Capítulo Seis

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Heloísa Bittencourt:

Minhas mãos tremiam quando eu fechei a porta, parecia que tinha algo preso na minha garganta e as lágrimas estavam ardendo nos meus olhos, minhas pernas estavam tremulas e Mariana me encarava com os olhos arregalados como se eu tivesse feito algo muito errado.

_ Você não deveria o peitar dessa maneira. - Falou ela me encarando e se aproximando de mim. _ Ele pode querer a sua cabeça, Menor é infernal, ele não deixa com que ninguém mexa com ele dessa maneira.

_ Não tenho medo desse filho da puta. - Garanti respirando fundo, eu prometi a mim que não iria derramar mais nenhuma lágrima por conta daquele filho da puta, se ele estava achando que iria me intimidar, estava muito enganado. _ Se ele quer entrar em guerra comigo, vamos fazer isso, ele sabe que eu não sou alguém que vai calar a minha boca apenas por causa de uma cara feia.

_ Você não tem medo do que ele pode fazer contra você? - Perguntou ela e eu apenas neguei, Matheus sabia muito bem que eu poderia fazer o inferno da sua vida caso ele tentasse qualquer coisa contra mim. _ Ele não irá parar até que você tenha saído do morro Helo, eu conheço ele desde pequena Menor sempre tudo aquilo que ele quis e não se importar com que ele precisasse fazer para conseguir isso.

_ Pois, eu com certeza tenho algo que pode calar a boca daquele imbecil. - Garanti fechando as minhas mãos em punhos, eu não iria deixar com que ele voltasse a interferir na minha vida daquela maneira, se ele queria uma guerra, ele iria a ter, pois, eu nunca fui uma mulher que fugia dos seus problemas. _ Não se preocupe com isso Mari, não irei prejudicar você ou Dona Kátia, eu dou muito grata por tudo que você tem feito por mim e por Pedro.

_ Você é a minha melhor amiga e minha comadre, eu não podia deixar vocês dois na rua. - Falou ela me abraçando carinhosamente. _ Acho que você deveria ir descansar, eu realmente gostaria de saber sobre a sua história com Menor, mas, acho que está muito nervosa para me contar sobre isso, podemos conversar amanhã quando estiver com a cabeça fria.

Concordei e lhe abracei acariciando as suas costas delicadamente antes de lhe desejar boa noite e ir na direção do quarto onde eu estava hospedada, tirei aquela roupa e joguei em um canto antes de colocar o meu pijama me deitar na cama e abraçar o meu garotinho acariciando os seus cabelos delicadamente enquanto sentia as lágrimas escorrem pelo meus olhos, eu prometido que nunca mais iria chorar por conta daquele filho da puta, mas, o reencontra tinha sido como repassar toda a minha história na minha mente.

Eu tinha comido o pão que o diabo amassou depois que ele tinha me abandonado, por conta dele eu tinha brigado com os meus pais e eu não queria voltar para casa com o rabinho entre as pernas e deixar com que eles jogassem na minha cara que estavam certos e que Matheus não prestava. E eram poucas as pessoas que davam trabalho para uma grávida ou para uma mãe com uma criança pequena e foi um momento muito difícil da minha vida, pois, eu precisava de toda a ajuda possível, eu tive que deixar o meu filho com desconhecidos para poder trabalhar e colocar comida na mesa, eu nunca tive medo do trabalho, eu poderia fazer aquilo se fosse para ver o sorriso no rosto do meu garotinho no final do dia.

Foi nessa época que eu conheci Mariana, como eu tive que trancar a minha faculdade por um tempo, quando voltei a estudar foi a noite, eu pagava uma pessoa para ela ficar com Pedro para que eu conseguisse terminar a minha faculdade e dar um futuro melhor para o meu filho, eu nunca precisei de Matheus para nada, eu realmente tinha feito uma promessa no dia que ele tinha saído de casa, que eu nunca iria pedir um pedaço de carne que fosse para o meu filho, pois, eu era capaz de fazer isso por mim. Porém, a crise fez com que eu perdesse o meu emprego e mesmo batalhando muito e tendo um curso universitário as coisas estavam difíceis e as contas começaram a apertar, o dinheiro começou a faltar e eu não consegui arcar com todas as contas da casa e ainda mais do aluguel do nosso pequeno apartamento e me vi desesperada com um mandato de despejo e sem saber o que fazer da minha vida e Mari me abriu aquela porta, deixando com que eu ficasse na sua casa até me reerguer e conseguir um local para morar com Pedro sem a ajuda de mim.

Meu Ex é o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora