Nós iríamos começar o tratamento da Sofie hoje. Sei da situação toda que pode acontecer agora, ela pode melhorar ou pode piorar um pouco. Depende de como irá ser a reação aos remédios e ao tratamento.
———— Você quer saber como foi meu sonho?
———— Claro que quero. Conta para mim.
———— Eu estava na praia e também estava sol. ———— começou a falar ———— E eu estava brincando no mar e algumas vezes na areia.
———— Que sonho legal, pequena. Sei que um dia você irá para a praia.
Mesmo com a sua situação atual, os olhos de Sofie ainda brilhavam e ela sorria toda vez que falava comigo. Amo as crianças, mas ela é especial.
———— Posso te perguntar três coisas?
Eu ri e depois assenti a ela.
———— Primeiro, onde está o Bay?
———— Você gostou dele? ———— questiono um pouco surpreendida, é um milagre alguma criança gostar dele ———— O turno dele ainda não começou.
———— Começou agora. Bom dia. ———— me assusto quando ele senta do meu lado ———— Se sente bem hoje, Sofie?
Ela confirmou.
Acho que foi a primeira vez que vejo ele falar com uma criança sem ser de um jeito profissional. Era fofo de se ver.
———— Próxima pergunta.
———— Quanto tempo isso vai durar?
———— Meia hora. Mas você vai ver, isso passa rapidinho. ———— digo ———— Qual é a sua última pergunta?
———— Por que eu preciso ficar no hospital?
Era uma pergunta difícil. Provavelmente nenhum paciente da ala da pediatria deve ter me perguntado isso porque normalmente os pais respodem pelos médicos. Mas no caso da Sofie é diferente, os pais delas não estão aqui e nem a assistente social.
———— Você não ia ficar no hospital, Sofie ———— me virei, antes que eu pudesse interferir qualquer coisa que ele pudesse dizer, eu resolvi deixá-lo falar ———— , mas o miocardite está deixando seu coração um pouquinho fraco. Mas se você reagir bem ao tratamento, você vai melhorar.
Sorri. Ele é bom com crianças, o que é surpreendente no momento. Mas é bom saber que isso acabou deixando a Sofie tranquila.
Conversamos mais um pouco com ela e depois a deixamos sozinha para que pudesse descansar enquanto fizesse o tratamento. Normalmente, isso funcionava.
———— Então quer dizer que você leva jeito com crianças.
———— Aprendi com você.
Sorri. Meu Deus, por que eu sorri para o que ele disse?
A conversa que eu tive com Nour na semana passada volta na minha mente. Droga, será que eu estava apaixonada por ele de novo?
Não posso me apaixonar por ele, não com tudo que aconteceu da última vez. Prefiro morrer do que ter que passar por tudo de novo. Claro, teve coisas boas no nosso relacionamento secreto mas teve uma parte ruim. Tudo tem uma parte ruim.
———— Acha que fazer uma cirurgia é se antecipar?
———— Depende de como a Sofie reagir, porque aí vai depender de como o miocardite está se espalhando.
———— Ah, aí estão vocês. ———— levanto a cabeça quando ouço Alex ———— Combinei com alguns outros médicos para sairmos para beber e vocês estão convidados.
Sair para beber com o chefe é uma péssima ideia. Uma vez, eu acabei topando, não deu muito certo. Eu acabei ficando muito bêbada, sou péssima com bebidas.
———— Ah, Alex, bem que eu queria ir. Mas tenho turno e acho que o Dr. May também.
———— É, meu turno é bem longo. A gente tenta ir em uma próxima.
———— Não tem problema. ———— cruzou os braços ———— Posso cancelar o turno de vocês.
———— É uma boa ideia. Nós vamos ir.
Ele sorriu e depois saiu andando pelo corredor.
———— Por que você topou tomar drink com o Alex? Ficou maluca de vez?
———— Não sei exatamente te dizer. Mas acho que pode ser uma boa ideia. E você vai me dar carona.
———— Por que?
———— Porque eu estou pedindo. ———— me levantei da cadeira ———— Sabe onde eu moro. Me busca as sete.
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ᴛᴏɢᴇᴛʜᴇʀ ғᴏʀ ᴀ ᴘᴀᴛɪᴇɴᴛ
FanfictionShivani Paliwal é uma das médicas da pediatria mais renomadas de Seattle e agora está encarregada de um caso sério, mas terá que trabalhar com um médico que odeia. Bailey May é um médico cardiologista que também trabalha em Seattle e por incrível q...