Capítulo Quatorze

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                                      Matheus Monteiro/Menor:

            Encarei a criança adormecida nos meus braços e suspirei, eu realmente não sabia que sentimento era aquele, já que eu sempre me mantive afastado de tudo relacionado aquela criança ou a sua mãe, porém, os dois tinham voltado para a minha vida sem a minha permissão e eu não poderia deixar com que ninguém os ferisse por conta de quem eu era ou representava para a facção.

_ Além daquela maluca encrenqueira você ainda vai colocar uma criança nessa casa? - Perguntou minha mãe me encarando quando eu entrei em casa. _ Quantas cabeçadas você deu enquanto estava vivendo a sua vida querido? Seu pai realmente deveria ter sido mais severo com a sua criação, assim você não iria trazer tantos problemas para nós.

_ Ele também não foi muito severo em relação a você mamãe. - Rosnei a encarando e fechando as minhas mãos em punhos, eu não poderia deixar com que ela falasse assim da minha vida, não quando ela não tinha moral nenhuma para falar absolutamente nada. _ Afinal, não fui eu o responsável pela sua morte e sim você.

_ Não fale comigo dessa maneira. - Rosnou ela me encarando furiosamente. _ Eu sempre estive ao lado do seu pai, em todos os momento, não fui como você que na primeira briga que você tiveram sumiu no mundo e voltou apenas para assumir o morro e isso porque ele não tinha mais nenhum herdeiro para fazer isso. E não me culpe por conta dos seus erros querido, foi você se casou e teve um filho, um filho que nem ao menos reconhece você, seu pai com certeza estaria muito decepcionado, já que para ele a família era tudo.

_ Apenas não se meta na minha vida e eu farei o mesmo com a sua mamãe. - Ironizei começando a subir as escadas. _ Isso se quiser continuar nessa casa e recebendo a sua generosa mesada, já que eu não tenho obrigação nenhuma de sustentar você e a sua assistente irritante.

            Eu não iria ficar escutando aquelas besteiras que saiam da boca da minha mãe, apenas continuei o meu percurso e tirei as chaves do meu bolso e abrindo a maldita porta vendo ela pular da cama quando me viu com a criança nos braços e ela praticamente o arrancou dali fazendo com que eu me sentisse incomodado com aquilo.

_ Eu disse que se você fosse uma boa menina, iria ter recompensas. - Falei a encarando e vendo ela acariciar o rosto da criança delicadamente e sorrindo e eu gostei de ver aquele sorriso, mesmo que ele não fosse direcionado a mim, eu gostava de ver ela sorrindo daquela maneira. _ Não deixe com que ele faça bagunça ou incomode ninguém na casa, eu não irei ser tão paciente quando eu fui com você se ele fizer algo de errado.

_ Ele é apenas uma criança, não sabe quando está incomodando os outros. - Rosnou ela ajeitando-o na cama e se aproximando de mim. _ Não acha que eu irei fazer com que o meu filho seja um robô apenas porque você não gosta de crianças, pois, isso não irá acontecer, pois, ele continuará sendo a criança espoleta e sorridente de sempre e se está incomodado com isso, nos deixe ir embora.

_ Isso não vai acontecer, querida. - Garanti a encarando. _ Você já tem aquilo que queria, então espero que seja uma boa menina daqui pra frente ou eu posso me arrepender disso e o mandar para qualquer parte do mundo, principalmente se isso for fazer com que você se comporte.

_ Suma da minha frente. - Mandou ela dando-me as costas e deitando-se ao lado do menino acariciando os seus cabelos delicadamente. _ Estou cansada de olhar para a sua cara.

             Revirei os meus olhos e saí apenas porque eu não queria continuar vendo-a com aquela criança, isso fazia com que eu me sentisse de uma maneira diferente e eu não queria aflorar sentimentos dentro de mim, eu precisava colocar uma pedra sobre o meu coração, pois, era assim que se trabalhava quando você era o frente de um morro, se você tivesse fraqueza isso iria fazer com os seus inimigos tentasse lhe destruir os usando, por isso o meu coração deveria ser apenas uma pedra de gelo, sem emoções ou qualquer sentimento. 

           Voltei para a boca, pois, eu sabia que se ficasse naquela casa eu iria acabar enlouquecendo e fazendo coisas das quais eu iria me arrepender depois e eu não podia me arrepender das minhas escolhas, afinal, eu tinha as feito a muito tempo e não podia voltar atrás apenas porque agora ela poderia estar disposta a brincar de casinha comigo.

