Meu Ex é o Dono do Morro

Capítulo Vinte e Três

Guilherme Alcântara/ Einstein:

— Você tem certeza disso? - Perguntei encarando o vapor e serrando as minhas mãos. — Isso é uma acusação grave e que pode nos render muitos problemas no futuro.

— Eu vi com os meus próprios olhos, chefe. - Resmungou ele abaixando a sua cabeça e eu passei as minhas mãos pelos cabelos. — Fiz o que o senhor mandou e fiquei de olho na senhora Marta e logo depois da meia noite ela recebeu a visita do secretário de estado, eu pensei em intervir e matar os dois, mas eu sabia que isso lhe daria mais problemas e por isso eu apenas me calei e esperei para lhe contar pessoalmente.

— Inferno. - Rosnei fechando os meus olhos, isso era muito mais grave do que eu estava imaginando, eu sabia que os "parceiros" da senhora Marta eram pessoas do alto escalão e que ela estava cercada por inimigos, porém eu não conseguia entender o que ela estava fazendo ao lado do nosso pior inimigo. — Você não irá falar sobre isso com ninguém, se eu ouvir qualquer boato sobre esse assunto, irei o mandar para o micro-ondas e lhe torturar até Menor retornar e decidir o que irá fazer com você.

            Ele me encarou com os seus olhos arregalados e concordou saindo da boca e eu me joguei no trono e suspirei, comandar o morro era cansativo e agora eu entendia o motivo de Menor está sempre reclamando.

— O que irá fazer sobre isso? - Perguntou Lipe e eu apenas suspirei. — Sabe que esse é um assunto perigoso, poderá queimar as suas mãos se mexer nesse fogueira.

— Irei manter os meus olhos sobre ela e tentar conseguir mais informações e deixar com que Menor resolva quando retornar. - Respondi o encarando. — Esse é um assunto de família e eu não irei me meter nisso, principalmente sabendo com quem eu estou me metendo, dona Martha não é flor que se cheire, ela não conseguiu ficar viva depois de uma traição por conta do seu rosto bonito e sim pela sua inteligência e ela pode virar esse jogo a qualquer momento, então que se resolva com o seu filho.

— Você acha que ela está realmente o traindo? - Questionou ele sentando-se ao meu lado e eu neguei, acho que esse não tinha sido o motivo do seu retorno, mas eu sabia que tinha algo por trás disso e principalmente que ela era perigosa. — Nenhuma mãe quer a infelicidade do filho, acha que ela poderia estar tramando algo contra o chefe?

— Não. - Respondi. — Não depois do que ela fez, nenhuma pessoa seria tão cínica a ponto de atuar daquela maneira, ela estava realmente preocupada com Menor e com isso conseguiu aquela ambulância, mas eu não coloco as minhas mãos no fogo por ninguém, tenho certeza que ela tem intenções com a sua volta para a quebrada, ela não iria deixar a sua vida de luxo no exterior para voltar para o morro se não tivesse intenções ou planos. Então é melhor ficarmos de olhos abertos e vigilantes, não irei ser morto por conta dela, principalmente quando eu conheço a história torta entre ela e Menor.

             Lipe concordou e eu mandei com que ele fosse fazer a ronda e ver como estava a situação dos moradores depois da invasão e eu peguei os papeis que estavam se empilhando. Verifiquei toda a parte burocrática e enviei para o contador, examinei os livros vendo os lucros daquela semana e os malandros que estavam devendo a mais tempo, parece que iriamos ter que ir atrás de alguns daqueles imbecis e lhes dar um sustinho para que eles aprendessem que com dinheiro ninguém brincava.

— Aqui está o nome dos devedores, quero que vocês vão até eles e lhe deem um pequeno aviso. - Ordenei os encarando. — Informe que eles tem uma semana para quitar as suas dividas, pois a próxima vez eles irão conhecer o micro-ondas e dê lá ninguém saí com vida.

— Iremos fazer isso imediatamente. - Avisou um dos vapores. — Precisa de mais alguma coisa chefe?

— Por enquanto não. - Respondi. — Se eu precisar de algo eu irei lhes avisar. Agora sumam da minha frente que eu tenho mais coisa para fazer.