P.O.V America
Não dá para descrever em palavras a raiva, ansiedade, vontade de sair correndo felicidade ao ver o assustador querido Gavril bem a minha frente, esperando-me para minha entrevista. Sei que havia dito a mim mesma que seria forte, que ignoraria o nervosismo, que aquilo não era nada demais e que sentir medo de um cara que só vai fazer algumas perguntas era dramatizar demais fazer essas coisas.
Então respiro fundo, levanto-me, enquanto as outras meninas aplaudem educadamente, dou um sorriso frágil e nervoso para Marlee. E então ando até o entrevistador, concentrando-me em meus pés enquanto caminho. Quando paro em frente a Gavril e percebo que poderei ver Maxon por cima de seu ombro. Isso, sincera e estranhamente, me deixa um pouco mais calma. Ele sorri para mim e dá uma piscadinha assim que eu recebo o microfone.
Aperto a mão de Gavril com um sorriso educado em meu rosto e me sento à sua frente.
– America Singer. Nome interessante o seu. Há alguma história por trás dele? – Ainda com um sorriso educado no rosto, Gavril pergunta.
Suspiro, me sentindo muito aliviada. De tantas perguntas que ele podia mandar, essa era fácil.
– Sim, de fato. Eu chutava muito durante a gravidez. Minha mãe disse que carregava uma lutadora na barriga e por isso me batizou com o nome do país que tanto lutou para se manter unido. É estranho, mas devo reconhecer que ela acertou: nós duas vivemos brigando.
Gavril e as meninas riem.
– Ela parece ser uma mulher bastante enérgica.
– E ela é. – Dou um pequeno sorriso, lembrando-me de mamãe, a "pequena" briga que tivemos antes de eu vir para o castelo momentaneamente esquecida. – Herdei boa parte de minha teimosia dela.
– Então você é teimosa? Um pouco geniosa? – pergunta Gavril e é somente quando percebo Maxon tentando (e não conseguindo) parar de rir. Ele também não consegue tornar seu riso estranho menos escandaloso, apesar de estar cobrindo pateticamente a boca com as mãos. Quase não percebo para o onde o rumo da conversa está indo e quão ferrada eu estou.
– Às vezes – digo, torcendo levemente o nariz.
– Então por acaso não seria a garota que gritou com o príncipe?
Respiro fundo antes de soltar a bomba.
– Sim, fui eu. – CABUUUM! – E minha mãe deve estar enfartando nesse exato momento. Se ela estiver vendo, é claro – digo, para tentar desviar a atenção de Zeus, Tiquê e das meninas ou ao menos amenizar a notícia, já que sei que desviar a atenção de Gavril deve ser quase impossível.
– Faça-a contar a história toda! – grita um Maxon muito empolgado e mal se contento sentado de tanto rir para Gavril.
Tento não fazer cara feia para ele. Contar a história toda implicaria em revelar o balde de molho de tomate – que, a propósito, ele prometeu achar um culpado e não achou... –, o que certamente não daria muito certo, então decidi convenientemente pular a parte do balde e em outro momento cobrar a Maxon a resolução do caso. Apesar de ter achado antes que não me importava em achar o culpado, agora percebo que não é bem assim.
– Ah, qual é toda a história? – pergunta Gavril, seu rosto um misto de alegria, confusão e curiosidade, seu olhinhos brilhando com a nova fofoca.
Mesmo assim, não resisto a tentação de lançar um olhar feio para Maxon, mas ele não está olhando para mim, está levando uma bronca de Zeus, que certamente está mandando-o ser menos escandaloso.
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A Seleção Semideusa
FanfictionSe Maxon Schreave não fosse um príncipe querendo encontrar sua esposa, mas um deus grego imortal? E se America Singer não fosse um reles violinista da casta Cinco, mas uma semideusa? E se tudo fosse diferente e aquela Seleção mudasse a vida deles pa...