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— Sim? — Emma respondeu abrindo a porta já vestida. O garoto percorreu os olhos por seus trajes bagunçados, cabelos molhados desgrenhados e parou no sorriso que brincava no rosto de Emma.

— Se quiser eu posso matá-la. — Ele disse com o maxilar rígido. — Ela não deveria te obrigar a…

— Cala a boca. — Ela disse abaixando o tom de voz, porém irritada, encostando a porta do quarto. — Ela não me obrigou a nada.

— Onde ela está? — Ele perguntou.

— No banho. — Esclareceu. — Deixa que ela já sabe que tem que ir ao trabalho, obrigada mesmo assim. — Ia entrando no quarto, mas sentiu a mão forte segurar seu pulso. Suspirou e se virou para ele novamente.

— Por favor, Georgie. — Sussurrou. — Agora não.

— Ma, eu… sinto sua falta. — Disse acariciando com o polegar a mão da garota.

— Nunca mais ameace matar a minha esposa. — Ela disse convicta, lhe olhando apenada. — Eu queria dizer que sinto muito por tudo o que houve, mas não sinto. — Ela disse se soltando do toque do rapaz. — Você é um cara incrível, de bom coração, Georgie, mas…

— Emy? — A voz de Jenna soou dentro do quarto e ela lembrou que Jenna iria tomar um banho bem rápido mesmo, afinal só tiraria o cheiro de sexo, já que havia tomado banho nem uma hora atrás.

— Já vou, amor. — Ela gritou encarando o rapaz. — Me enganaram para eu me casar, não pense que sou desse tipo, mas coisas aconteceram nesse tempo. Agora não posso conversar, te procuro mais tarde. — O homem assentiu contrariado, mas sentiu alívio ao ouvir que Emma fora enganada para casar-se. Não havia lhe abandonado a toa, afinal.

— Sim, Senhora. — Voltou para seu papel e ia se retirando, mas viu a porta se abrir atrás de Emma.

— Olá, Peter. — O homem queria muito odiá-la, achar algo que o fizesse detestá-la, mas até agora só havia encontrado doçura e gentileza. — Quer tomar café conosco?

— Não obrigado, senhora. Só vim avisá-la sobre seu compromisso.

— Certo. Decerto, Emma lhe informou sobre o trabalho dela?

— Oh não, decidi que adoro ficar em casa mesmo. — Emma falou prontamente, sentindo-se nervosa por ter ambos em sua frente. Jenna abraçou-lhe pela cintura e lhe deu um beijo no pescoço.

— Mas amor…

— É sério. Posso ajudar Nico… digo, Rosália na cozinha. — Não sabia se poderia revelar o segredo para todos, então preferiu esconder por enquanto até Jenna decidir o que fazer. — Adoro cozinhar e, ah! Também posso dar aulas de equitação. Adoro montar a cavalo.

— Tudo bem então, princesa. — Jenna disse, fazendo Emma suspirar aliviada. — Não vou tomar café então, já me atrasei demais, hm? Como algo por lá. Me acompanha até a saída, Peter?

— Claro, senhora.

— Te vejo a noite, vida. — Jenna disse se inclinando e selando os lábios de Emma. — Eu te amo.

— Também te amo. — Emma sussurrou, percebendo o desconforto do homem ali parado.

— Então… — Georgie começou, limpando a garganta. — A garota ali parece ser boa no que faz, hm? Aposto que se divertiram por completo. — Georgie não era o tipo de homem que se refería assim às mulheres, era um homem correto, mas precisava saber se Emma e Jenna haviam consumado o casamento. Se minutos antes estavam rolando entre os lençóis.

— Jamais lhe dei intimidade para se referir com tamanha falta de respeito à minha mulher, senhor Leroy. Peço que se limite a fazer comentários construtivos, caso contrário, cale a boca, pois não tolero isso. — Jenna tinha princípios, não era esse tipo de mulher que saía por aí falando da intimidade com a esposa e Georgie achou isso digno, apesar de ainda procurar defeito na mulher ali.

— Desculpe, Senhora. Pelo que vejo você a ama muito, hm?

— Sim. Aquela mulher ali significa tudo para mim. — Jenna disse enquanto caminhavam. — A prometi que lhe faria feliz e trato de tentar cumprir isso todos os dias. — Bem, se Georgie fosse perder Emma para alguém, pelo menos esse alguém tratava Emma bem.

— Admiro isso na senhora. Há pessoas que se casam focando apenas na própria felicidade. Isso não costuma funcionar se você pensa só em si.

— Tem toda a razão. Você namora? Parece ter princípios, rapaz. — Georgie trincou o maxilar.

— Namorava, senhora.

— Oh, o que houve?

— Ela me trocou por outra pessoa.

— Sinto muito. — Jenna disse verdadeiramente. — Espero que um dia encontre alguém que lhe retribua o amor. — Seria cômico se não fosse trágico. O quão irônico poderia ser a mulher que roubara sua namorada lhe confortando?

— Ela gostava de mim, tenho certeza. — Ele disse se contendo para não soar ríspido. — Acontece que pessoas ricas podem comprar casamentos. — Jenna lhe fitou seriamente.

— Tem toda a razão. Acho ridículo esse meio de tratar as mulheres como meros objetos. Elas deveriam escolher com quem querem ficar. — Disse despreocupada.

— Infelizmente a mulher pobre não tem direito de escolha. Por exemplo, se sua esposa alegasse ser apaixonada por outra pessoa, a deixaria livre? — Perguntou debochado.

— Já ofereci comprar uma casa para minha esposa e seu ex, dar o divórcio. — Falou. — Então o que acha? — Georgie a olhou surpreso.

— Sua esposa… é apaixonada por outra pessoa? — Jenna sorriu aliviada.

— Não. Ela negou minha oferta e já disse que me ama, por sorte. — Confessou. — Não sei por que te contei essas coisas, sinto muito. Não gosto de molestar. — Georgie se conteve para não chorar e apenas negou com a cabeça.

— Sem problemas, senhora. É bom fazer amizades ao longo da vida.

— Me chame de Jenna. — Ela pediu, chegando ao seu cavalo, finalmente. — E tem razão. Amizade é essencial. Tenha um bom dia, senhor Leroy.

— Para a senhora também, senhora Myers Ortega

— Já disse para chamar-me de Jenna. — Jenna disse ao montar.

— Então pode me chamar de Peter.

— Certo, Peter. Até logo.

— Até, Jenna. — Disse, vendo o cavalo se distanciar de sua visão. Propôs assassinar uma mulher boa, que aparentemente amava sua esposa. E o pior, propôs isso a alguém que a amava de volta. Precisava ouvir Emma lhe dizer isso. Se Emma negasse, ele faria qualquer coisa para tê-la de volta, inclusive matar Jenna caso Emma dissesse que ela lhe forçara a algo e fugir com sua paixão, mas se Emma assumisse amar Jenna ele deixaria o caminho livre para a felicidade da moça.

Amava Emma, mas não se prestaria ao papel de se converter em alguém sombrio por ela. O amor era sobre a liberdade, e se Emma amava Jenna, ele a deixaria livre para voar para onde quisesse e seguiria seu próprio caminho.

Over The Rainbow • JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora