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— Como assim casar? Você não disse que não
iria se casar com ela? — Sofia questionou confusa.
— E o pior, vai ter aquela bruxa como sogra.

— Depois eu te explico tudo, Wylie. — Ela disse
enquanto descia de seu cavalo, já em frente à casa
dos Myers’s novamente. Comprou o anel mais
brilhante do lugar, porém não deixava de ser
delicado. Ela tinha horror à essas pedras de duzentos quilos que as mulheres usavam por aí. Achava desconfortável e não prestaria Emma a esse papel. Sua garota deveria se sentir o mais confortável possível.

Se sentia imensamente feliz e ao mesmo tempo
triste. Sabia que não se casariam por mútuo
interesse, mas ter Emma ao seu lado seria bom,
mesmo que a garota não lhe correspondesse. Além
do mais a estaria livrando das garras de algum
bêbado que não conseguia manter as bolas dentro
das próprias calças.

Caminhou até a entrada da casa e bateu na porta, que foi aberta segundos depois.

— Pensei que não voltaria. — Cristina disse
aliviada.

— Emma está? — A mulher assentiu e a guiou
até onde sua filha se encontrava.

— Não posso lhes deixar a sós antes de nos fazer
o pedido, Jenna. O que diriam de minha filha? —
Jenna olhou para Emma e para Carlos, quem
entrava no cômodo naquele momento.

— Bem, senhor e senhora Myers, eu gostaria de
fazer algo menos simples devido ao fato de que é
sobre Emma de quem estamos falando. Ela merece nada menos que o melhor, porém as circunstâncias… — Disse olhando para Cristina. —
Me impedem. Então bem, eu gostaria de pedir a mão da filha de vocês em casamento. Prometo cuidá-la, honrá-la e fazer até o impossível para vê-la feliz.

— Permitimos. Já comprou o anel? Posso ver? —
Cristina perguntou, não escondendo tamanho interesse. Emma negou, completamente envergonhada dos atos de sua mãe.

— Se não for faltar-lhes ao respeito, eu prefiro
mostrar à Emma primeiro. — Disse e ambos
assentiram, saindo da sala.

— Ainda não entendi como elas vão se casar. —
Carlos sussurrou. — Jenna me disse que não se casariam.

— Elas já se conheciam e se gostam, por isso, ao
ver Emma, Jenna mudou de ideia. — Mentiu.

— Era com ela que Emma saía escondida? — O
homem perguntou furioso.

— Sim, mas não se preocupe, elas vão se casar e
Jenna não passou da parte de mãos dadas. Não
avançaram o sinal. — Carlos suspirou aliviado,
achando que sua filha se casaria por amor e não por qualquer outro motivo, enquanto Cristina sorriu
satisfeita. As coisas não poderiam estar se saindo
melhores.

— Hey… — Jenna disse assim que ambos
saíram do lugar, as deixando a sós.

— Oi. — Emma disse tímida.

— Eu, hm, eu queria fazer isso com calma, mas
sua mãe meio que me apressou. — Disse coçando a
nuca.

— Entendo perfeitamente, acredite. — Disse.
Jenna retirou a caixinha de veludo de seu bolso e se ajoelhou na frente de Emma, segurando sua mão e a olhando fixamente nos olhos.

— Eu realmente queria que isso fosse em outras
circunstâncias; queria que você fosse feliz com isso; que ao ouvir meu nome seu coração disparasse, mas sei que não são assim as coisas. — Disse, suas mãos tremiam levemente e Emma não pôde deixar de reparar. — Mesmo assim eu prometo, Emma, que enquanto estiver ao meu lado eu darei a vida se for preciso para te fazer bem, prometo não ser
desrespeitosa e muito menos abusiva, prometo
cuidar de você mesmo quando minhas feridas
estiverem abertas. — Emma não a amava, mas
sentiu verdade em tudo o que ouvia. — Então aceite este anel, em sinal de meu compromisso para com
você. Case-se comigo, Emma. — Emma nada
disse, apenas continuava lhe olhando. — Eu
realmente não vou colocá-lo em seu dedo até ouvir
seu sim, porque como disse, nada aqui será contra
suas escolhas. — Emma suspirou e assentiu.

— Sim, Jenna. Eu me caso com você. — Falou,
tentando passar certeza em sua frase. Jenna
assentiu ainda sem acreditar que se casaria e colocou o pequeno anel no dedo da garota. Assim que o fez se levantou. Emma encarou o anel, não conseguiu evitar as lembranças de quantas vezes havia sonhado com Georgie a pedindo em casamento, com ele preenchendo a lacuna de uma aliança em seu dedo.

— É lindo. — Ela disse encarando a delicada joia.

— E mesmo assim sua beleza ofusca o brilho
dele. — Emma a encarou envergonhada e Jenna
suspirou. — Desculpe.

— Pelo quê?

— Não é como se você me amasse ou estivesse
acostumada a receber elogios de uma… mulher. —
Disse chateada.

— Não se preocupe. — Jenna assentiu e tentou
segurar as mãos de Emma, mas a mesma recuou por instinto.

— Eu realmente quero te conhecer. Não precisa
ter medo de mim. — Informou. — Não vou sair te
desrespeitando ou te beijando sem sua autorização. Quero que nos conheçamos, que se sinta segura ao
meu lado.

Em toda sua vida Jenna jamais havia se envolvido com uma mulher, não além do beijo, não precisava para saber que era lésbica. O fato de jamais se sentir atraída por homens era suficiente para ela ter tal certeza. Apesar disso, acreditava que qualquer mulher merecia extremo cuidado e atenção.
Eram joias preciosas.

Estava disposta a se casar com Emma mesmo
que a moça não lhe amasse, não é como se fosse
conseguir arrumar outra esposa mesmo e ainda que conseguisse, não queria outra. Dedicaria todo seu tempo para tentar fazer a mulher diante de si feliz. Jamais se perdoaria caso negasse o casamento e Emma fosse jogada nos braços de algum ser sem
escrúpulos e violento.

— Desculpe, apenas ainda não aprendi a lidar
com essa situação. Não sei como devo me comportar com uma mulher. — Confessou tímida e Jenna riu, negando com a cabeça.

— Me trate como se sinta confortável, tudo bem?
— Emma assentiu e Jenna se inclinou. — Posso?
— Emma engoliu em seco e assentiu tristemente.
Jenna se inclinou mais e deixou um casto beijo em sua testa. — Tenha um bom dia, senhorita Myers.

Emma a olhou surpresa, estava aliviada por
Jenna não ter lhe beijado na boca, mas sabia que,
mais dia, menos dia, isso aconteceria. Agradeceu
mentalmente por Jenna aparentar ser melhor que os idiotas que se tornavam noivos das garotas e já a tratavam como posse.

Over The Rainbow • JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora