Capítulo Dezenove

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                                    Heloísa Bittencourt

                        Uma Semana Depois:

_ Mamãe, mamãe. - Chamou Pedro segurando a minha mão e fazendo com que eu sorrisse e beijasse a sua testa carinhosamente. _ Você vai me levar para a escolinha hoje?

_ Sim, meu amor. - Respondi sorrindo. _ Mamãe vai levar você para a escolinha e irei buscar você e nós podemos passar na praça e comer um sorvete bem grandão.

_ Eba! - Comemorou ele saltitando ao meu lado e eu sorri. _ O papai também vai?

_ Não bebê. - Respondi vendo um biquinho se formar nos seus lábios e eu acariciei o seu rosto carinhosamente. _ O papai precisa trabalhar, por isso ele não vai conseguir levar você na escola.

_ Tudo bem mamãe. - Falou ele sorrindo. _ Estou com fome mamãe.

_ Vamos tomar café, filho. - Falei sorrindo e saindo do quarto.

               O café já estava na mesa e mãe de Matheus estava ali e eu tinha um pouco de medo daquela mulher, já que ela estava sempre a minha espreita, coloquei o café do meu filho e belisquei uma torrada e salada de fruta que tinha sobre a mesa, eu não sentia muita fome pelas manhãs, principalmente quando  eu não estava na minha zona de conforto.

            Depois arrumei Pedro e saí com aquelas duas crianças fazendo a minha "proteção", como se eu precisasse daquilo, mandei com que eles ficassem a alguns metros da creche, eu não queria que eles assustassem as crianças, elas não precisassem passar por aquela situação desagradável, se eu não me sentia confortável em ter duas crianças com fuzis na minha cola, imagina para aquelas crianças que estavam tentando ter um final melhor.

             Deixei Pedro na sua sala e depois saí da creche indo na direção da praça.

_ OH! - Exclamou Mariana, como ela não tinha o primeiro tempo de aula, eu tinha pedido para que ela me encontrasse na praça, pelo menos assim eu poderia comer alguma coisa em paz. _ Ela acertou em cheio, todos estão comentando sobre a sua briga com Karina, as marmitas estão todas colocando as suas asinhas para fora.

_ Elas que venham, não irei ter piedade da próxima como tive daquela piranha. - Rosnei pegando o meu pão na chapa e dando uma mordida. _ Se elas estão achando que eu irei aturar as alfinetadas estão muito enganadas, irei mandar quem está no comando dessa bagaça.

_ Você vai acabar se colocando em problemas isso sim. - Falou ela e eu apenas suspirei. _ Como estão as coisas na casa nova? Espero que vocês ainda não tenham se matado.

_ Pode ter certeza que eu ainda não tive apenas uma chance para fazer isso. - Afirmei e ela deu uma gargalhada, eu acho que as vezes as pessoas me levavam na brincadeira. _ Aquela casa é estranha, pois, além de Matheus, ainda tem a mãe dele, aquela mulher me dá arrepios, parece que ela está sempre me analisando como se estivesse esperando com que eu cometesse um erro para jogar na minha cara.

_ Ninguém a entende como ela ainda está viva. - Comentou ela fazendo com que eu a encarasse com a sobrancelha arqueada. _ Ela traiu o marido com o subchefe dele, o subchefe teve um destino bem cruel, a cabeça dele ficou até criar bicho na praça como um aviso para todos aqueles que desejavam a mulher do chefe e ela foi exilada linda e formosa fora do país, todas falam que ela tinha cartas na manga, pois, apenas com isso que ela conseguiria sair do morro viva e viver bem.

_ Preciso ter ainda mais cuidado com aquela mulher. - Afirmei ouvindo a sua risada. _ Preciso voltar, tenho que resolver algumas coisas em casa e passar no bar para pegar o meu último pagamento, eu não posso deixar o meu dinheiro lá.

Meu Ex é o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora