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Pov Wednesday

- Eu estou enlouquecendo! E não me sinto tão satisfeita quanto pensei -resmunguei desgostosa, desviando o olhar para a mão decepada ao meu lado.

Seus dedos se agitaram freneticamente e eu franzi o cenho.

- Isto não é sobre ela! -afirmei sem delicadeza, como um lembrete para mim mesma.

Eu fitava, por mais de uma hora, o papel branco, com palavras vagas, sem demonstrar inspiração alguma. Pensar em Sinclair não deixava espaço para que eu me concentrasse em qualquer outra coisa.

- Certo, isto é sobre ela! -admiti sem vontade, levantando-me, cansada de permanecer sentada- sua voz se impregnou em minha mente! -grunhi massageando minhas têmporas, recebendo a curiosidade de Thing.

Minha cabeça, que latejava, sentiu com exatidão a força das rápidas batidas em minha porta. Elas ecoavam em meu interior.

Ao abrir, permiti que Yoko invadisse meu quarto com afobação. Ela abraçava Enid de lado, auxiliando seu andar.

- O que houve? -perguntei, enquanto a loira vinha para os meus braços, notando que estava machucada- se você fez algo contra Enid, eu vou garantir que conheça o inferno! -ameacei conduzindo a maior a minha cama.

- Eu juro que não fiz nada! Um lobo a atacou pelas costas! Foi tão rápido! -sua explicação trêmula denunciava sua inocência, em adição, o medo- você acha que ela vai... -questionou vagamente, com desespero em evidência.

- Ela não teria coragem! Sinclair sabe que se morrer eu irei mata-la! -afirmei, de modo, que tranquilizou a vampira. Enid se mantinha um tanto alheia, não conseguindo absorver as palavras.

Me mantinha calma em aparência, mas meu interior queimava de modo estranho. Isso me inquietava, estava em conflito comigo mesma.

- Preciso de analgésicos -pedi olhando para Yoko. Seu raciocínio parecia estar duplamente mais lento- Tanaka você tem problemas auditivos? Eu disse que preciso de analgésicos! -me exaltei, tirando-a de seu transe.

A vampira concordou atordoada e saiu as pressas do meu dormitório. Em sua ausência, com ajuda de Thing, cuidei do ferimento da mais nova, certificando-me de possuir delicadeza.

- Willa? -me chamou, soando um tanto mais lúcida.

- Estou aqui Enid! -aleguei baixo, deixando a mesma entrelaçar nosso dedos.

- Deita comigo? -seu pedido manhoso me enfraqueceu. Eu geralmente negaria, mas não o fiz.

Deitei junto da garota e seu corpo frágil me abraçou, como se buscasse abrigo em meus braços.

- Prometa duas coisas Sinclair -obriguei em um tom manso, mas rígido, ganhando seu olhar sobre mim- este momento, o qual estamos compartilhando, vai ser somente nosso, caso conte, negarei até a morte! -fui ranzinza, ouvindo sua risada baixa- e prometa ficar bem, eu não possuo paciência para lidar com uma nova colega de quarto -minha intimação era coberta pelo disfarce, não deixando transparecer a tonalidade dos meus sentimentos.

- Eu prometo, Wed -sussurrou, buscando uma posição confortável, o que lhe causou dor.

Eu me ajeitei melhor, para que lhe dar mais espaço, mas ela ignorou aquilo, se aconchegando em meu peito. 

- Você vai cuidar de mim? -Enid perguntou esperançosa e eu suspirei.

- Creio que, baseado nas expectativas sobre o laço que criei com você, é minha obrigação -retruquei, enquanto a maior se envolvia em meu abraço.

- Eu me sinto segura com você sweetheart -assumiu, sussurrando aquele apelido enloquecedor, por fim, pegando no sono.

Minha SinclairOnde histórias criam vida. Descubra agora