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Pov Wednesday

- Meus ombros doem Wednesday! Eu sou fraco! -Eugene resmungou abaixo de mim, buscando manter o equilíbrio.

- É evidente sua falta de força e a dor é relativa, então, recomponhasse -respondi com simplicidade, terminando de coletar a memória que precisava de uma câmera de segurança.

- Podemos ser detidos pelo xerife! -a apreensão do menor não me causou reação.

- Os olhos não servem de nada para uma mente cega -ditei descendo da espalda do rapaz, abrindo minha bolsa, permitindo que Thing saísse.

- Planeja arrancar os olhos do pobre homem? -o cacheado questionou em incredulidade e Thing lhe deu um leve tapa, por soar tão tolo.

- Não, mas continue a me irritar e eu vou arrebatar os seus -ameacei e o outro colocou as mãos no rosto como proteção, sabendo que eu, de fato, poderia executar.

O caminho de volta para Nervermore seguiu em silêncio, mesmo que cansativo. Ao entrar em meus aposentos, encontrei minha colega de quarto colocando uma troca de roupa em uma mala de tamanho mediano.

- Onde pensa que vai? -questionei assustando a mais nova, que não havia notado minha presença.

- Imaginei que passar um período de tempo com Yoko seria bom, não pretendo e nem quero continuar sendo ignorada -retrucou sem vontade, fechando a bagagem.

- Não -sentenciei objetiva, cruzando os braços à sua frente.

- Você não dirige minhas decisões Wednesday e, sinceramente, estou um tanto farta de sua presença -afirmou demonstrando o duelo de sentimentos dentro de si. Enid Sinclair estava magoada pela maneira insensível com que a tratei desde a visita de seus pais e eu tinha noção disto.

A loira puxou sua mochila, desnecessariamente colorida, e passou por mim, sendo impedida por minha mão rígida em seu braço.

- Espere! -pedi surpreendendo não somente a loba, mas a mim e Thing. Parecia não haver controle sobre meus gestos.

Em adição, nunca havia tocado em Enid daquela forma e por espontânea vontade. Era a primeira vez.

- Eu quero você comigo, preciso de você -minhas palavras saíram frias, eu não conseguia expressar calor ou sentimentalismo, mas sabia que minha postura havia sido significativa para a de olhos azuis e motivo de orgulho para a mão decepada.

- Entendo seu lado e perdoou você -a maior suspirou, depositando suas mãos em meus ombros. Sua conclusão foi vaga, mas sincera.

Antes que Enid se afastasse, eu impulsivamente aumentei meu toque em si, deslizando minhas mãos por seu corpo, em um abraço incivil.

Minha respiração estava descompensada, assim como a de Sinclair. Atitudes como aquela nunca haviam partido de minha pessoa.

- Eu...-tentei formular com falta de ar, forçava para que as palavras saíssem, mas parecia haver uma impiedosa barreira.

Olhei para Thing por cima do ombro e ele incentivou minha iniciativa, lembrando-me que estou acima dos meus sentimentos.

- Eu me importo com você Sinclair, ainda não aprecio sua família, mas sendo importante para você, tem meu respeito -afirmar aquilo soou espetaculoso, mas exigiu tanto de cada célula em meu corpo, que doeu.

- Obrigada sweetheart! -agradeceu esfregando seu nariz por minha bochecha, causando arritmias em meu coração. Eu tinha mais que absoluta certeza, algo havia mudado, e a principal suspeita acabava de deixar um beijo longo em meu rosto.

Minha SinclairOnde histórias criam vida. Descubra agora