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Aquela madrugada havia sido cálida, com a temperatura amena e agradável, no entanto o friozinho das cinco horas da manhã atingiu o quarto de Jenna e Emma, fazendo a mais nova se encolher na cama, já que Jenna não estava nela. A mais velha a olhou se aninhando em seu próprio corpo e suspirou, ignorando a vontade de abrigá-la em seus braços e voltou ao trabalho. A cada peça colocada dentro da mala preta Jenna se via mais confusa. Como poderia estar indo contra seu instinto? Emma parecia tão sincera ao dizer que não havia lhe enganado.

Sentia o efeito do álcool desaparecendo conforme as horas iam passando e por fim colocou a última peça de Emma na bolsa, fechando o zíper da mesma e voltando a olhar para a menor. Se aproximou da cama e se permitiu admirar a beleza de Emma sem a presença de nenhuma maquiagem.

O nariz fino combinava com o formato delicado de seu rosto e seus longos cílios. Sua boca rosada era o toque final para aquela vista purificada de uma Emma ressonando pacificamente, com alguns fios de cabelos jogados sobre seu rosto. Quem a visse assim jamais diria que havia dormido entre soluços de um choro contido, enquanto abraçava sua esposa após uma foda intensa.

Jenna entortou a boca ao lembrar do que Emma havia proposto e, apesar de ter aceitado, sabia que não importava o jeito ou as palavras usadas. Com Emma sempre faria amor; mesmo na agressividade de palavras de baixo calão; mesmo nos apertos intensos e excesso de sensualidade; mesmo preenchida de raiva e de dor; mesmo trepando, ainda assim faziam amor. Porque ela a amava, da forma mais pura e sincera que alguém poderia amar uma pessoa.

A pele branca estava exposta e por isso Jenna se inclinou, puxando o lençol mais para cima, tratando de cobrir sua esposa vagarosamente para não acordá-la. Suspirou ao lembrar de como havia conquistado Emma paulatinamente no passado e se questionou o fato de se realmente tinha realizado tal proeza.

Colocou um roupão felpudo no lugar de seu robe, afinal estava friozinho àquela hora da noite, e vestiu suas pantufas, olhando mais uma vez para Emma antes de sair do quarto.

Desceu as escadas que davam na cozinha, ouvindo ainda o som da música vinda do salão principal. Àquele horário geralmente só sobrava ali os bêbados deprimidos e Jenna pensou que poderia se encaixar bem nesse termo.

Adentrou a cozinha e dali pôde ouvir o barulho dos grilos que vinha do lado de fora. Sentiu um aperto no coração ao lembrar da risada de Emma sempre que comentava sobre como amava tal ruído.

Caminhou até o fogão e tomou um susto ao ouvir a voz conhecida ressoar no lugar.

— O que faz acordada a essa hora, minha filha? — Nicole perguntou, puxando uma cadeira e se sentando.

— Apenas… Acho que perdi o sono. — Jenna disse sorrindo fraco para sua mãe. As olheiras e os olhos avermelhados fizeram Nicole percebeu que sua filha havia chorado.

— O que houve, meu amor? — Nicole perguntou preocupada.

— Nada, mãe. O que faz aqui a essa hora? — Perguntou lhe encarando.

— Eu que limpo a bagunça, se lembra? — Ela perguntou rindo. — Agora sente aqui e me conte o porquê de estar parecendo um pedaço de lixo ambulante. — Jenna suspirou e caminhou até ela, se sentando ao seu lado.

— Acho que bebi demais. Vim tomar um pouco de café para ver se me ajuda a recobrar a completa sobriedade. — Disse sem ânimo evidente.

— Tudo bem, agora me conte o motivo de ter se embebedado. — Nicole disse segurando uma das mãos de sua filha e começou uma carícia confortante. Sabia que Jenna não era do tipo que bebia até perder as botas.

— Emma nunca me amou de verdade. — Falou baixinho. — Mas qual a novidade, não é? Quem amaria? — Perguntou sentindo um nó se formar em sua garganta.

Over The Rainbow • JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora