Fingindo

Capítulo 40 - Príncipe e rei

CAPÍTULO 40 - PRÍNCIPE E REI

Sábado, dia 28, meia noite e um da madrugada – Hinata

O apartamento do professor Uchiha é exatamente o que eu imaginei: grande, moderno e frio. Não é frio no sentido de temperatura, pois tenho certeza que o seu sistema de aquecimento deve ser o ultimo que lançou.

Ele é frio em outro sentido. Não vejo quadros ou objetos pessoais, nada que alguém possa olhar e dizer que se trata de um apartamento habitável.

Parece que uma decoradora montou para mostrar a possíveis clientes como o apartamento pode ficar, caso decidam comprar.

A porta já estava aberta quando chegamos, apenas encostada, e eu fui a primeira a entrar. Deixamos as coisas perto do sofá, e eu abro a caixa de viagem do Sirius. Imediatamente ele saí, já cheirando tudo.

- Eu vou buscar o que falta – Naruto diz, saindo.

Não respondo, apenas procuro ouvir qualquer som.

Demoramos um pouco para chegar, então aposto que a Sakura já está dormindo. Ou pelo menos eu espero que sim.

Ando pelo lugar, procurando qualquer indícios de que ela já esteve aqui, afinal, Sakura não pareceu incomodada com a ideia de vir para cá, o que me faz pensar que talvez eles sejam mais íntimos do que eu supunha.

O que não faz sentido.

Sirius passa por mim, batendo o rabo na minha perna antes de subir no sofá e continuar sua exploração.

Meu celular vibra no meu bolso, mas ignoro. Temari quer saber o que está acontecendo, porque ela não pode se juntar a nós. Como explicar que a nossa amiga está em estado de choque, dormindo no apartamento do professor Uchiha? Ou melhor, que ela está noiva do mesmo, sendo que até duas semanas atrás, Sakura quase tremia de medo desse homem?

Não que eu esteja julgando.

Tenho tanto medo do professor Uchiha quanto ela.

A única diferença é que eu não preciso ter aulas com ele, o que certamente é um alivio. Como se ele fosse invocado quando pensamos nele, o professor apareceu, ainda usando o terno molhado e amassado.

Sua expressão amorosa e gentil havia desaparecido, e ele parecia ainda com ainda mais ódio do que o normal.

- Onde ela está? – pergunto.

O professor olha para mim, me medindo devagar, como se quisesse saber o que eu fazia no seu apartamento. Por fim, ele me encara.

- Dormindo.

Espreito os olhos, tentando ser confiante. Aprendi desde pequena que o segredo está na postura. Não importa como você se sente por dentro, não pode demonstrar.

- Onde?

Preciso ver se ela está bem.

Preciso ter certeza.

- Você não vai acordá-la.

Ah, não.

Ele não me disse isso.

Coloco as mãos na cintura. Sou amiga dela desde Sakura veio morar na cidade, nos encontramos, literalmente, em seu primeiro dia aqui. Ela precisava comprar uns móveis usados para mobiliar seu apartamento, e eu estava gerenciando um bazar beneficente. Eu tinha acabado de completar dezoito anos, e estava conseguindo minhas primeiras responsabilidades na empresa da família. Basicamente ficava só em serviços sociais, arrecadando dinheiro para diversas causas.