dormir aninhado no mais novo como algo normal, e Jimin notou no dia seguinte sobre o que Jungkook trouxe para agrada-lo, pois havia uma comida cara e fria na geladeira, uma garrafa de vinho antigo e outra de champanhe branco condensado, mas Jungkook não chegou dizer em voz alta que era especialmente para ele. Pela gravidez, Jitae poderia ter rejeitado.

Sim, se Jimin levasse outros sobrenomes, seria insegurança e autodepreciação. Por mais que Jungkook demostrasse do jeito mais peculiar e caótico possível, o valor inestimável no qual contemplava Jimin de um alto psicótico existente acima das nuvens, o próprio Jimin era uma base amarga de desprezo próprio.

Segundo, até o momento atual Jungkook nem chegou perto de tocar no assunto, contar para Jimin o que de fato estava acontecendo em relação a Jitae, se ela estava verdadeiramente gravida como deu a entender na cabeça de Jimin, sem falar que o motivo do bom humor do mais velho estava sendo um enigma dolorido no peito de Jimin, por exatamente isso, Jimin estava aguardando a bomba que poderia ser revelada a qualquer momento, estava sendo bastante paciente.

Após organizar todas as roupas de Jimin e fechar o closet, Jungkook voltou com um pirulito de cereja na boca, que à primeira vista Jimin jurou ser um cigarro fedorento.

Ele iria reclamar que o homem estava fumando dentro do apartamento e deixando o ambiente com mal cheiro, mas antes que ele pudesse fazer se calou imediatamente, ao vê-lo retirar o doce de cereja da boca e lambe-lo com a língua completamente vermelha e açucarada mediante ao olhar sugestivo de Jimin, onde Jungkook pela primeira vez estava distraído o suficiente para não perceber tal detalhe no garoto, notar os olhos puxados e pequenos o devorando, mas não conseguindo o engolir por inteiro.

Jimin engoliu a seco compensando, sentindo a saliva áspera escorrer lentamente no canal da garganta.

Jungkook tirou uma fita métrica do bolso da calça moletom e passou a medir a porta do closet espelhado que por ser um apartamento, tem closet reduzido em comparação a altura e o tamanho de uma sala normal. Jimin observou por alguns segundos, mas deste feito, não conseguiu manter-se calado.

— Por que está medindo a porta do closet, Hyung?

— Vou pedir autorização do sindico para ver se podemos fazer uma extensão no closet, quero comprar mais roupas para você depois, irei me adiantar.

— Não é necessário, já tenho roupas o suficiente, tem tantas que Hyung comprou, durará mais de um ano.

— Eu lhe fiz uma promessa, sempre cumpro minhas promessas com você, não vou e nem pretendo descumprir principalmente essa. Não há objeções quanto a isso, já me decidi.