𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎𝐒. Eles podem destruir uma boa reputação, uma sólida amizade e uma família respeitável em questão de segundos. Elisa Hernández sabia bem disso, pois sentiu na pele o peso de um segredo.
Após a revelação chocante envolvendo a primogên...
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QUEM PENSOU QUE O HACKER dava folga a suas vítimas no fim de semana estava redondamente enganado, pois na madrugada de domingo o segredo de Matteo Campana foi revelado.
O rapaz passara grande parte das férias anteriores em uma clínica de reabilitação, devido a overdose que quase lhe custou a vida. As chances de Matteo ser o hacker haviam caído, pois ele não era ardiloso o suficiente para postar um segredo de si mesmo só para se camuflar.
Entendendo perfeitamente o motivo de Campana em não ir para o colégio naquela segunda-feira ensolarada, Hernández andava apressada pela calçada da Cidade do México, já que havia recusado a carona de sua mãe. Uma moto com um motor potente chamou sua atenção.
— Cuidado por onde anda, tá cheio de louco na rua. — Raul disse parando sua moto ao lado da loira.
— Moto bonita. — Elisa respondeu.
— Gostou? Eu queria comprar um jatinho, mas uma moto tá de bom tamanho. — o rapaz disse convencido e Hernández revirou os olhos.
— Você é a definição de playboyzinho. — cruzou os braços na frente do corpo e sorriu de lado.
— Ai. — colocou a mão no peito como se isso fosse uma ofensa para ele. — Tá convidada pra minha festa.
— Vai dar uma festa? — a garota só estava indo para o colégio porque era obrigada, socializar com pessoas da sua idade estava se tornando um fardo, ainda mais depois dos recentes acontecimentos.
— Tá na hora de termos alguma diversão, baixinha. — mexeu nos cabelos. — Pode levar seu bichinho de estimação.
— Que bicho de estimação?
— O Williams. — León revirou os olhos.
— Ele é meu amigo. — respondeu como se fosse óbvio.
— Tá bom, pode levar ele se quiser. — o desdém em seu tom era perceptível até demais. — Agora sobe aí, eu te dou uma carona.
— Não, valeu. — Hernández recusou.
— Qual é, vai chegar atrasada se for a pé. — disse estendendo um capacete em sua direção. — Prometo que respeito todos os limites de velocidade.
— Você tá fazendo muitas promessas. — pegou o capacete e subiu na garupa do rapaz. Era só uma carona, ele estava sendo um bom amigo.
— Pretendo cumprir todas. — sorriu discretamente quando a moça segurou em sua cintura. — Vamos ver se essa belezinha aguenta um racha.
— Quê? Não. — disse rápido. — Só é legal quando você tá assistindo.
— Se segura, baixinha. — deu partida fazendo Elisa aumentar o aperto em sua cintura.
[...]
Os estudantes do Colégio Nacional eram um bando do fofoqueiros. Elisa mal pisara no recinto e já se transformara no assunto, os cochichos em sua direção foram muito significativos, talvez estivessem fazendo suposições sobre qual era o seu segredo ou sobre quem era seu namorado.
