The Feeling - Wenclair Livro II [CONCLUÍDA]

Vinte e Oito Desastres De Desgosto

Meus pais...

A ficha ainda não caiu.

Meu corpo estava travado, meu coração parou por leves segundos. Um choque percorria pelo meu corpo, sentia o mesmo perdendo o calor.

- Enid... - Ouço Wandinha me chamando. Olho para ela e vejo a mesma com uma feição abalada igual a minha. - Você quer sair daqui? - Ela estava preocupada comigo. Desvio meu olhar e olho para meus pais que estavam sentados na mesa grande e farturenta.

O silêncio na mesa era presente, todos olhavam para mim e Wandinha.

- Se aproximem, garotas! - Senhor Addams quebrou o silêncio. Sinto Wandinha apertando minha mão e noto que ainda estávamos com nossos dedos entrelaçados.

- Se você não quiser ir, tudo bem. - Ela tenta separar nossas mãos mais eu a seguro firmes.

- Não vou fugir. - Falo decidida e a puxo em direção a grande mesa.

- Papai, mãe... - Meu pai se levantou e venho até mim, Wandinha solta minha mão e então meu pai me abraça forte. Como eu amo aquele abraço de urso...

Relaxo em seu abraço, que me passava confiança e aceitação.

- Ela é bem bonitona. Combina com você, minha princesinha. - Escuto meu pai falar em meu ouvido antes de separar nosso abraço e imediatamente um sorriso aparece em meus lábios...

Ele aprovava meu relacionamento com Wandinha.

- Você é a famosa Addams... - Ele usa sua voz firme e encara Wandinha, que se encolheu. Meu pai conseguiu fazer Wandinha sentir medo pela primeira vez...

- O-oi, senhor Sinclair. - Ela gaguejou. Isso mesmo, gaguejou. Wandinha Addams gaguejou.

- Não tenha formalidades. Pra você é sogrão, ein. - A pose de durão saiu e ele puxou Wandinha para um abraço, chocando todos.
Minha namorada estava imóvel, mais aos poucos pareceu retomar a realidade e então ela deu dois tapinhas nas costas de meu pai.

Meu pai a solta do abraço breve e volta a se sentar. Sigo com os olhos meu pai e então meus olhos param em minha mãe, que estava sentada e tinha um olhar difícil de decifrar. Achei que ela não faria nada, mais para minha surpresa ela se levantou e venho em minha direção igual meu pai fez segundos atrás.

Ela parou em minha frente e me encarou. Meu sorriso havia sumido de meu rosto, estava temendo pior naquele momento. E se ela fizesse um escândalo? Ou então me humilhasse ou então Wandinha?

Mais para minha surpresa, ela me abraçou. Era um abraço calmo. Eu demorei para retribuir, mais assim que retribui senti ela me apertar forte.

- Me desculpa, meu amor. Eu deveria ter sido uma mãe melhor para você. - Ela falava em meu ouvido, enquanto me abraçava. Suas palavras me emocionaram e eu apertei ela mais ainda em meus braços.

- Eu te amo, mamãe. - Falei com sinceridade. Por mais que ela tenha feito várias merdas em minha vida, eu amo ela e isso não mudaria.

- Depois desse jantar, precisamos conversar direitinho. - Ela separou do abraço.

- Tudo bem...

Ela me lança um sorriso e encara Wandinha. A mesma parecia tensa e aflita.

- Olá Wandinha. - Ela se aproximou de minha namorada. - Posso? - Minha mãe perguntou se podia abraçar e Wandinha apenas acena com a cabeça em concordância. Estava surpresa com as atitudes da minha amada.

Vejo minha mãe abraça-la e falar alguma coisa em seu ouvido, pois Wandinha depois que o abraço foi separado, me encarou.

- Tenha certeza que sim, senhora. - Depois que Wandinha disse isso minha mãe sorriu e se sentou.

- Pois bem. O jantar vai esfriar, sente-se crianças. - Morticia alertou e então eu e Wandinha nos sentamos, e eu notei que meus irmãos não estava na mesa e nem o irmão de Wandinha.

- Onde está meus irmãos? - Perguntei para meus pais e minha mãe respondeu.

- Você sabe como eles são... - Sei bem como eles são, decido deixar para lá.

- Cadê o feioso? - Wandinha perguntou.

- Não quis vir, nuvenzinha. - Sua mãe se limitou e então todos começaram a colocar comida em seus devidos pratos. Aquela noite foi regada a muita conversa, momentos embaraçosos e risadas.

Wandinha com seu jeito durona e séria, conquistou minha mãe e meu pai. Estava feliz com aquilo, me sentia realizada...

Depois do jantar, todos se retiraram. A família de Wandinha se despediram da gente e se foram.

Meus pais iriam embora ainda naquela noite. Iria acompanhá-los até a saída, Wandinha queria vir comigo mais falei para ela ir indo para o quarto. Pois teria que conversa com minha mãe. Ela entendeu e se despediu deles e sumiu nós corredores.

Comecei a guiar meus pais para fora.

- Gostei dela. - Meu pai quebra o silêncio. - Ela te faz bem e isso que importa. - Abracei meu pai de lado.

- Obrigada, papai... - Ele deposita um beijo na minha testa.

Chegamos no destino e vejo a caminhonete deles, e meus irmãos tudo dentro brigando entre si.

- Eles não toma jeito mesmo...- Meu pai viu a cena. - Fica bem filha, qualquer coisa é só ligar, sabe disso. - Ele me abraça novamente . Ele se afasta e me deixa sozinha com minha mãe, que estava quieta o caminho todo.

- Bom... - Eu começo mais sou interrompida pelas palavras de minha mãe.

- Não vou me intrometer nesse relacionamento. Você sabe que eu queria te ver com alguém igual a nós. Te amo minha filha, espero que você seja bastante feliz. - Sabia que seria difícil para minha mãe aceitar meu relacionamento, mais com o tempo ela aceitaria.

- Eu sei mãe... - A puxo para um abraço. - Obrigada pelo jantar. Eu te amo. - Ela sabia o porquê deu agradecer.

- Até mais. - Ela se afastou e entrou no carro. Meus irmãos tudo mostraram língua para mim e eu retruquei. Vejo o carro dando partida e os vejo sumir.

Vou em direção ao dormitório e chegando lá vejo Wandinha digitando naquela máquina dela, seu romance. Era tão bom vê-la voltar ao que era antes...

- Ah, você chegou. - Ela notou minha presença, mais continuou a digitar. - Ocorreu tudo bem?

- Sim. Mais do que eu imaginava... - Me jogo na cama, soltando um longo suspiro. - O que minha mãe falou pra vc na hora que ela te abraçou?

- Ela me disse para cuidar de você e se eu te magoasse me rasgaria, e me jogaria na floresta para ninguém me achar... - Arregalo meus olhos imediatamente e me levanto.

- Ela te disse isso? Você ficou legal com isso? - Perguntei assustada. Nunca imaginaria minha mãe falando isso para alguém...

- Eu adorei quando ela disse... - Suas palavras saíram em pura sinceridade. Ela parou de digitar e virou para me encarar. - Eu e sua mãe gostamos de torturas. Temos isso em comum. - Ela se vira novamente e volta a digitar.

- Uau... Tenho duas mulheres estranhamente esquisitas em minha vida.

FLASHBACK OFF