Fugimos do passado, por cicatrizes que se formam em nossa alma, nos marcando internamente para sempre, principalmente quando vêm de nossa família.
Essas cicatrizes formam quem somos, o peso que carregamos e a bagagem que levamos para nossas vidas.
L...
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— Me diz o que aconteceu com o seu irmão, por favor - diz o meu pai, estávamos em chamada de vídeo há uma hora — Faz algumas semanas que não temos nenhuma notícia dele.
— Exatamente - diz minha mãe, seus olhos azuis, quase como um verde, eram como ver toda a minha vida com um só olhar —, a Jules me mandou uma foto dele com a Sarah, ela estava muito linda - ela falava o nome da July de um jeito tão amoroso e lindo.
— Eles são fofos juntos - responde a July ao meu lado e a minha mãe concorda com um doce sorriso.
— Mas como está a relação de vocês, como estão as coisas? - pergunta o meu pai, seus olhos denunciavam que ele não tinha dormido direito, ele em si, parecia exausto — Como está o estágio com o Harry Adams?
— Tá sendo bem interessante... - digo e lembro dele me fazendo correr atrás do mesmo, só para saber até onde o caso ia, então segui ele até descobrir... desgraçado!
— Certeza? - ele me pergunta e concordo, os telefones do meu pai e da minha mãe começam a tocar e vibrar, e eu conseguia escutar do outro lado da linha — O que tá acontecendo?
— Um segundo - diz a minha mãe. Ela levanta de sua cadeira e atende o celular. Concordava com algumas coisas e olhava para mim e para o meu pai.
— Está acontecendo algo? - pergunto, fazia alguns dias que sentia um gosto muito amargo em minha boca, me impossibilitando de comer, tudo parecia ter um gosto muito forte e ruim.
— Ok... - diz a minha mãe — Já estou indo para aí - diz a mesma desligando o celular e ligando para alguém.
— Aconteceu algo? - pergunta o meu pai e a mesma concorda andando de um lado para o outro, me deixando mais apreensivo.
— Maryse? - escuto a minha mãe chamar — Não tá conseguindo falar com ele? - ele quem, caramba? — Vou pedir ao Luke, sim sim - ela diz e fica em silêncio — Eu e o Tiberius já estamos a caminho.
— O que houve? - pergunto novamente mexendo o meu pé sem parar em um ato de nervosismo.
— É o Jack - minha mãe fala — Precisamos que vocês venham agora, ligue para o Aly ou qualquer coisa, mas venham, vocês tem que está aqui o mais rápido possível - ela diz e sinto o chão do escritório sumir, e um forte gosto metálico subir para a minha boca, com uma grande tontura — Luke!
— Mandem o jatinho - falo desligando a chamada e correndo para o meu quarto.
— Tenha calma, Luci - diz a July e olho para a mesma sério — Faz uma mochila, vou pegar suas coisas - ela diz e concordo correndo para pegar algumas poucas roupas.
(...)
— Oi, Eleonor - digo colocando uma rosa vermelha em cima do seu túmulo, conseguia ter uma visão do Aly próximo ao túmulo do Jack... Todo aquele lugar me trazia uma estranha paz com uma mistura amarga de dor — Ele se foi... Nem conseguimos nos despedir dele... diga que o amo, que a gente ama ele... - me despeço me ajoelhando naquele chão molhado e limpando um pouco o seu lugar de paz — Tchau, bisavó - digo me levantando e vendo os meus pais e tios me esperando no carro. Olho mais uma vez para o Aly e ele parecia isolado de todo aquele lugar... entendia o lado dele....