_ Você parede pensativo. - Comentou Guilherme me encarando e fazendo com que eu revirasse os meus olhos. _ Por quanto tempo mais vai continuar agindo dessa maneira? Você já abriu mão deles a muito tempo Matheus, deveria deixar com que eles fossem completamente.

_ Está querendo comprar uma briga? - Perguntei o encarando e ouvindo a sua risada baixa, tudo que eu não precisava era dele enchendo o seu saco e falando coisas das quais eu já sabia, parecia que ter paz naquele morro não ira capaz. _ Pois, eu posso matar você apenas para alegrar a minha noite. 

_ Não faria isso, já que eu ainda sou o seu único amigo. - Gabou-se ele e eu rolei os meus olhos. _ Todos os outros estão apenas ao seu lado por conta da sua posição no morro, mas, se você cair, sabe que eu serei o único que irá ficar ao seu lado, por isso eu preciso ser o lado chato, já que a sua consciência não consegue fazer isso.

_ Não posso deixá-los desprotegidos. - Confessei vendo ele sorrir e revirei os meus olhos, eu só poderia estar enlouquecendo para estar falando aquelas coisas. _ Alguém descobriu sobre ela, não diretamente sobre ela, mas, que eu fui casado e tive um filho, alguém está tentando achar as minhas fraquezas Guilherme e ele está mais próximo do que você pode imaginar e essa pessoas é a mesma pessoa que matou o meu pai.

_ Pensei que você já tivesse desistido disso. - Resmungou ele e eu apenas respirei fundo. _ Cinco anos, estamos procurando por isso a cinco anos e nunca encontramos nenhuma prova de que o se pai foi traído, acho que está na hora de você admitir para si mesmo que estava errado e que ele morreu pelas mãos da polícia, uma pessoa não ficaria quatro anos escondidos, ele poderia ter derrubado você quando não era nada. Por que ele esperaria tanto tempo para agir?

_ Porque eu não tinha nenhuma fraqueza ou nunca deixei isso transparecer. - Respondi o encarando e passando as minhas mãos pelos cabelos. _ Quando eu a abandonei eu estava fazendo isso para que ela e a criança ficassem seguras, eu poderia fazer com que os dois tivessem uma vida tranquila e bem longe desse mundo sendo colocados em perigo, mas, Heloísa é teimosa o suficiente para não me escutar e se meter no meio dessa confusão.

_ Ela sempre foi teimosa e foi isso que chamou a sua atenção. - Lembrou ele e eu rolei os meus olhos. _ Mantê-los perto de você é a melhor maneira de os proteger, mas, isso também fara com que todos descubram sobre eles e então nossos inimigos saibam das suas fraquezas.

_ Não posso me preocupar com isso agora, enquanto eles não souberem as suas identidades eu poderia os manter protegidos, por isso, preciso manter ela longe de tudo e de todos. - Falei cruzando os meus braços. _ Ela vai me odiar um pouco mais no processo, mas, já estou acostumado com o seu ódio, posso me acostumar com isso também.

_ Você é completamente maluco. - Afirmou Guilherme fazendo com que eu gargalhasse. _ Dona Júlia tem razão quando fala que você tem apenas uma mulher no seu coração e apenas por isso nunca assumiu uma fiel. 

_ Não sei do que diabos você está falando. - Resmunguei fechando os meus olhos e respirando fundo, não estava nem um pouco afim de ter uma conversa sentimental com Guilherme, principalmente porque ele iria pegar no meu pé o resto da sua minha vida. _ Então eu acho melhor você me deixar em paz ou eu colocarei você para trabalhar, acho que não é isso que você quer, posso lhe colocar na pior boca desse morro.

_ Estou saindo. - Falou ele levantando-se e me encarando. _ Mas, não irá conseguir fugir disso para sempre, principalmente com ela morando na sua casa.

             Revirei os meus olhos e o mandei embora, pois, se eu ouvisse mais alguma babaquice saindo da boca dele eu realmente iria ficar irritado e com certeza iria acabar fazendo alguma besteira que não estava nos meus planos. Eu era apenas um iceberg, não iria derreter por conta de uma convivência forçada com uma mulher. 

Meu Ex é o Dono do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora