Heloísa Bittencourt:
O sangue, sangue estava correndo pelas minhas mãos, havia sangue nas minhas mãos, sangue muito sangue. Minhas mãos tremiam quando a arma caiu das minhas mãos e eu me ajoelhei ao lado de Matheus.
— Eu... eu... eu... - Eu não conseguia formular uma única frase. Matheus gemeu fazendo com que eu lhe encarasse e visse que os seus olhos estavam entreabertos. — Você....
— Não se culpe. - Sussurrou ele apertando a minha mão. — A sua vida, você apenas salvou a sua vida, eles não teriam piedade de você. Pedro precisa da mãe ao lado dele ao seu lado, você estava apenas protegendo a sua vida.
— Matheus. - Balbuciei vendo a poça de sangue que estava se formando ao nosso redor. — Não morra, eu não quero que você morra, eu odeio você, mas eu não quero que você morra. Por favor, não morra.
Passos fizeram com que eu ficasse ainda mais apavorada e pegasse o fuzil e apontasse para onde os passos estavam vindo, eu estava preparada para matar qualquer pessoa que tentasse se aproximar.
— Não se aproximem. - Mandou alguém e a minha visão estava turva e eu não conseguia identificar quem era a pessoa. — Ela está em transe e irá machucar qualquer pessoa que se aproximar dela.
— Mas, o chefe. - Sussurrou alguém e eu apertei com mais força o fuzil.
— Ninguém irá se aproximar dela. - Ordenou a voz. — Heloísa, Helo olhe para mim.
— Gui. - Sussurrei sentindo as lágrimas arderem nos meus olhos e as minhas mãos voltaram a tremer. — Gui, eu...eu.
— Eu sei. - Afirmou ele dando um passo na minha direção e ajoelhou-se ao meu lado segurando as minhas mãos e apertando-as. — Pode me entregar o fuzil, ninguém mais irá lhe machucar. Matheus que matou os policiais.
— Eu. - Contei-lhe sentindo as lágrimas deslizarem pelo meu rosto e as minhas tremerem quando ele tirou o fuzil das minhas mãos. — Eu, fui eu, eles atiraram, eles atiraram e ele me protegeu, ele estava apenas me protegendo a culpa é minha, minha.
Ele concordou e me puxou deixando com que os outros se aproximassem do corpo de Matheus e eu gritei e me debati mandando com que ninguém se aproximasse dele, mas Guilherme apenas me manteve controlada entre os seus braços.
— Levem-no para a clinica e ordenem que os médicos salvem a sua vida. - Ordenou ele. — Eu irei cuidar de tudo e logo estarei ao seu lado para saber o que está acontecendo.
Vi eles saírem com o corpo de Matheus enquanto eu me debatia e mandava com que eles parassem e não fizessem mal a ele. Guilherme segurou os meus ombros forçando-me a encará-lo.
— Ele irá ficar bem. - Prometeu ele, mas eu sabia que ele estava apenas mentindo para conseguir me acalmar. — Prometo a você que irá voltar com vida, essa não é a primeira vez que isso acontece. Mas, nesse momento eu preciso cuidar dessa situação e não posso cuidar de você. Precisa me ajudar para que eu possa lhe ajudar, eu prometo que irei lhe dar notícias quando eu as tiver.
Concordei e deixei com que ele me conduzisse até em casa e pediu para que Lúcia cuidasse de mim e prometeu que iria me trazer notícias o mais rápido possível e tudo que eu conseguir fazer foi anuir.
— Eu irei cuidar dela. - Avisou a senhora Marta e eu a encarei com os meus olhos arregalados. — Prepare um chá, ela irá precisar disso quando terminar o banho. Não deixe com que ninguém entre na casa e você busque a criança na creche, o morro está perigoso para confiarmos apenas nos vapores, eles tem muito trabalho para fazerem nas próximas horas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Ex é o Dono do Morro
ChickLitHeloísa Bitencourt é uma mulher marcada pela vida, com apenas 24 anos já passou por poucas e boas e já está calejada, trabalhava duro para sustentar o filho de três anos, mas, quando a vida lhe da uma rasteira ela se vê obrigada a aceitar o convite...