Capítulo Treze

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                                       Mariana Fernandes:

            Abracei Pedro e acariciei os seus cabelos delicadamente tentando fazer com que o garotinho parasse de chorar, eu sabia que ele estava com saudades da mãe, já que Helo estava sumida a dois dias e eu não sabia mais o que fazer para conseguir lhe localizar, eu estava quase indo até a boca dar queixa sobre o seu sumiço, já que isso era normal, ela tinha apenas saído para trabalhar e desde aquela noite não tinha dado nenhum sinal de vida e nem ao menos atendia o celular que estava sempre desligado, a polícia não estava fazendo nada e eu estava completamente desesperada.

_ A mamãe irá voltar querido. - Sussurrei limpando o seu rostinho delicadamente e me abaixando para ficar na sua altura. _ Não chore, você sabe que ela não gosta quando você chora dessa maneira.

_ Eu sei dinda. - Choramingou ele fazendo com que o meu coração se quebrasse em milhões de pedaços, vê-lo daquela maneira me destruía completamente. _ Mas, eu estou com saudades da mamãe, ela nunca mais me colocou pra dormir, ela disse que ia voltar pra dinda, ela não vai mais voltar igual o meu papai.

_ Claro que ela vai voltar querido. - Afirmei tentando sorrir apenas para o acalmar. _ Você sabe que a mamãe não iria a lugar nenhum sem você, ela está apenas trabalhando, eu tenho certeza que logo, logo ela vai estar em casa, vai colocar você para dormir e encher você de beijinhos como ela sempre fez, você precisa apenas esperar mais um pouquinho. Tudo bem?

_ Tudo bem. - Concordou ele contrariado e me encarou limpando o seu rosto. _ Você me conta uma historinha dinda?

_ Claro que sim querido. - Respondi pegando-o no colo e o levando até o quarto e lhe coloquei na cama como Heloísa fazia e peguei um livro que estava sobre o criado mudo abrindo na primeira pijama e comecei a lhe contar a história e não demorou muito para que ele estivesse adormecido e eu fiquei acariciando os seus cabelos delicadamente. _ Boa noite, meu bem, durma com os anjos, a dinda promete que irá fazer de tudo para trazer a sua mamãe de volta para você.

              Fiquei zelando pelo seu sono até batidas na porta fazerem com que eu saísse da cama e deixasse a porta do quarto entreaberta para que eu pudesse escutar caso ele me chamasse e dei dois passos para trás quando vi quem estava parado na minha porta.

_ Olá. - Saudou Menor sorrindo e fazendo com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem de medo, eu sabia muito bem o que ele estava acostumada a fazer com aqueles que não lhe agradavam. _ Desculpe-me pelo horário, mas, eu andei um pouco ocupado, estou aqui para levar a criança.

_ Como? - Perguntei o encarando com os olhos arregalados, ele só podia estar tirando uma com a minha cara, eu não iria deixar com que ele encostasse em um fio de cabelo de Pedro, ele só faria isso por cima do meu cadáver, Heloísa tinha deixado ele sobre minha proteção e eu não iria o entregar para aquele homem. _ Me desculpe, mas, acho que você está batendo na porta errada.

_ Eu odeio pessoas que ficam tirando uma com a minha cara. - Rosnou ele segurando o meu rosto com força e fazendo com que eu arregalasse os meus olhos. _ Meu humor não está muito bom hoje, então recomendo você a não me estressar, pois, eu posso ter um pouco de paciência com a sua amiga, mas, apenas porque infelizmente eu fiz a burrada de me casar com ela, mas, não serei paciente com você, então eu recomendo que você entre me traga a criança, pois, a paciência é curta e você não vai querer que ela acabe.

_ Não posso entregar Pedro a você. - Sussurrei sentindo ele me soltar e senti o meu coração bater desesperadamente no meu peito. _ Heloísa me mataria se eu fizesse isso e eu tenho mais medo dela irritada do que de você.

_ Lealdade, você não está morta apenas por conta disso novinha, pois, estou vendo que você é leal a sua amiga e eu tenho um certo apreço por pessoas leais. - Falou ele tirando algo do bolso e eu quase desmanei pensando que ele iria me matar ali, mas, era apenas o seu celular. _ Entregue o celular para Heloísa.

              Ele me passou o celular e me encarou com aqueles olhos frios e eu coloquei o aparelho no ouvido.

_ O que você quer seu filho da puta? - Perguntou aquela voz fazendo com que eu quase chorasse de alivio, pelo menos ela não estava morta, mas, parecia que a situação não estava nada bom para o seu lado. _ Matheus a minha paciência não é muito longa, eu estou sendo uma boa menina como você mandou, então fale de uma vez o que você quer.

_ Helo. - Sussurrei ouvindo ela chamar o meu nome. _ Oh meu deus! Você está bem? Céus sabe o quanto eu estava preocupada com você, pensei que algo de errado tinha acontecido com você, eu estava quase indo na boca dar queixa de você.

_ Isso não iria adiantar muito já que esse maldito está me mantendo presa, já que ele é a causa do meu sumiço. - Rosnou ela fazendo com que eu apertasse o celular e encarasse o homem parado na minha frente. _ O que ele está fazendo aí? Ele me prometeu que iria deixar vocês em paz se eu fizesse aquilo que ele quiser.

_ Ele está aqui para pegar Pedro. - Sussurrei vendo-o revirar os seus olhos. _ Eu não sei o que fazer.

_ Faça o que ele está mandando. - Disse ela e eu percebi que ela estava a ponto de chorar e eu não gostei nem um pouco daquela situação. _ Esse filho da puta não irá fazer mal nenhum a Pedro, ele é a única coisa que ainda me mantem ligada a ela e garantindo que eu irei ser uma boa menina, não quero que ele machuque você, então apenas faça o que ele mandou.

_ O tempo acabou. - Falou ele arrancando o celular das minhas mãos e encerando a ligação. _ Irá me entregar a criança por bem ou eu irei ter que entrar e pegá-la a força? Escolha sabiamente novinha, eu não costumo deixar ninguém vivo de entrar a força.

_ Pedro está dormindo. - Sussurrei apertando a porta atrás de mim e vendo-o sorrir ironicamente. _ Está tarde, ele teve dias difíceis longe da mãe, faz dois dias que ele não dorme direito, eu não posso o entregar amanhã?

_ Tenho cara de palhaço? - Perguntou ele tirando a arma da cintura e eu arregalei os meus olhos. _ Entre lá pegue a criança e me entregue enquanto ainda não tem uma bala enfiada no meio da sua testa.

             Engoli a seco e entrei em casa sentindo os olhos daquele homem sobre mim, engoli a seco e segui até o meu quarto e peguei Pedro no colo jogando o cobertor sobre o seu corpo para que ele não pegasse o sereno da noite e segui na direção da porta vendo que ele estava ainda mais impaciente do que quando tinha aparecido na minha porta.

_ Boa escolha novinha. - Falou ele arrancando Pedro dos meus braços e o pegando de uma maneira estranha. _ Estou de saída, espero que você esqueça essa pequena visita ou poderá ter problemas em um futuro próximo.

              Ele se afastou entrando no carro e eu engoli a seco, esperando realmente ter feito a escolha certa que não fizesse a minha amiga e o meu afilhado sofressem, pois, eu nunca iria me perdoar se soubesse que eu tinha perdoado mão e filho.



Meu Ex é o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora