Emma adentrou o quarto empurrando a porta com as costas, já que suas mãos estavam ocupadas pela bandeja que ela trazia consigo. Fechou a porta com um dos pés e caminhou até Jenna, se sentando ao lado dela na cama. Já havia ido ali e limpado a sujeira que Jenna havia deixado.
— Trouxe suco de laranja e uma maçã para você. — Falou sem jeito. — É o mais seguro a se colocar no estômago agora, mas como sei que você é teimosa tomei a liberdade de trazer algumas torradas também.
— Obrigada. — Jenna disse.
— Eu também trouxe aspirina. — Falou e Jenna focou seus olhos no remédio, franzindo o cenho.
— Estou vendo duas aspirinas aqui.
— Você não foi a única a beber ontem à noite. — Emma disse rindo fraco. Ambas tomaram o remédio e Jenna comeu em silêncio, enquanto Emma lhe admirava quieta. Assim que Jenna terminou de comer Emma sorriu. — Não tocou nas torradas?
— Você disse que a maçã e o suco eram o mais seguro a se colocar no estômago agora. — Falou e Emma assentiu se levantando.
— Vou deixar a bandeja sobre a mesinha, tudo bem? — Falou e Jenna assentiu, vendo Emma pegar a bandeja e colocar onde havia dito, caminhando em direção à sua mala logo em seguida. — Eu, hm, eu já vou indo então, já que não precisa mais de mim. — Falou tristemente, sentindo seu coração se despedaçar, encarando Jenna uma última vez antes de puxar a alça da mala.
— Quem disse que eu não preciso de você? — Ouviu Jenna dizer com a voz vacilando e voltou seu olhar para a mais velha. Jenna se levantou e caminhou até Emma, retirando a alça da mala de sua mão e a fitando nos olhos.
— Do que precisa? — Emma perguntou fitando os lábios de Jenna ao ver a proximidade da maior. Jenna apenas suspirou.
— Disso… — Em um ato intenso, Jenna se inclinou e beijou Emma, pegando a mais nova de surpresa e fazendo ambos corações dispararem contra o peito.
Subitamente Emma sentiu mais vontade de chorar do que queria admitir, mas retribuiu ao último beijo sem hesitar. O beijo foi curto, apenas deu para sentir as línguas juntas em uma fração de segundos, porque no instante seguinte Jenna parou o beijo e envolveu Emma em seus braços, começando a chorar descontroladamente.
Emma não aguentou segurar o choro e desabou junto com Jenna, desfrutando do possessivo abraço da mais velha.
— Eu te amo. — Emma sussurrou entre o choro.
— Não diga que me ama, a menos que ame. — Jenna disse se separando do abraço e lhe fitando intensamente, com o rosto encharcado por lágrimas.
— Eu te amo tanto. — Emma disse novamente, abaixando a cabeça para enxugar algumas lágrimas. Jenna ergueu seu queixo com o indicador e polegar e suspirou.
— Olha dentro dos meus olhos e repete. — Emma suspirou, encarando Jenna de uma maneira tão intensa que Jenna não precisou ouvir mais nada para acreditar no que Jenna dizia.
— Eu amo você, Jenna Ortega. — Disse convicta. — Amo tanto que chega a doer; amo tanto que, cada vez que você me olha, meu estúpido coração quase explode de tão rápido que bate; — Disse sentindo um nó se formar em sua garganta ao ver Jenna apoiar sua testa na dela. Ter Jenna tão próxima sempre a fazia perder o ar, como se cada célula de seu corpo gritasse por aproximação e, devido a manter a distância, seus pulmões a faziam arfar de tão cansativo que era se manter longe dela. — Amo tanto que apesar de você não acreditar, aqui estou, falando que eu te amo desesperadamente, com cada fibra do meu ser. — Disse mordendo seu lábio inferior antes de voltar a falar. — Eu não sei dizer o momento exato em que esse amor começou, mas tenho a plena certeza que jamais vai acabar.
