Capítulo Dez

9.2K 443 20
                                    

                                          Heloísa Bittencourt

                        Um Mês Depois:

           Eu estava exausta, trabalhar durante a noite estava tirando toda a minha energia, já que o bar não tinha hora para fechar, apenas quando o último cliente saísse e eu estava chegando em casa quando o sol estava começando a nascer e quando eu chegava em casa eu só queria me jogar na cama e dormir, mas, não podia fazer isso, pois, eu tinha que levar Pedro para a escola, arrumar a casa, já que como eu estava morando de favor eu não gostava de deixar as coisas jogadas e só depois eu conseguia tirar um cochilo merecido.

_ Você deveria procurar outro emprego. - Falou Mariana jogando-se no sofá ao meu lado e eu suspirei agradecendo por aquele ser o meu dia se folga, assim eu poderia apenas colocar os meus pés para cima e relaxar. _ Você está se acabando e o salário nem é tão bom assim.

_ Mas, as gorjetas são ótimas. - Lembrei ouvindo-a suspirar, o salário não era dos melhores, mas, os clientes eram muito generosos com as suas gorjetas e com as cantadas ridículas, então eu apenas me fazia de surda e continuava a fazer o meu trabalho. _ E enquanto não aparecer nada melhor, eu irei continuar lá Mari, pois, infelizmente eu não posso sentar e esperar o trabalho dos sonhos aparecer na minha vida, é isso ou é isso.

_ Ainda não gosto dessa ideia de você estar se arriscando subindo o morro nesses horários. - Resmungou ela e eu apenas sorri colocando a minha cabeça no seu ombro. _ Como estão as coisas com os vapores? Eles ainda não pararam de pegar no seu pé?

_ Eles tem medo de mim, então pararam de encher o meu saco, apenas alguns mais metidos que ainda tem coragem de se aproximar de mim. - Respondi suspirando, eu estava agradecida por não ter dado de cara com Matheus naquele último mês, pois, eu queria a cara daquele inbecil se ele se aproximasse novamente de mim. _ E como eu disse a você, irei ficar na minha, pois, ele quer confusão e eu não irei dar esse gostinho para ele, pois, eu sou muito melhor do que isso e não irei cair nos seus joguinhos ridículos.

           Ela concordou e roubou um pouco da minha pipoca, ela tinha dado aula apenas naquela manhã, já que não tinha turmas a tarde naquele dia e estávamos apenas de bobeira vendo um filme qualquer que estava passando na televisão e eu nem ao menos estava prestando atenção, já que estava quase cochilando, eu dormia muito quando estava de folga, principalmente porque eu costumava ficar sozinha em casa depois de ter levado Pedro para a creche e acabado de arrumar a casa.

            Mari estava cochilando no sofá quando o meu celular tocou e eu suspirei ao ver o nome do meu chefe brilhar na tela, suspirei e atendi sabendo que o motivo dele estar me ligando, já que ele já tinha feito isso nas minhas outras folgas e eu queria o mandar para o inferno falando que eu como qualquer outro trabalhador que trabalhava durante a noite merecia aquilo, mas, eu não podia fazer aquilo e apenas concordei em trocar a minha folga para o dia seguinte já que ele estava com pouco pessoal naquela noite.

_ Ele está explorando você. - Resmungou Mari quando eu terminei de fazer a minha maquiagem, eu sabia que não iria ter tempo de fazer isso no trabalho, já que a vã que nos buscava sempre chegava encima do horário e eu mal tinha tempo de trocar de roupa sem me atrasar para o expediente. _ Você prometeu a Pedro que iria dormir com ele hoje.

_ Irei o compensar amanhã. - Prometi beijando o seu rosto carinhosamente. _ Está tudo bem Mari, não se preocupe comigo, você sabe que eu sei muito bem me cuidar sozinha, não precisa ficar aflita dessa maneira.

              Ela resmungou e eu peguei a minha bolsa e a minha sacola e saí correndo de casa quando vi o horário, tive que pegar um moto táxi para não me atrasar ou eu iria perder a vã e isso seria péssimo, pois, eu demoraria uma noite para chegar até o Leblon e iria ter a minha cabeça servida em uma bandeja de ouro. Corri até o banheiro e coloquei o meu uniforme, eu não gostava muito dele, pois, ele era um pouco indecente a saia era um pouco curto e a blusa social com o colete fazia com que eu parecesse uma garçonete de filme pornô e ainda tinha as botas de cano alto, mas, uniforme era uniforme. Prendi os meus cabelos em um rabo de cavalo para que eles não me atrapalhassem e prendi o meu crachá antes de ir para o salão.

Meu Ex é o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora