Capítulo 6 - Um anjo na terra

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CAPÍTULO 6 - UM ANJO NA TERRA


Eu realmente não sei qual era o problema das pessoas, porém, estava determinada a comprar uns tampões de ouvido amanhã de tarde. Levantei irritada quando percebi que as batidas não paravam, totalmente insistentes.

Inferno.

Sirius se levantou atrás de mim, achando que ia conseguir alguma comida novamente, e foi me seguindo até metade do caminho. Quando notou que eu me dirigia até a porta, parou e miou, como se estivesse inconformado pela minha atitude.

Revirei os olhos, irritada.

Trabalho todo dia, e na porcaria da minha folga esse povo vem me acordar? De manhã? Engoli um palavrão quanto notei que estava de camiseta e calcinha, então dei meia volta.

- Já vai! - gritei, procurando um shorts.

Assim que vesti um voltei para a porta, que finalmente havia parado de bater. Destranquei e puxei a madeira, que rangeu com o movimento. Lá fora estava muito claro, e demorei alguns segundos para me acostumar com a visão.

Assim que meus olhos se adaptaram, minha boca abriu e eu fiz uma careta.

- Ainda estou sonhando? - resmunguei.

Sasuke Uchiha franziu as sobrancelhas e me mediu, com aquele ar de arrogância que parecia fazer parte dele. Talvez ele mesmo houvesse criado a palavra.

- Já são dez horas - falou, com a voz baixa.

Como se isso fosse algo horrível.

Pisquei algumas vezes sem entender.

- Em um domingo - informei, para caso ele estivesse sofrendo de Alzheimer.

Que tipo de professor aparece na porta da sua aluna às 10 da manhã de um domingo? Um domingo? Meu deus, devia ser crime acordar as pessoas em pleno final de semana.

Ele me mediu de novo, e agora eu estava acordada o bastante para ficar desconfortável com a sua atenção. Quando seus olhos encontraram os meus, ele levantou as sobrancelhas.

- Dorme sempre até tão tarde?

Bom, eu dormiria se ninguém me acordasse, né?

- Sempre bate na porta das pessoas as dez horas em um domingo? - falei a última palavra inconformada, pra ver se ele se tocava.

O diabo deu um pequeno sorriso, e novamente eu me vi presa nele, como se fosse impossível desviar os olhos. Ele deve estar fazendo algum tipo de encanto, só pode.

- Só na casa da minha noiva - respondeu com sarcasmo.

Sarcasmo.

O demônio está sendo sarcástico às dez da manhã de um domingo.

Esse dia já começou bem estranho.

- Que? - perguntei, como uma idiota.

Ninguém podia me culpar, até porque tinha acordado a menos de cinco minutos. Mereço uma folga.

- Vamos logo, Haruno, temos um noivado para desmanchar.

Pisquei os olhos de novo.

Merda.

Resmunguei um palavrão e então voltei para dentro de casa, deixando a porta aberta. A Temari pelo menos me trouxe um café. Ouvi a porta rangendo ao se fechar, e como meu corpo continuava tenso, conclui que ele havia entrado.

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