Capítulo 16 - Conspiração à la Afrodite

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P.O.V America

Parecia que Cronos havia se reerguido das profundezas sombrias do Tártaro e que sua única missão era fazer com que o tempo demorasse ainda mais para passar. Apesar de terem parecido séculos, o ataque havia durado menos de 1 hora e os estragos haviam sido relativamente pequenos. Descobrimos, depois, que nenhum dos monstros havia conseguido entrar na mansão em si, só na propriedade. Boa parte dos guardas contra-atacou com suas espadas de bronze celestial/ouro imperial.

Então, quando metade dos monstros virou pó e voltou para o Tártaro, o resto fugiu.

Tivemos que permanecer escondidas por mais algum tempo enquanto as imediações eram revistadas, afinal, qualquer monstro – um manticore, por exemplo – poderia usar a Névoa para parecer um humano, matar um guarda e assumir seu lugar, depois acabar conosco de dentro para fora, então, eles tinham que verificar.

Não que alguém tenha me contado isso, mas não precisa ser uma filha de Atena para presumir.

Quando tudo finalmente voltou ao normal, enviaram-nos de volta para o quarto. Andei de braços dados com Marlee. Apesar de ter aguentado firme na sala de jantar, agora, depois que a adrenalina se foi, estou frágil e cansada. Era bom ter Marlee para espairecer.

– Ele deixou você usar calças mesmo depois de perder? – Marlee parecia admirada com a generosidade de Maxon, mas ela não sabia de nada. Não sabia que sua generosidade maior havia sido me deixar ficar mesmo depois de... bem... de tudo.

Sim, ele foi muito generoso quanto a isso.

Eu havia dado um jeito de começar a falar sobre Maxon logo que pude, estava muito ansiosa para descobrir sobre o que eles haviam conversado.

– Acho que o príncipe é charmoso e sabe ganhar – ela conta e eu tenho que concordar, feliz por sua perspectiva dele.

– Sabe mesmo. E consegue ser até mais gracioso quando descobre a dura realidade do que ganhou – "Como uma joelhada nas 'joias reais'", acrescento mentalmente.

– O que você quer dizer? – pergunta, parando de andar para me encarar.

– Nada – respondo rapidamente. Eu não estou nem um pouco afim de explicar o que havia acontecido.

– Sobre o que vocês conversaram hoje? – pergunto, mudando de assunto.

Com o entusiasmo, ela nem parece perceber.

– Bem, ele perguntou se eu gostaria de vê-lo essa semana!

– Marlee! Isso é ótima! – exclamo, feliz por minha nova amiga.

– Quieta! – diz ela, quase rispidamente, depois confere se as outras garotas já haviam subido. – Estou tentando não alimentar esperanças.

– Mas por que? – pergunto.

Ela não responde. Acredito que ela vá falar algo em relação a sua irmã, Ashley. Não sabia se elas eram próximas, mas no mínimo deveriam dividir o chalé ou o correspondente romano a isso. O silêncio reina, até que, alguns momentos depois, ela explode:

– A quem eu estou querendo enganar? Estou tão empolgada que mal posso respirar direito! Espero que ele não demore muito para me chamar.

– Se ele já chamou, tenho certeza que não demorará muito para ele vir atrás de você. Quer dizer, assim que ele terminar de fazer as coisas que os deuses fazem, seja lá o que forem.

Ela dá uma risadinha.

– Fala uma semideusa para outra... Acho que deveríamos conhecer melhor nossos pais divinos... – ela diz, mas não parece ser para mim, parece estar pensando alto.

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