Jenna engoliu em seco e assentiu, deixando o silêncio pairar entre as duas por longos segundos.
— Meu cérebro dorme quando bebo. — Jenna finalmente sussurrou. — Me desculpa, Emy… Me desculpa… — Pediu quase em desespero, abraçando Emma, fazendo a mesma franzir o cenho. Enxugou algumas lágrimas e se desvencilhou do abraço, lhe encarando.
— Desculpa pelo quê?
— Por ter desconfiado daquela estupidez. Você não faria aquilo.
— E como deduziu isso só agora? — Emma perguntou confusa, sentindo seu coração gritar esperançoso.
— Por Deus, Emma… — Jenna disse erguendo sua mão e acariciando o rosto da menor. — Você passava horas para chegar do outro lado do parque, apenas para não cansar o coelho. Não teria a coragem de me magoar. — Emma riu baixinho e se jogou no abraço de Jenna, afundando seu rosto na curva do pescoço da maior e chorando de alívio.
— Eu senti medo. — Emma disse enquanto chorava baixinho.
— Eu não sei bem o que houve e preciso ainda entender, mas minha mãe me ajudou a abrir os olhos. — Jenna disse enquanto afagava os cabelos de sua esposa.
— Sua mãe? — Emma perguntou erguendo a cabeça, ainda abraçada com Jenna.
— Sim… — Jenna disse levando uma mão até o rosto de Emma e enxugando suas lágrimas. — Digamos que eu não consegui dormir logo. — Disse, se inclinando e dando um longo beijo no rosto de Emma. — Algumas coisas ainda não batem. — Emma olhou temerosa para Jenna assim que ouviu aquilo.
— Já está desconfiando de novo de mim? — Perguntou e Jenna riu baixinho.
— Pretendo nunca mais cometer esse erro de novo. — Sussurrou depositando um beijinho sobre o nariz de Emma. — Meu cérebro deve ser apaixonado pelo álcool, porque ficou besta. Depois de minha mãe confirmar que você esteve lá embaixo o tempo inteiro eu deveria ter me tocado, mas como disse… Minha inteligência evapora quando bebo.
— Bom saber; vou mandar quebrar todas garrafas de bebida alcoólica dessa casa. Você é rica mesmo, não vai ligar. — Jenna gargalhou ao ouvir o tom doce que sua esposa usara e tornou a abraçar forte Emma.
— Você é minha mulher, é tão rica como eu. — Falou inalando o cheiro dos cabelos, ainda molhados, de Emma.
— O bem mais precioso que eu tenho é seu amor por mim. — Disse baixinho, enterrando a cabeça na curva do pescoço da maior, como se estando ali ninguém pudesse voltar a atingi-las.
— Então… — Falou, vendo Emma erguer a cabeça e lhe encarar. — Pretendo te deixar rica para o resto de nossas vidas. — Disse roçando seus lábios nos de Emma. Emma suspirou e fechou os olhos ao sentir o esbarrar de bocas e Jenna sorriu ao ver o quão rendida Emma ficava aos seus toques. Se sentiu estúpida por ter duvidado de sua esposa, afinal ela havia lhe dito a verdade sobre quem em realidade era Peter, não teria por que dizer se fosse fugir com Georgie.
Suspirando feito idiota se inclinou, tocando tão delicadamente os lábios de sua esposa que a mesma gemeu ante a tanta doçura. Emma adentrou sua língua na boca de Jenna ao mesmo tempo que levava sua mão até a nuca da mais velha. Jenna, por sua vez, aproveitava o momento, porque sabia que assim que saísse daquele quarto encontraria quem a fez acreditar naquela merda. E o culpado…? Bem, ele pagaria caro por ter feito Emma derramar lágrimas quando merecia apenas dar sorrisos. Todos os sorrisos do mundo.
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Over The Rainbow • Jemma
Roman d'amour[CONCLUÍDA] [EM REVISÃO] Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Emma, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Georgie Farmer, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Crist...