🍎 15 » Velhos tempos

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│👨🏻‍⚕️ Christopher Uckermann

Ao estacionar em uma das vagas reservadas aos professores da universidade, meus olhos caem sobre a mulher que sai de dentro de um carro vermelho. Não é possível que seja ela! Deve ser uma pessoa muito parecida. Pego minha maleta de cima do banco do passageiro, saio do carro e aciono o alarme. Caminho em direção à mulher e a chamo pelo apelido:

Ucker ― Kate? {O nome dela é Katherine}

A mulher se vira para trás, me encara e analisa o meu rosto com a testa franzida. Poucos segundos depois, ela me lança um sorriso e demonstra que também acabara de me reconhecer.

Kate ― Christopher? É você mesmo? {Vem até mim}

Ucker ― Sim. {Sorrio e balanço a cabeça}

Kate ― Uau! {Me olha de cima a baixo} ― Quase não te reconheci. {Dá uma risadinha} ― Está tão... diferente. {Demonstra surpresa}

Eu também estou incrédulo e impactado por ter reencontrado Kate por aqui.

U ― O tempo até que foi generoso comigo. Emagreci, envelheci, e criei músculos. {Digo em tom divertido e Kate ri}

K ― Você fica muito bem usando barba. Lembra que eu sempre te dizia isso?

U ― Como esquecer os seus elogios e conselhos? {Sorrio de canto} ― Aderi ao uso frequente da barba. {Passo a mão pelo meu maxilar}

Ela dá uma risadinha e continua me analisando com olhar surpreso e de admiração.

K ― Posso te dar um abraço?

Como resposta, me aproximo mais dela para poder abraçá-la.

U ― Muito bom te rever, professora.

K ― Igualmente! Você também se tornou professor? Naquela época você dizia que queria ser médico, não? Mudou de ideia?

Aponto para a nossa frente e vou liderando o caminho até a entrada do campus.

U ― Eu me tornei um excelente cirurgião, mas sofri um acidente de carro que danificou os nervos das minhas mãos. {Levanto minha mão livre para mostrá-la a tremedeira involuntária dos dedos}

K ― Sinto muito, Chris. Deve ter sido terrível. {Aperta meu ombro}

U ― Foi uma das piores coisas que aconteceram na minha vida. Mas e você? Como veio parar aqui? {Mudo o foco da conversa}

K ― Depois que fui demitida da universidade de São Francisco, comecei a dar aulas em outra instituição de lá. Alguns anos mais tarde, recebi uma proposta pra ser coordenadora de uma universidade aqui em Palo Alto. O salário maior me atraiu, é claro. Permaneci no cargo durante alguns anos, mas eu não estava satisfeita. Decidi voltar para a sala de aula e consegui uma vaga aqui na Stanford. A minha praia são os números.

U ― Um salário maior não muda nada quando não fazemos o que gostamos, né?

K ― Exatamente! Eu só me mudei pra cá porque a minha avó estava muito doente e vim ajudar a minha mãe a cuidar dela. Infelizmente ela faleceu há dois anos.

U ― Meus pêsames. {Aperto seu ombro}

K ― Você se casou?.. Tem família? {Especula meio sem jeito}

U ― Não. E nem pretendo. {Rio pelo nariz} ― Gosto de viver a minha vida solitária e sem compromissos.

K ― Por isso eu e você nos dávamos tão bem, né? Éramos iguais e não queríamos nos apegar. Confesso que até hoje o meu pensamento continua o mesmo. {Nós rimos}

Lições do Amor│VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora