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— Hey… — Emma disse adentrando a cozinha. Fazia pouco mais de uma semana do ocorrido. — Como está?

— Surpresa por ela ainda não ter me despedido. — Nicole disse. Emma fazia questão de dar seu total apoio a ela. Sabia que a mulher amava sua filha incondicionalmente e a maior prova disso foi ter contado a verdade apenas porque entendeu que Emma queria um relacionamento consistente com sua esposa e esconder coisas poderia afetar isso. Emma também se sentia culpada, por culpa dela Jenna fingia não ver Nicole ali.

— Ela não irá fazer isso. — Tentou confortá-la.

— Se fizer eu entenderei. — Disse sincera.

— Emy… — A voz vinda jardim fez Emma olhar para Nicole como se estivesse se desculpando.

— Ela só precisa de mais um tempo. — Falou, logo pedindo licença e indo ver o que sua esposa queria.

— Oi. — Emma disse sorrindo.

— Olá, olhos azuis. — Jenna disse sorrindo, fazendo sua esposa não resistir e se inclinar, tomando os lábios de Jenna em um beijo manso. Depois de muito chorar, dias atrás, Jenna voltou a agir como se tudo estivesse normal. Isso preocupava Emma, mas pelo menos a garota não estava um caco.

— Não acredito que vai sair, Jen. — Emma reclamou entre o beijo assim que viu sua esposa arrumada.

— Não vou. Só vou ali na biblioteca resolver umas coisas sobre o trabalho.

— Hoje não. — Emma disse enquanto tinha seus braços envoltos no pescoço de Jenna. Suas bocas praticamente encostadas uma na outra e Jenna caminhava lentamente, fazendo Emma caminhar para trás. — Hoje é domingo, então está proibida de sair de perto de mim. — Disse se inclinando e sentindo o gosto dos lábios de Jenna novamente.

— É coisa rápida, Emy. — Disse rindo. Não podia deixar de sorrir diante das reações de Emma. Cada dia mais atenciosa e carinhosa. Não falavam sobre isso, mas era inevitável a troca de carícias e a ação sempre partia de Emma.

— Não quero saber. — Emma disse mordendo o lábio inferior de sua esposa. Aquele gosto era mais do que viciante. — Fica aqui comigo. — Pediu fazendo cara de cachorro pidão e Jenna suspirou.

— Te chamei para avisar caso você fosse me procurar. Volto em um segundo, prometo. — Insistiu. Emma assentiu bufando, resignada a isso e deixou um leve beijo no pescoço de Jenna, fazendo sua esposa quase desistir de ir para qualquer lugar que fosse longe de seus beijos.

— Depois promete ir passear a cavalo comigo? — Emma perguntou e Jenna sorriu assentindo. Não tocavam no tema de Nicole, Emma preferia dar um tempo à Jenna.

— Prometo, vida. — Emma quase se desmanchou diante do apelido que ganhara.

— Ótimo. — Disse sorrindo, enquanto voltava a ficar na ponta dos pés, colando seus lábios nos de Jenna. A língua macia percorria sua boca livremente enquanto sentia Jenna agarrar com mais força sua cintura. Sorriu entre o beijo ao saber que Jenna provavelmente estava ficando excitada. Ótimo, porque ela também estava.

Emma riu baixinho ao perceber a reação da pele de Jenna se arrepiando inteira ao ouvir Emma gemer baixinho entre o beijo. Foi quando Jenna aprofundou ainda mais o beijo ao sentir Emma arranhar as unhas de leve em sua nuca, deslizando sua língua deliciosamente pela de Emma, que escutaram um pigarro, fazendo ambas olharem para o local.

Emma quase se engasgou ao ver quem estava ali parado diante delas. Ficou pálida e sem reação ao ver ninguém menos que Georgie ao lado de Sofia. Não imaginava que veria o rapaz tão cedo, aliás, não imaginava que voltaria a vê-lo algum dia.

Sentiu suas pernas fraquejarem e se soltou de Jenna. O rapaz lhe fitava sério, com olhos magoados. Emma sorria entre o beijo com Jenna e isso ele presenciara, não havia sido dito por alguém, ele vira com os próprios olhos.

Enquanto ele havia passado meses de infelicidade, Emma havia compartido a cama com outra pessoa, caído nos gracejos de outro alguém, beijado outros lábios. Ela não poderia negar que estava gostando.

— Desculpem atrapalhar. — Sofia disse segurando o riso.

— Tudo bem, Sofia. — Jenna disse calma, agarrando a mão de sua esposa da maneira que sempre fazia.

— Esse aqui é Peter Leroy, o novo administrador. — Sofia disse. Emma piscou lentamente tentando entender o que acabara de ouvir. Ele estava se passando por outra pessoa. Com qual intuito?

— Muito prazer, Peter. — Jenna disse estendendo a mão livre para o homem, quem trincou o maxilar antes de segurá-la e sorrir falsamente. — Será um prazer trabalhar com o senhor. Esta é minha esposa. Emma Myers Ortega. — Falou e o homem a olhou antes de se aproximar.

— Com todo o respeito. — Ele disse à Jenna antes de agarrar a mão de sua amada e deixar um beijo na mesma. A pele macia de Emma não havia mudado, o que havia mudado era o jeito que percebeu que Emma queria contrair a mão ao sentir seu toque. — É um prazer, Senhora. — Emma estava atordoada. Não sabia o que pensar.

— Eu… Eu preciso ir. Jenna… Eu tenho… lembrei de algo… — Jenna a olhou confusa.

— Está bem, Emy? — Jenna perguntou acariciando sua mão. Emma prendeu a respiração e assentiu.

— Sim. Só… Vá resolver suas coisas. Mais tarde nos vemos. — E ia saindo. Jenna segurou levemente seu pulso e se inclinou, tocando seus lábios no rosto de Emma. Havia percebido que sua esposa havia ficado tensa e mesmo sem entender decidiu não forçar a barra.

— Até mais tarde, então. — Ela disse, acompanhando com os olhos Emma sair dali visivelmente alterada.

Emma não sabia o que fazer. Não esperava ver Georgie. Não esperava que ele fosse ali, com um nome falso. Por que razão faria isso? Talvez não soubesse que Jenna havia liberado sua entrada na cidade.

Os olhos castanhos do homem lhe fizeram sentir o estômago revirar e o coração acelerar, mas não por algum sentimento bom, senão por medo. E se Jenna achasse que ela combinou com ele sobre mentir? E se ela contasse a verdade à Jenna e a mesma decidisse que, pela mentira, Georgie deveria ser castigado? Não amava o homem, mas não queria o mal para ele. Era um bom homem.

Tampouco queria perder Jenna. Nos últimos meses se viu caindo profundamente de amores por sua esposa. A queria, a desejava, era totalmente apaixonada por ela. Havia pedido à Deus para ter algo bom além do arco-íris e o que encontrara era muito mais do que bom. Nenhuma riqueza e nem nada poderia se comparar ao que sentia por Jenna.

Era algo puro, sincero, que crescia a cada dia. Mas quem poderia julgá-la? Jenna era a mulher mais doce, paciente e compreensiva que conhecia em toda a sua vida. Qualquer pessoa se apaixonaria.

— E agora? O que faço? — Sussurrou para si mesma.

Por semanas havia desejado Georgie de volta, mas agora só queria que o homem fosse embora para ser feliz longe dali. Tentou, mas não conseguiu decifrar o que o rapaz estava fazendo ali. O que ele pretendia se passando por outra pessoa? Precisava descobrir.

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Eu gosto do caos, sou muito apocalíptico

Over The Rainbow • JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora